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- Sistema Cantareira entra em nível de alerta
O Sistema Cantareira, principal manancial de abastecimento da região metropolitana de São Paulo, registrou 39,0% de volume útil nesta esta 4ª feira (18/08/2021) e entrou no nível de alerta.
Os dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que descarta desabastecimento.
Sem chuva
Os baixos índices de chuva são responsáveis pelo atual volume de água no Sistema Cantareira. De janeiro até 15 de julho deste ano, o reservatório teve apenas 61% de chuvas em relação à média histórica, um déficit de 39%, de acordo com dados da Sabesp.
Um prognóstico feito pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) estima que o Sistema Cantareira pode terminar o ano operando com menos de 30% de sua capacidade. Este volume é semelhante aos 27,3% de dezembro de 2013, ano pré-crise hídrica, o que pode indicar desabastecimento em 2022.
Para voltar a uma situação considerada normal, o volume do Cantareira deveria girar em torno de 60% – conforme parâmetros da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
O Sistema Cantareira
Considerado um dos maiores sistemas de abastecimento do mundo, o Sistema Cantareira produz 33 mil litros de água por segundo.
Doze municípios (oito paulistas e quatro mineiros) integram esse complexo formado por seis reservatórios – Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha, Juquery ou Paiva Castro e Águas Claras – interligados por 48 quilômetros de túneis subterrâneos, a Estação Elevatória de Santa Inês e a Estação de Tratamento de Água do Guaraú.
O sistema atende cerca de 8,8 milhões de pessoas, o que representa quase metade dos habitantes da Região Metropolitana de São Paulo.
São moradores das zonas norte e central da Capital, além de parte das zonas leste e oeste. Também recebem água do Cantareira os municípios de Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba e São Caetano do Sul, parte de Guarulhos, Barueri, Taboão da Serra e Santo André.
Uma pequena parte da Serra de Itapetinga inserida nos municípios de Mairiporã, Nazaré Paulista e Guarulhos, e que está sob “limitação administrativa provisória”, também é parte integrante da área do Sistema Cantareira de abastecimento.
Companhia Cantareira e o Imperador Dom Pedro II
Estudos de 1852 já indicavam que nascentes localizadas na Serra da Cantareira e o regime de chuvas intermitente na região seriam a combinação ideal para evitar qualquer problema de abastecimento na Capital paulista.
A cidade vivia um período de crescimento demográfico expressivo motivado pela urbanização e a industrialização sem controle, em que se verificou o impactante salto de 20 mil habitantes, em 1870, para 240 mil em 1899.
E foi durante esse processo que, em 1878, nasce a Companhia Cantareira – evento que contou com a presença do imperador Dom Pedro II.
Na inauguração da empresa ainda imaginava-se que a cidade entraria no século 20 com 60 mil habitantes, um equívoco percebido no censo de 1892 que constatou já haver o dobro de moradores na Capital. Constado o erro de projeção, o governador do Estado rescinde o contrato com a empresa e compra suas propriedades na serra.
Nasce o Parque Estadual da Cantareira
Ele também amplia a área para conservação com a desapropriação de aproximadamente 5 mil hectares para a construção de novas represas (da Cuca, Olaria, Itagussu, Divisa, Manino, Bispo, Guaraú, Cassununga e Engordador). Um sistema de abastecimento de água foi montado e permaneceu em funcionamento até 1973, quando entrou em operação o atual Sistema Cantareira – hoje administrado pela Sabesp.
As áreas adquiridas para a garantia da produção de água com qualidade ganharam o status de “reserva florestal” ainda antes da virada para o século 20.
O Parque Estadual da Cantareira nasce a partir da condição de “reserva florestal”, sendo transformado em Parque por meio da Lei Estadual 6.884 de 1962 e posteriormente em Parque Estadual Turístico da Cantareira em 1968 (Decreto Estadual nº 10.228).
<com apoio de informações: Portal Mananciais Sabesp e Imprensa Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente>. alerta alerta