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por Beto Freire (*) — Artigo quinzenal n. 25 – < Cidadania >
Quando recebemos material físico ou virtual de construtoras vendendo imóveis, sempre vemos uma paisagem verde e informações de proximidade com shoppings, parques, hospitais e acessibilidade fácil a rodovias e grandes corredores viários.
Quando o empreendimento é vizinho de uma área verde com porte de parque, tem um valor de mercado até 50% maior que um imóvel idêntico distante de áreas verdes públicas.
Outro fator importante na valorização e/ou depreciação é o acesso ao transporte público coletivo, quanto mais próximo de estações de metrô, trens e terminais de ônibus, melhor avaliado é o imóvel.
O fator tranquilidade também influencia bastante, geralmente o CEP é consultado pelas seguradoras, construtoras, imobiliárias e grandes empresas no momento da avaliação do futuro investimento.
O entorno é fator preponderante no mundo imobiliário, inclusive quando a assunto é a instalação de polos geradores de emprego e renda. Nenhuma grande empresa quer ficar em uma região insegura, entre outros elementos considerados estão valor de seguros e “inospitalidade” de clientes e colaboradores. Em outras palavras: estar em um lugar aprazível, seguro e descomplicado é um excelente cartão de visitas…
Pensando apenas em moradia, a qualidade de vida é outro aspecto que determina onde residir, muitas vezes é determinante para quem vai adquirir um imóvel, fazendo a balança do preço pender favoravelmente a lugares com infraestrutura adequada.
As Vilas à espera de ajuda
Caindo na realidade das Vilas na Zona Norte, eis o que temos: na Vila Medeiros em mais de cem anos de fundação, não existe uma praça sequer em toda geografia do bairro, e possivelmente a condição de “mar de concreto” vai permanecer por mais alguns anos. Em Vila Ede, faltam agências bancárias, agências dos Correios, lotéricas e áreas de lazer, o verde também é inexistente.
Quando vamos para a Vila Sabrina, percebemos a falta de grandes empresas, que geram os melhores empregos e renda para a vizinhança. Em ambas a falta de um Hospital Publico para atendimento digno é consenso entre a vizinhança.
Vila Maria e Vila Guilherme tem sofrido bastante com a insegurança, aquele típico cotidiano de cidade pequena, aos poucos tem sido engolido pelo medo da criminalidade. O reflexo do desassossego é a falta de pedestres circulando no miolo dos bairros, essa mudança de comportamento afetou bastante o comercio regional. Nas principais vias da região placas de ´´aluga-se´´ e ´´vende-se´´tem ocupado o espaço de tradicionais pontos anteriormente concorridíssimos.
O Parque Novo Mundo, por sua vez, recebeu as costas do poder público, o bairro que sempre foi enorme polo gerador de empregos devido as grandes empresas instaladas em todo seu território, agora é apenas lembrado por albergues e abandono do poder público.
Existe esperança para mudar a realidade atual de nossa região? SIM! A Câmara Municipal de São Paulo está nesse momento, discutindo o Plano Diretor da cidade para os próximos 10 anos.
Analise quem pode ajudar
Então, você precisa cobrar dos vereadores da cidade a inclusão das maiores necessidades de nossos bairros e vilas, utilize as redes sociais e as mensagens via e-mail para interpelar os parlamentares. Quem mais conhece os problemas e soluções do cotidiano são os moradores e comerciantes, que todos os dias estão vivenciando nossa região.
O contribuinte além da obrigação de pagar impostos e gerar receitas para o poder público, tem todo direito de participar das decisões, o dinheiro oriundo de seu trabalho é quem financia obras e o salário de políticos e autoridades.
E não se esqueçam de vigiar as ações do passado e do presente entre os vereadores e o próprio prefeito, já que as eleições estão bem próximas. E eles já estão a caminho para pedir votos nas suas reeleições. Quem faz e busca de melhorias pensando na população, durante o mandato, merece ser reeleito — principalmente quando ´´briga´´pelos interesses dos moradores da Zona Norte e das Vilas. E os novatos precisam ter credenciais e melhores checados para receber os votos. Não fique parado no tempo e pesquise quem faz o que ou deixa de fazer.
(*) Beto Freire — Antonio Roberto Freire é o nome oficial, com batismo de família genuinamente portuguesa, nascido e criado na Zona Norte, nas bandas da Vila Guilherme e Vila Maria. Cronista das Vilas, um apaixonado pela Zona Norte, sendo ativo colaborador há muitos anos do DiárioZonaNorte — escreve quinzenalmente. Com olhar de ativista social, preocupado com a melhor qualidade de vida de todos os moradores, sem distinção, já teve participações em muitas audiências públicas. Por outro lado, foi membro em gestões do Conselho Comunitário de Segurança-CONSEG de Vila Maria, além da presidência da Associação dos Amigos do Parque Vila Guilherme-Trote (PVGT).
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