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da Redação DiárioZonaNorte
O “Seo” Zezinho é uma das pessoas mais queridas da Zona Norte. Vindo do interior para São Paulo, ele é do tempo que “pharmácia” era com PH. Foi em 1954 que o jovem José Eloy de Oliveira formou-se na profissão que atingiria mais de 60 anos.
Nos seus 85 anos de idade não deixa de trabalhar normalmente. Já no interior havia ensaiado o gostinho da profissão com o farmacêutico do lugar – o “Seo” Adaucto e seu filho Arthurzinho.
E o caipira de Tambaú, cidade paulista a 278 quilômetros e dos milagres de Padre Donizetti, veio para a capital em 1946, uma cidade grande que mostrava as garras para o futuro e sucesso de muita gente. E aqui tornou-se farmacêutico, sendo a Vila Guilherme, onde já morava, o primeiro lugar a receber os seus serviços.
EM BUSCA DE AJUDA
Por trinta anos a Pharmácia do Zezinho esteve em pleno funcionamento em um pedacinho onde hoje está o Walmart, na Av. Joaquina Ramalho. E próximo dali, o “Seo” Zezinho passou a residir – onde está até hoje – e atender muitos moradores da região.
Já naquela época, com as dificuldades de atendimento médico, a pharmácia era a grande solução. “Naquela época era o único lugar que tinha o telefone público na região”, lembra ele. Conta-se que o farmacêutico Zezinho atendeu muita gente mais pelo coração e nada cobrava até pelos remédios.
Era uma época de grandes dificuldades da Vila Guilherme, com ruas de terra, sem transporte e muitos problemas — até enchentes. Havia, na época, grande exploração de areia da várzea do Rio Tietê e um enorme lixão – onde hoje está o Center Norte – que trazia muitas doenças nas crianças.
E junto com outros moradores, o “Seo” Zezinho lutou por melhorias, até na criação da Associação dos Moradores Amigos da Vila Guilherme, no apoio a outro grande morador, o Sr. Wladimir Wiazowski. “Muitas histórias a relembrar com amigos daquela época. Foi muito trabalho”, recorda o farmacêutico.
UMA LUTA, UMA FAMÍLIA
Naquele pedacinho da Zona Norte/Nordeste, o “Seo” Zezinho tinha o apoio e o amor da esposa, Dona Elisa Justra de Oliveira, que lhe deu três filhos – o falecido José, Eliana e Elisete – que hoje agrega cinco netos (Pamela, Lissandra, Fernanda, Monalisa e Marcela) e mais o bisneto Luca. “Essa família é o maior tesouro que tenho”, diz orgulhoso mostrando uma foto na vitrine de sua segunda farmácia, que atinge também 30 anos de serviços.
Uma farmácia pequena, que não passa dos 18 metros quadrados, que está localizada na esquina da Rua do Imperador, nº 9, com a Rua Maria Cândida.
Do tempo passado, e com a chegada das drogarias e a modernização das farmácias, o que mudou um pouco foi o visual, trocando os velhos balcões de madeira escura e das prateleiras envidraçadas. Mas a força de vontade do “Seo” Zezinho é a mesma: 2ª a 6ª feira, das 9 às 19 horas, e aos sábados até 13 horas.
HOMENAGENS A QUEM MERECE
“Ainda tenho muita vitalidade e vontade de trabalhar. Fico contente quando estou aqui ajudando as pessoas”, declara o “Seo” Zezinho. E nos seus 60 anos de Vila Guilherme demonstrou um carinho especial ao lugar e às pessoas, que muito vão comemorar os 105 anos do bairro, no próximo dia 12 de setembro de 2017. E, com muita justiça, devem ser lembrados e homenageados com o “Seo” Zezinho, a grande personalidade José Eloy de Oliveira.