da Redação DiárioZonaNorte
- O bairro do Tucuruvi surge com a Tramway da Cantareira, onde construiu muitas histórias;
- Havia bares e salões de dança que promoveram duplas sertanejas, ajudando a popularizar o estilo na capital paulista;
- Durante décadas, o Tucuruvi foi conhecido por suas lojas de tecidos e roupas de cama, além de sapateiros e alfaiates renomados;
- Historicamente, a região era conhecida por seu clima fresco e saudável, atraindo paulistanos em busca de ar puro ; e
- Do passado, quase nada ficou para a memória do bairro.
Nesta 5ª feira (24/10/2024), o distrito do Tucuruvi, na Zona Norte, completa 121 anos. Como vem acontecendo, não há festas promovidas na região, ainda mais em ano com eleições municipais. As comemorações, que costumavam encher espontaneamente as praças do bairro, hoje são mais escassas do que elogios perdidos no ar e anúncios pagos por vereadores em jornais.
O início de tudo
Mas a história continua e não se apaga: o nome “Tucuruvi” tem origens tupi, significando “gafanhoto verde” – um inseto nada fácil de encontrar nas ruas de concreto hoje em dia. A propósito, o gafanhoto é o mascote da escola de samba Acadêmicos do Tucuruvi, mostrando que, ao menos no Carnaval, a fauna ainda reina.
Os distritos que fazem divisa com Tucuruvi: Tremembé (Norte), Jaçanã (Leste), VilaMedeiros (Sudeste), Santana (Sudoeste), Mandaqui (Oeste) e Vila Guilherme (Sul).
O bairro faz divisa com vários distritos e abraça 17 bairros vizinhos, formando uma vizinhança tão extensa em todos esses anos: Vila Dom Pedro II, Parada Inglesa, Jardim França, Vila Mazzei, Jardim Kerlakian, Jardim Barro Branco, Jardim Dona Leonor Mendes de Barros, Jardim Maria Antônia, Parque Rodrigues Alves, Vila Pedrosa, Vila Gustavo, Vila Nivi, Vila Constança, Vila Santa Terezinha, Parque Vitória e Vila Cachoeira
No começo, lá pelos idos de 1903, era tudo mato, até que um inglês chamado William Harding decidiu comprar terras e anos depois surgiu o bairro Parada Inglesa — por causa da parada de trem da Tramway, onde desciam os ingleses.
No início, a região era composta por chácaras e fazendas, sendo um importante núcleo agrícola no fornecimento de hortaliças e leite para São Paulo. Muitas famílias italianas se instalaram na região no final do século XIX, contribuindo para o desenvolvimento econômico e cultural do bairro.
As marcas do tempo
O italiano Henrique Mazzei comprou terras por uma pechincha e as dividiu em lotes. O resultado? Vila Mazzei. A partir daí, a região começou a crescer e se desenvolver.
Nos velhos tempos, o Tramway Cantareira ligava o centro da cidade ao bairro, que ajudou o distrito a se expandir. Já em 1925, o Tucuruvi se desvinculou do bairro de Santana e se tornou independente.
O Tucuruvi passou por uma série de transformações. Uma grupo de cidadãos, incluindo Manuel Gomes, João Gualberto de Almeida Pires e outros, botou a mão na massa e mudou os destinos administrativos, de subdistrito a distrito do Tucuruvi, a evolução estava em pleno curso.
O passado junto ao moderno
Hoje, Tucuruvi é uma terra de arranha-céus, onde os prédios mais altos já escondem a Serra da Cantareira, a perder de vista. A Estação Tucuruvi do Metrô, com a Linha 1-Azul, foi inaugurada em 1998, tornando-se terminal estratégico e acelerando a urbanização local.
E o progresso trouxe shoppings, um comércio ativo e ônibus de todos os tipos e destinos, inclusive com os municípios ao redor — Mairiporã e Guarulhos.
E como em um truque de mágica, antigos armazéns deram lugar a novos e modernos supermercados e velhos casarões históricos foram demolidos para dar espaço a prédios modernos.
Um pouco de preservação
Inclusive o Palacete dos Hardings — que deveria ter sido preservado como memória do bairro — foi demolido e construiu-se o prédio da atual subprefeitura. Nem mesmo uma placa de memória para informar o que era no local, homenagem ao fundador do Tucuruvi — que tem uma rua sem saída, escondida atrás do Shopping Metrô Tucuruvi, sem uma placa com a informação de quem foi William Harding.
As ruas tem nomes simples que não preservam as memórias de pessoas significativas para o bairro. Junto aos nomes não há uma identificação para de quem foi o homenageado na placa. Quem foi Maria?… Hebe? … Borges? … Neri? …Oriosto César? … Dona Gabriela? … Isaura? …Vicenza? E tantas outras ruas sem informar o que foram as ´´personalidades´´na época.
Tucuruvi é um bairro que não tem medo de mudar, mas, a cada transformação, um pouco do seu passado desaparece. Ficam somente as recordações dos moradores mais antigos, que ainda lutam pelas memórias. Um exemplo: todo o terreno do Condomínio Valparaizo foi o Supermercado Big e depois Carrefour, até virar o enorme prédio do hoje Tri-Mais.
Ainda há tempo, Feliz Aniversário!
Portanto, feliz aniversário, Tucuruvi , e que as festas sejam mais naturais, com a participação dos moradores – se ainda for possível! E que os políticos sejam mais solidários com os moradores, com ações de melhorias para melhor qualidade de vida.
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