pedranópolis
da Redação DiárioZonaNorte
- Rua Pedranópolis na Vila Guilherme espera por asfalto há mais de 53 anos
- A única explicação plausível é incompetência do poder público
A primeira citação da Rua Pedranópolis – na Vila Guilherme, Zona Norte da cidade de São Paulo, foi na edição de 17 de agosto de 1969 do Diário Oficial da Cidade de São Paulo, quando a “rua 7 – Quadra 091” mudou de denominação na gestão de Paulo Maluf – “prefeito biônico” pela Aliança Renovadora Nacional – Arena, por indicação do presidente da República Costa e Silva e com o apoio de Delfim Netto e contrariando o desejo do então governador Abreu Sodré.
Pedranópolis x Pedranópolis
Travessa da rua Galateia, no território da Subprefeitura da Vila Maria/Vila Guilherme/Vila Medeiros, a rua Pedranópolis tem míseros 151 metros de extensão e conta os 260 km da sua xará Pedranópolis – cidade da região noroeste do estado de São Paulo – distante 518,62 km da capital.
Enquanto a Pedranópolis da Zona Norte pede por asfalto há mais de meio século, a Pedranópolis da Alta Araraquarense teve mais sorte: as ruas da cidade são cuidadosamente asfaltadas, como diriam os antigos “um verdadeiro tapete”.
Faltam razões
O que foge a compreensão é o por quê de uma rua com 151 metros não receber asfalto. Brincadeira de mal gosto de algum gestor, para não fugir ao nome da rua? Falta de planejamento? Falta de dinheiro ou incompetência do poder público?
A rua de poucas casas, uma metalúrgica e uma empresa de reciclagem, fica a poucos metros do Expo Center Norte, Lar Center e Center Norte, Parque da Juventude e Avenidas Zaki Narchi e Luiz Dumont Villares.
As vias secundárias no entorno são asfaltadas. A rua é legalizada por decreto, moradores pagam IPTU e tem Código de Endereçamento Postal – CEP, rede de esgoto oficial, iluminação pública, além de ser atendida pelas concessionárias de água, luz e telefonia.
Quando uma rua recebe asfalto, seus moradores ganham dignidade e uma melhor qualidade de vida.
Chove, a rua Pedranópolis alaga e sobra lama. Quando faz sol, a poeira domina. E tome rinite, bronquite, alergias e pneumonias. A rua não tem calçadas, guias, sarjetas e se transformou em um ponto viciado de descarte de lixo e entulho.
Em 2018, chegou a receber um “resto de asfalto” o mesmo usado no tapa buraco – com aplicação a frio e pouco resistente – sobra de algum outro local e mais recentemente uma fina camada de entulho e betume, que não resistiu aos caminhões que trafegam pelo local.
Asfalto Novo
Em 2017 a gestão João Doria (PSDB) anunciou investimentos da ordem de R$ 550 milhões para recapear, até o ano de 2020, cerca de 400 Km de ruas e avenidas de São Paulo. Era o projeto Asfalto Novo, cuja a verba era formada por 57% do dinheiro arrecadado com multas de trânsito e o restante provém do Tesouro Municipal, de financiamentos e de investimentos da SPTrans com foco em corredores de ônibus.
Só na publicidade do programa foram gastos R$ 28,9 milhões, de acordo com dados do Tribunal de Conta do Município – TCM, que em seu relatório apontou diversas falhas e irregularidades no programa como buracos, vias entregues com desníveis e bueiros tapados parcial ou totalmente.
A rua Pedranópolis ficou mais uma vez sem o asfalto esperado há 53 anos.