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da Redação DiárioZonaNorte
- O bairro do Tucuruvi surge com a Tramway da Cantareira, onde construiu muitas histórias; e
- Do passado, quase nada ficou para a memória do bairro.
Nesta 3ª feira (24/10/2022), o distrito do Tucuruvi, na Zona Norte, completa 120 anos. Já no ano passado, o bairro comemorou em silêncio junto aos moradores, apenas com um festa politica, que foi ´´paga´´com artistas e sem grande audiência. As comemorações, que costumavam encher espontaneamente as praças do bairro, hoje são mais escassas do que elogios perdidos no ar e anúncios pagos por vereadores em jornais.
O esquecimento tem no fundo a reeleição de vereadores e a projeção de candidatos à Prefeitura da Cidade de São Paulo, já que a próxima corrida eleitoral só acontecerá no ano que vem. Então, por que o silêncio? Talvez Tucuruvi seja mais um caso de “apagão histórico”.
O início de tudo
Mas a história continua e não se apaga: o nome “Tucuruvi” tem origens tupis, significando “gafanhoto verde” – um bicho nada fácil de encontrar nas ruas de concreto hoje em dia. A propósito, o gafanhoto é o mascote da escola de samba Acadêmicos do Tucuruvi, mostrando que, ao menos no Carnaval, a fauna ainda reina.
O bairro faz divisa com vários distritos e abraça 17 bairros vizinhos, formando uma vizinhança tão extensa em todos esses anos. No começo, lá pelos idos de 1903, era tudo mato, até que um inglês chamado William Harding decidiu comprar terras e fundar o bairro Parada Inglesa.
Era só árvores, uma continuação da Serra da Cantareira, até que os negócios começaram a florescer.
As marcas do tempo
Henrique Mazzei, o italiano mágico da história, comprou terras por uma pechincha e as dividiu em lotes. O resultado? Vila Mazzei. A partir daí, a região começou a crescer e se desenvolver.
Nos velhos tempos, o Tramway Cantareira ligava o centro da cidade ao bairro, que ajudou o distrito a se expandir. Já em 1925, o Tucuruvi se desvinculou do bairro de Santana e se tornou independente.
O Tucuruvi passou por uma série de transformações. Uma grupo de cidadãos, incluindo Manuel Gomes, João Gualberto de Almeida Pires e outros, botou a mão na massa e mudou os destinos administrativos, de subdistrito de Tucuruvi a distrito de Tucuruvi, a evolução estava em pleno curso.
O passado junto ao moderno
Hoje, Tucuruvi é uma terra de arranha-céus, onde os prédios mais altos já escondem a Serra da Cantareira, a perder de vista. O Metrô chegou, com a primeira linha, a Azul, ligando a Zona Norte com a Zona Sul. E o progresso trouxe shoppings, um comércio ativo e ônibus de todos os tipos e destinos, inclusive com os municípios ao redor — Mairiporã e Guarulhos.
E como em um truque de mágica, antigos armazéns deram lugar a novos e modernos supermercados e velhos casarões históricos foram demolidos para dar espaço a prédios modernos.
Um pouco de preservação
Inclusive o Palace dos Hardings — que deveria ter sido preservado como memória do bairro — foi demolido e construiu-se o prédio da atual subprefeitura. Nem mesmo uma placa de memória para informar o que era no local, homenagem ao fundador do Tucuruvi — que tem uma rua sem saída, escondida atrás do Shopping Tucuruvi, sem uma placa com a informação de quem foi William Harding.
As ruas tem nomes simples que não preservam as memórias de pessoas significativas para o bairro. Junto aos nomes não há uma identificação para de quem foi o homenageado na placa. Quem foi Maria?… Hebe? … Borges? … Neri? …Oriosto César? … Dona Gabriela? … Isaura? …Vicenza? E tantas outras sem informar o que foram as ´´personalidades´´na época.
Tucuruvi é um bairro que não tem medo de mudar, mas, a cada transformação, um pouco do seu passado desaparece. Ficam somente as recordações dos moradores mais antigos, que ainda lutam pelas memórias. Um exemplo: todo o terreno do Condomínio Valparaizo (foto de capa) foi o Supermercado Big e depois Carrefour, até virar o enorme prédio do hoje Tri-Mais.
Ainda há tempo, Feliz Aniversário!
Portanto, feliz aniversário, Tucuruvi, e que as festas sejam mais naturais, com a participação dos moradores – se ainda for possível!
E que os políticos sejam mais solidários com os moradores, com ações de melhorias para melhor qualidade de vida. E que a zeladoria, de responsabilidade da Subprefeitura Santana / Tucuruvi / Mandaqui, possa ser mais eficiente e atuante.
