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da Redação DiárioZonaNorte
O bairro de Santana completa 242 anos nesta 6ª feira, 26 de julho de 2024. A origem do bairro foi a Fazenda de Sant’Ana, fundada pela Companhia de Jesus. Juntamente com os jesuítas, vieram colonizadores portugueses que trouxeram índios escravos.
O nome da fazenda era uma homenagem a Santa Ana, mãe de Nossa Senhora e avó de Jesus. Ali foram estabelecidos alguns centros de plantação e criação de animais e uma capela com a imagem de Sant’Ana. Em 1673, tornou-se a fazenda mais importante do Colégio de São Paulo.
A fazenda tinha seus limites a partir das imediações do Jardim da Luz, seguindo o Rio Guaré (atual Tietê) e terminando aproximadamente em Mairiporã.
Como reflexo da determinação do Marquês de Pombal de expulsar os jesuítas do Reino de Portugal e de suas colônias, confiscando seus bens, a fazenda passou a ser administrada pelo governo da Capitania de São Paulo, já não mais pela Companhia de Jesus.
Em 1821 a sede da fazenda era conhecida como Solar dos Andradas. Foi ali que José Bonifácio de Andrada e Silva teria redigido manifesto paulista que ajudou na declaração do Dia do Fico – ato político do imperador Dom Pedro I realizado no dia 9 de janeiro de 1822 que antecedeu a independência do Brasil em 7 de setembro do mesmo ano.
Em 1850, o Solar dos Andradas deu lugar ao Seminário dos Educandos de Santana, uma escola pública. Mais tarde, em 1875, o governo do Estado aproveitou o prédio para ali instalar o hospital de variolosos.
Com a mudança do hospital, o local se transformou em 1892 nas oficinas do Tramway da Cantareira. Em 1894 o prédio foi transformado em quartel das tropas federais de São Paulo. O antigo edifício, muito deteriorado começou a ser reformado.
Igreja de Sant’Ana
Durante as escavações, a imagem de Sant’Ana pertencente à antiga capela jesuíta, foi encontrada. A imagem foi levada para a residência de moradores da região e a partir de então o culto à Sant’Ana começa a crescer.
Em 12 de julho de 1895, o cardeal Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcante, então bispo diocesano de São Paulo, assina o decreto de Criação da Paróquia Sant’Ana desmembrando-a da Igreja de Santa Ifigênia. Em 1896 foi lançada a pedra fundamental do atual templo, mas somente em 1906 foi iniciada a construção, interrompida por diversas vezes por dificuldades financeiras.
Santa Ana é padroeira do bairro e também foi nomeada “Padroeira de Metrópole de São Paulo” pelo papa Urbano VIII em 25 de maio de 1782. Em 1621, o papa Gregório XV fixou 26 de julho como a data da festa litúrgica de Sant’Ana. A mesma data foi oficializada como dia do bairro, por meio da Lei 11 169 – de 30 de março de 1992, sancionada pela prefeita Luiza Erundina.
Em 5 de julho de 2020, a igreja foi elevada por meio de decreto papal, a Basílica Menor de Sant’Ana.
Tramway Cantareira
As dificuldades de acesso a Santana eram históricas e retardaram o desenvolvimento da região até meados do século XIX. Até então, a região produzia uvas e vinhos. Quando a Companhia Cantareira e Esgotos resolveu captar água na Serra da Cantareira para abastecer parte da cidade de São Paulo foi necessária a criação de um meio de transporte para locomoção de trabalhadores e materiais de construção. Por isso, o Governo do Estado resolveu construir a pequena linha férrea provisória do Tramway Cantareira.
Ao final do ano de 1893, o trem já estava em operação. Passava por Santana na atual Avenida Cruzeiro do Sul transportando passageiros e cargas. Houve uma ampliação do sistema por meio de um ramal até Guarulhos.
Este ramal começava na Estação Areal (próximo ao atual Parque da Juventude) e seguia pela Avenida General Ataliba Leonel. A ferrovia foi desativada em 31 de março de 1965, após 72 anos de operação. Dez anos depois, em 1975, chegava ao bairro a Linha 1 Azul do Metrô, com as estações Tietê, Carandiru e Santana.
Primeira transmissão de rádio
No dia 3 de junho de 1900, o padre Landell de Moura, considerado “pai brasileiro do rádio”, realizou a primeira transmissão da voz humana por rádio, com registro da imprensa, da Avenida Paulista, provavelmente de onde hoje está situado o Museu de Arte de São Paulo até o bairro de Santana, no Colégio Irmãs de São José (atual Colégio Santana). Na época, o padre era o pároco da Capela de Santa Cruz ao lado do colégio.
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