da redação DiárioZonaNorte
- Sistema opera com 46,7% de sua capacidade, segundo boletim da Sabesp.
- O Cantareira é o maior reservatório paulista.
- É o responsável pelo abastecimento de água para 46% da população da região metropolitana.
O Sistema Cantareira – principal reservatório de água da cidade de São Paulo– opera na chamada faixa de “atenção”, com 46,7% de volume útil – o que equivale a 458 milhões de metros cúbicos. O índice está diretamente relacionado ao dezembro de 2022 e janeiro de 2023, mais chuvosos da história.
Os dados são do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – Consórcio PCJ , uma associação civil de direito privado, composta por 40 municípios e 24 empresas associados.
O Consórcio PCJ realiza o importante trabalho ao atuar como uma agência de fomento, planejamento e sensibilização, com o objetivo de recuperar e preservar os mananciais, além de discutir a implementação de políticas públicas voltadas à gestão da água.
Crise hídrica
O Sistema Cantareira abastece as zonas Norte e central e partes das zonas Leste e Oeste da capital, bem como os municípios de Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba e São Caetano do Sul (na sua totalidade); e parcialmente os municípios de Guarulhos, Barueri, Itapevi, Jandira, Santana de Parnaíba, Cajamar e Santo André .
O Sistema Cantareira é composto por seis represas: Atibainha, Cachoeira, Jacareí, Jaguari e Paiva Castro. No total, a capacidade de armazenamento é de quase 1 trilhão de litros de água. A principal fonte de abastecimento é a chuva e, muita chuva na cidade de São Paulo não significa que os sistemas – que ficam localizados distantes da cidade, estejam recebendo a mesma intensidade de chuvas.
O tratamento da água é feito na Estação de Tratamento do Guaraú, a maior instalação de tratamento da Grande São Paulo, abastecendo abastece cerca de 7,5 milhões de pessoas por dia, 46% da população da Região Metropolitana de São Paulo.
Para que o Cantareira volte a uma condição “segura” (60%) é preciso muita chuva e um esforço urgente os mananciais sejam preservados e a natureza siga seu curso na produção de água.
Perdas no trajeto
Enquanto no Brasil cerca de 35 milhões de pessoas não tem acesso à água tratada para cozinhar ou lavar as mãos, perdemos no trajeto entre as estações de tratamento até a casa dos brasileiros, cerca de 40,1% da água tratada.
Sim, a cada 100 litros 40 não chegam ao seu destino. Esse número equivale a mais de sete vezes o volume do Sistema Cantareira ou ao volume de 7,8 mil piscinas olímpicas.
Mesmo considerando apenas os 60% deste volume que são de perdas físicas (vazamentos), estamos falando de uma quantidade suficiente para abastecer mais de 66 milhões de brasileiros em um ano, equivalente a um pouco mais de30% da população brasileira em 2020 ou ainda atender 13 milhões de pessoas que moram em favelas.
Além de atender a este enorme contingente de brasileiros, no que se refere ao impacto ambiental, o volume de água que poderia ser economizado da natureza certamente ajudaria a manter mais cheios os rios e reservatórios espalhados pelo país