democracia
<< Artigo>> por Luciano Victor Barros Maluly (*)Post category
Alguns meios de comunicação anunciaram, recentemente, o adiamento dos debates eleitorais para presidente da República, em virtude da ausência dos principais candidatos. Já não é de hoje que esse cenário se repete nos diversos pleitos brasileiros. Agora, a tática dos marqueteiros de plantão é ignorar o convite ou enviar uma desculpa esfarrapada.Essa atitude reflete uma postura autoritária dos futuros governantes, que se fecham em si, e mesmo das empresas de mídia, que negam ao público o direito de conhecer e debater as propostas dos demais candidatos. Além disso, e mais uma vez, o jornalismo brasileiro escolhe os seus favoritos a mando de forças paralelas. Nosso futuro é assustador com políticos e comunicadores avessos ao diálogo, ou mais, aos princípios democráticos.
Na política, o debate é um direito e um dever que regem os candidatos e os eleitores, por meio da troca de ideias e de um possível consenso diante das demandas da sociedade.
Existem falhas nos formatos dos programas, com os produtores a cederem poucos minutos para a discussão de importantes e variados temas. Por isso, o ideal seria uma série de programas, com cada produção sendo pautada por um assunto de interesse público – emprego, saúde, educação, economia, segurança, entre outros.
A possibilidade de retransmissão dos debates por diversos canais seria um ganho ao processo eleitoral e também aos consórcios, assim como fizeram com as informações relacionadas à pandemia, especialmente diante dos dados sobre o contágio e as mortes.
O debate é uma tradição no curso de Jornalismo da USP, com os alunos a produzirem programas transmitidos pela Rádio USP, desde 2008. Um exercício de cidadania em que assuntos do cotidiano são analisados e discutidos pelos convidados, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e, assim, diminuir a desigualdade causada também pela falta de informações.
Sobre o estado atual das coisas, há uma expectativa geral para a realização dos debates entre os presidenciáveis, como um aceno à não violência e um tributo às liberdades – de expressão e de Imprensa.
(*) Luciano Victor Barros Maluly, chefe do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Artigo publicado originalmente no Jornal da USP.
Comentários e sugestões: [email protected]
Nota da Redação: O artigo acima é totalmente da responsabilidade do autor, com suas críticas e opiniões, que podem não ser da concordância do jornal e de seus diretores.
democracia democracia democracia democracia