conseg água fria
da Redação DiárioZonaNorte
- O assunto que dominou a reunião foi o aumento de insegurança na região
- Os subprefeitos de Santana/Mandaqui e do Jaçanã/Tremembé não comparecem
- Um assunto mais comentado foi a obrigatoriedade dos Boletins de Ocorrências
Um amplo auditório recém-reformado com 200 lugares em uma noite tranquila na última 2ª.feira (21/02/2022) em mais uma reunião do Conselho Comunitário de Segurança-CONSEG Água Fria, Mandaqui e Tremembé (*), que aconteceu no Colégio Estadual Doutor Octávio Mendes (CEDOM), na Rua Voluntários da Pátria, em Santana. <N.R.: (*) mais os bairros: Alto de Santana, Barro Branco, Barro Branco, Vila Aurora, Jardim das Pedras, Jardim Tremembé, Jd. França, Jd. Leonor Mendes de Barros, Lausane Paulista (parcial), Palmas de Tremembé, Santa Terezinha (parcial), Tremembé, Tucuruvi (parcial) e Vila Albertina).
Cerca de 50 pessoas compareceram à reunião – na maioria, pela primeira vez em função da insegurança na região -, notando as ausências dos Subprefeitos João Neto, de Santana/Tucuruvi/Mandaqui, e de Dário José Barreto, de Jaçanã/Tremembé. O presidente do CONSEG, Silvonei Amaro, lamentou muito as ausências, que nem mesmo houve um retorno do convite e nem tão pouco a presença de um representante.
“Eles deveriam estar aqui prestando informações e não seria nenhum favor”, lamentou Silvonei. Ele lembrou que se eles não podem comparecer, “que mande um representante, já que é lei”. O presidente do CONSEG deu sequência à reunião, destacando que “mesmo com as ausências dos representantes do poder público, discutimos aqui o que acontece na região”.
Quanto à Subprefeitura de Santana/Tucuruvi/Mandaqui, o presidente do CONSEG disse que “mudou de novo de subprefeito”. E foi mais além: “como as indicações são de interesses políticos, eles mudam a bel-prazer. Quem domina a Subprefeitura de Santana/Tucuruvi/Mandaqui é uma vereadora de Santo Amaro (aqui ele confundiu onde mora o subprefeito, mas a vereadora é de Osasco ). Assim fica difícil até para nós!”, finalizou.
As presenças e as ausências
Mas os membros natos da Polícia Militar e da Polícia Civil não deixaram de comparecer, representados pelo Capitão PM Roberto Crisóstomo, comandante da 2ª Cia. do 43º Batalhão; e o Delegado assistente Ricardo Kanashiro S. Soares, do 20º Distrito Policial, substituindo a Delegada Titular Fabiana Sarmento de Sena Angerani. E ao lado deles, a representante da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Uiara Souza Cabral, com o apoio na Secretaria do CONSEG, Simone Cristina Molnar.
Além das ausências dos dois subprefeitos, não houve as representações da Guarda Civil Metropolitana, Sabesp, Enel, SP Trans, Conselho Tutelar, Ordem dos Advogados do Brasil-OAB/Seção Santana, Conselho Participativo e de outros conselhos e associações. E o foco principal ficou em cima da segurança pública da região, com maior participação do comandante da Policia Militar.
Segurança nos colégios
De imediato, a abertura foi feita com a plateia sobre segurança. Representantes de colégios da região — como Imperatriz Leopoldina e Colégio Salesiano Santa Terezinha — relataram o aumento de roubos e furtos atingindo alunos, familiares e funcionários que acontecem nos entornos. O pedido é para aumentar a segurança com mais ronda escolar. ” Estamos sentindo uma necessidade muito grande. Nossos meninos estão correndo risco na região. Está demais, uma loucura. Não dá mais!”, desabafou uma representante dos colégios.
O comandante da Polícia Militar, Capitão Crisóstomo, referiu ao momento que todos estão vivendo com a pandemia, que criou uma dependência maior da tecnologia — com os alunos usando mais os celulares e tablets —- o que desperta mais casos de assaltos.
A importância dos Boletins de Ocorrências
Em caso recente, o comandante foi verificar reclamações de assaltos próximos ao Colégio Salesiano e nada encontrou de registros nas estatísticas da Polícia Militar. “Se não tiver o Boletim de Ocorrência – o chamado B.O. – registrado no Distrito Policial, como vou saber se naquele local tem incidência criminal?”, indagou.
O comandante insistiu que depende de informações para mapear os locais de maior incidência de crimes (as zonas vermelhas conhecidas como “áreas de calor”) e, a partir dai, dar mais atenção e deslocar viaturas no local. “Se não houver o Boletim de Ocorrência com o IMEI do celular, não temos como agir”, deixou bem claro.
A sigla IMEI ( significa International Mobile Equipment Identity – traduzindo: ”Identificação Internacional de Equipamento Móvel” – clique aqui e veja como localizar os dados. O comandante complementou: “Não irá para o mapa e os policiais ficarão sem informações complementares do roubo. Se a pessoa não registrar o B.O., nos deixa às cegas!”.
O delegado Kanashiro acrescentou que o Boletim de Ocorrência Eletrônico via internet é válido também para o registro junto à Policia Civil – clique aqui para acessar. “Vai ser encaminhado da mesma forma e com investigação em ação conjunta com a Policia Militar”, explicou. E ratificou a importância de registro no B.O. com o número do IMEI do celular para investigações, inclusive pela Polícia Militar, no momento da abordagem de um suspeito na rua.
A situação do Batalhão
A representante de um dos colégios informou que já até foi feito o B.O. em um caso recente, mas insistiu na importância de Ronda Escolar preventiva para inibir os casos. O comandante fez uma explanação sobre uma série de problemas de qualificação de policiais, alem de contigentes de aposentados, demitidos, expulsos e os que buscam melhor qualificação profissional.
Segundo ele, o Batalhão tem somente três viaturas de Ronda Escolar, que mobilizam dois soldados por turno de serviço em cada viatura. “Está extremamente desfalcado e hoje trabalhamos com o que a gente tem”, lamentou, acrescentando que são muitos colégios e, deste modo, “acaba sendo uma dificuldade”.
O comandante Crisóstomo esclareceu ainda que os policiais tem que atender as ligações através do 190 – que atingem mais de 60 mil chamados por dia – , com as viaturas sendo empenhadas e sem estrutura para fazer policiamento preventivo.
Segundo ele, hoje não há condições de como se fazia em anos anteriores. Ainda lembrou que a Polícia Militar não acompanhou a evolução populacional e ficou defasada, juntando os aposentados, os problemas de saúde e principalmente os policiais afastados com restrições operacionais por causa de inquéritos e investigações – não pode trabalhar nas ruas e fica interno.
Uma moradora do Jardim França reclamou sobre o suposto “descaso” do atendimento do número 190, ao relatar uma ocorrência de roubo. O comandante estranhou a situação e aconselhou, neste caso, ligar imediatamente para a Ouvidoria da Polícia Militar (Fone: 0800-0177070 das 09 às 17 hs -E-mail: [email protected] ) para relatar o ocorrido e lembrou que todo o atendimento realizado pelo 190 é gravado. Portanto, a ouvidoria tem condições de checar o ocorrido.
O delegado Kanashiro aproveitou para informar como são conduzidas as investigações a partir do registro da ocorrência (B.O.) no Distrito Policial.
Já o comandante da Polícia Militar acrescentou ainda que sua equipe trabalha afinada com a Polícia Civil, “tendo 100 por cento dos casos solucionados, em cima dos Boletins de Ocorrência”. Todos os envolvidos estão presos e outros identificados, “mais hora ou menos hora, serão presos!”. Mas depois de alguns meses estão na rua de novo e voltam a cometer os crimes, com novas prisões.
Questionado sobre o fim da Operação Delegada, que foi instituída pela Prefeitura de São Paulo na gestão Gilberto Kassab, em convênio com a Polícia Militar – informou que ela foi “deixada de lado pela Prefeitura por corte de verba” . O comandante explicou aos presentes sobre o funcionamento do convênio com a Prefeitura e da Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar – DEJEM, que é estadual e dá mais vantagens nas 8 horas de trabalho para o policial.
Mais ações na região
Um morador da região pede a intensificação da presença da Polícia Militar na área, já que na região há três características: moradias, comércio e colégios. E na região há fatos reais, mas a questão de não providenciar o Boletim de Ocorrência é uma questão de comportamento.
O comandante rebateu mostrando que é uma situação igual a outras regiões, repetindo que a Polícia Militar trabalha com “inteligência criminal” e em cima das estatísticas através dos Boletins de Ocorrência, sem privilégios.
A partir daí, os assuntos foram rodando em outros detalhes, como a Operação Delegada; apoio politico de um vereador da região; interlocução com a Subprefeitura; a situação de Santana perto do Metrô com moradores de rua; roubos e troca de tiros em casos na região; identificação de assaltantes; repetindo a importância do registro policial; a situação de insegurança dos moradores; a Vizinhança Solidária; terreno baldio com invasão de traficantes; o Relatório de Averiguação de Incidente Administrativa-RAIA, documento da Policia Militar para comunicar casos à Subprefeitura; a privacidade no reconhecimento facial de bandidos; e outros casos de roubos e assaltos.
O presidente do CONSEG, Silvonei Amaro, tentou reposicionar os assuntos. “Estamos falando e repetindo o mesmo assunto”, com resistência da plateia. Mas os assuntos voltaram à insegurança da região e os Boletins de Ocorrência. E aconteceu os agradecimentos da líder comunitária Dona Carminha, que “eu vim aqui para elogiar” com referências as ações da Polícia Militar no Jardim das Pedras. E aproveitou para pedir ajuda em doações para 148 crianças que ele cuida em uma creche, com Páscoa, Dia das Crianças, Natal e outros.
O final da reunião
Após uma 01 hora e 20 minutos, o comandante da Polícia Militar e o delegado encerraram as participações na reunião e se retiraram para outros compromissos. Mas ainda atenderam os moradores, na saída, com uma grande debandada da plateia.
Com menos pessoas, os assuntos foram direcionados à representante da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que atendeu, anotou e ficou de dar retorno na próxima reunião ou através de telefone do morador; e mais a fala com orientações de trânsito do Guarda Luizinho. Um tempo extra de 20 minutos e foi encerrada a reunião com as palavras finais do presidente do CONSEG: “Boa noite, senhores e senhoras. Até a próxima reunião, que acontece sempre às terceiras 2a.feira do mês. A próxima será em 18 de março. Muito obrigado pelas presenças”.
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