- Levantamento mostra que golpe do WhatsApp é o mais relatado pelos clientes aos bancos associados da Febraban; e
- Os bancos investem em segurança, mas a atenção do cliente ainda é a melhor defesa.
Em 2024, os golpes digitais atingiram um novo patamar de sofisticação. Com a crescente dependência de serviços online, especialmente via dispositivos móveis, criminosos têm encontrado terreno fértil para aplicar fraudes.
O WhatsApp lidera o ranking de tentativas reportadas por clientes de bancos à Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A instituição alerta que, apesar dos altos investimentos em segurança e tecnologia, os golpistas seguem atuando com criatividade e agilidade.
De acordo com o diretor-adjunto de Serviços da Febraban, Walter Faria, os bancos investiram cerca de R$ 5 bilhões em 2023 na prevenção de fraudes e crimes cibernéticos, além de campanhas educativas em diferentes mídias.
“A segurança dos clientes é uma prioridade. Trabalhamos continuamente para prevenir crimes, mas a conscientização individual é fundamental. Muitos golpes só funcionam porque a vítima confia no criminoso ou fornece informações sem verificar a procedência da solicitação”, ressalta.
Os golpes mais comuns envolvem engenharia social — quando o criminoso manipula a vítima emocionalmente para obter informações confidenciais ou induzi-la a realizar ações indevidas. Veja os 10 principais golpes bancários reportados em 2024, como funcionam e como evitá-los:
1. Golpe do WhatsApp
O mais relatado do ano. O criminoso obtém dados da vítima (nome e telefone) e tenta registrar seu WhatsApp em outro aparelho. Para concluir, precisa do código de verificação enviado por SMS. Finge ser atendente de empresa ou site para enganar a vítima e conseguir o código. Com o acesso à conta, pede dinheiro a contatos, simulando emergência.
Prevenção: Ative a verificação em duas etapas no app e nunca compartilhe códigos com terceiros.
2. Golpe da falsa venda
Fraudadores criam perfis falsos de lojas ou e-commerces com promoções atrativas e preços muito abaixo do mercado. Após o pagamento, o produto nunca é entregue e os contatos somem.
Prevenção: Desconfie de promoções milagrosas, pesquise sobre o vendedor e evite links recebidos por mensagens.
3. Falsa central ou falso funcionário
Os golpistas ligam se passando por funcionários de bancos ou empresas, afirmando que há problemas na conta, cobranças indevidas ou movimentações suspeitas. Pedem dados, senhas ou orientam transferências sob o pretexto de estornar valores.
Prevenção: Bancos jamais pedem senhas ou transferências. Em caso de dúvida, desligue e entre em contato pelos canais oficiais.
4. Phishing (pescaria digital)
A vítima recebe e-mails ou mensagens com links fraudulentos que simulam sites de bancos ou serviços. Ao clicar e inserir dados, os criminosos capturam as informações e as utilizam em fraudes.
Prevenção: Nunca clique em links duvidosos. Mantenha o antivírus atualizado e verifique o remetente da mensagem.
5. Golpe do falso investimento
Falsas corretoras e influenciadores prometem rendimentos rápidos e altos em pouco tempo. Muitos usam vídeos e perfis falsos para aumentar a credibilidade. Após o investimento inicial, os golpistas desaparecem.
Prevenção: Consulte se a empresa é registrada na CVM. Desconfie de promessas de lucro acima do mercado.
6. Troca de cartão
Em estabelecimentos físicos, criminosos trocam o cartão da vítima por outro semelhante após observar a senha. De posse do cartão original, realizam saques e compras.
Prevenção: Digite sua senha com cuidado, confira o cartão devolvido e nunca entregue o cartão a terceiros.
7. Falso boleto
Boletos fraudados contêm dados bancários de criminosos. Podem ser enviados por e-mail, gerados em sites falsos ou interceptados e adulterados digitalmente.
Prevenção: Verifique os dados do beneficiário antes de pagar. Confirme sempre CNPJ, nome e valor. Prefira gerar boletos diretamente no site da empresa.
8. Golpe da devolução de empréstimo
O criminoso realiza um empréstimo em nome da vítima e deposita o valor em sua conta. Depois, entra em contato solicitando a devolução sob alegação de erro. A vítima, acreditando estar corrigindo uma falha, transfere o dinheiro para os golpistas.
Prevenção: Jamais devolva valores sem confirmação oficial da instituição financeira.
9. Mão fantasma
O golpista convence a vítima a instalar um aplicativo sob pretexto de corrigir um problema bancário. O app, na verdade, dá controle remoto do aparelho ao criminoso, que pode acessar dados, aplicativos bancários e realizar transferências.
Prevenção: Nunca instale apps a pedido de terceiros. Use apenas apps oficiais da loja do seu celular.
10. Golpe do falso motoboy
Criminosos se passam por atendentes de banco e dizem que o cartão da vítima foi clonado. Pedem que o cliente o corte e o entregue a um motoboy. Como o chip permanece intacto, os golpistas conseguem utilizá-lo em fraudes.
Prevenção: Nenhum banco envia motoboy para recolher cartão. Desconfie de qualquer solicitação desse tipo.
Muita atenção e os cuidados
A sofisticação das fraudes exige atenção redobrada por parte dos consumidores. Embora os bancos invistam continuamente em novas tecnologias de proteção, a prevenção começa com atitudes individuais: desconfiar de contatos inesperados, verificar links e sites, e nunca compartilhar dados pessoais ou bancários. Campanhas de conscientização são fundamentais, mas ainda é a cautela do usuário que impede que o golpe se concretize.
Golpes não escolhem idade, classe social ou grau de instrução. Estão cada vez mais persuasivos, e até pessoas atentas podem cair em armadilhas bem elaboradas.
O uso indevido da identidade das instituições bancárias e de ferramentas cotidianas como o WhatsApp torna os golpes ainda mais perigosos.
A melhor defesa é a informação: ao menor sinal de dúvida, a recomendação é parar, respirar e buscar a veracidade da situação nos canais oficiais do banco.
<< Com apoio de informações/fonte: Diretoria de Comunicação / Federação Brasileira de Bancos/Febraban >>