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por Beto Freire (*) — Artigo n. 03 – < Cidadania >
A época de chuvas é cíclica, todos sabem quando vai chover e o quanto chove na época do verão. Em São Paulo, as águas costumam chegar mais abundantemente entre novembro e março.
São cinco meses em que São Pedro deixa a torneira aberta para regar nosso jardim de concreto. Essa chuva é abençoada, traz vida para a fauna e flora da cidade, e ainda melhora consideravelmente a qualidade do ar paulistano.
Como nem tudo são flores na selva de pedra, esse período chuvoso causa enchentes e alagamentos constantes em determinados pontos da região. É algo quase tão certo como a morte.
Sabemos que vai acontecer e sempre naquele período, a diferença entre a enchente e o alagamento é que poderíamos evitar e/ou reduzir a inundação de casas e comércios.
Como evitar
O primeiro passo para enfrentar o problema é através das galerias de água pluvial, que tem no mínimo 50 anos de vida… Foram concebidas em uma época que a cidade tinha muitas áreas verdes e pouco cimento e asfalto.
Elas não tem capacidade pluviométrica para vazão das tempestades de verão na contextualização atual dos bairros e vilas.
A segunda maneira para atenuar o caos das águas é com o aumento de áreas verdes nos pontos periódicos de enchentes, com os chamados “Jardins de Chuva”,que são ideais para lugares tipicamente concentrados. Na Zona Norte ainda não há nenhum jardim de chuva genuíno, com capacidade de retenção de água.
Esse benefício tem custo baixo e são fáceis de fazer, com uma pequena estrutura debaixo da terra e vegetação para “guardar água” por pequenos períodos. Além de proporcionar uma significativa melhora na paisagem onde estão são instalados, com flores variadas e coloridas.
Menos lixo nas ruas
Introduzir uma coleta de lixo eficiente e diária em áreas comerciais, concomitante à varrição e limpeza das vias, é outra forma de evitar as enchentes.
Calçados e sarjetas limpas não entopem bueiros e galerias. A água da chuva sem barreiras de detritos sólidos, é rapidamente escoada, assim a tendência de acúmulo em pontos específicos é paulatinamente removida.
A construção de piscinões é a alternativa mais custosa. O modelo feito no Pacaembú na década de 90, é um exemplo de sucesso no combate a enchentes. Além de não trazer prejuízos arquitetônicos e degradação no seu entorno, é o tipo de obra necessária para alguns pontos de nossa região.
O grande desafio do contribuinte é exigir obras que tragam resultado ao invés de bonitas fotos e vídeos. Obras reais com qualidade de vida para a população, ao invés de atos eleitorais. São obras e intervenções que irão beneficiar inclusive as gerações futuras, trazendo qualidade imediata e são herança para nossos filhos e netos.
Cabe aos contribuintes e eleitores essa missão de exigir evolução de políticas públicas. As obras para fazer “sucesso momentâneo” tem apenas serventia eleitoral e quase sempre não tem impacto positivo para moradores e comerciantes. Na verdade, os “pagadores de impostos” acabam sendo os os patrocinadores do desperdício de dinheiro público.
(*) Beto Freire — Antonio Roberto Freire é o nome oficial, com batismo de família genuinamente portuguesa, nascido e criado na Zona Norte, nas bandas da Vila Guilherme e Vila Maria. Cronista das Vilas, é torcedor apaixonado pela Portuguesa de Desportos, casado com Flávia e pai de três filhos – Maria, César e Norberto que também torcem pela Lusa. Beto Freire é um apaixonado pela Zona Norte, sendo colaborador há muitos anos do DiárioZonaNorte. Com olhar de ativista social, preocupado com a melhor qualidade de vida de todos os moradores, já teve participações em muitas audiências públicas e na diretoria e reuniões do Conselho Comunitário de Segurança-CONSEG de Vila Maria, além da presidência da Associação dos Frequentadores do Parque Vila Guilherme-Trote (PVGT).
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