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Por um lado, a insegurança nas Vilas da Zona Norte incita mais verticalização

Tempo de Leitura: 3 minutos

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por Beto Freire (*) — Artigo  quinzenal n. 30 – < Cidadania >

Quem conhece nossa região sabe que uma das suas singularidades são as construções horizontais. Prédios eram muito raros por aqui, na verdade contávamos nos dedos os edifícios de Vila Maria / Vila Guilherme / Vila Medeiros.

Nos últimos dois ou três anos, essa realidade mudou bastante o horizonte… A falta de segurança pública empurrou muitos moradores de casas horizontais para apartamentos, muitos quintais foram trocados por varandas apertadas.

Quem morava em terrenos entre 150 e 250 metros quadrados, foi obrigado a “ajeitar” sua vida em imóveis de 50 metros quadrados e ainda teve que desembolsar uma quantia razoável de dinheiro para viver mais apertado e também com mais tranquilidade.

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V.Maria, antes um ´´mar de casas´´.
O fator metrô?

O anúncio da Linha 19 Celeste do Metrô às vésperas das eleições de 2022, parecia o grande impulso para a verticalização de nossos bairros, algo que em pouco tempo mostrou-se uma desculpa para o lançamento de prédios nesse pedaço da Zona Norte.

A Linha 19 Celeste que ligaria o Anhangabaú a cidade de Guarulhos passando pelo Pari, Brás, Belenenzinho, Vila Maria, Jardim Japão, Parque Novo Mundo, Vila Sabrina, Vila Medeiros e Jardim Brasil praticamente teve seu sepultamento antes mesmo do nascimento…

A obra que era a mais adiantada e possuía o mais moderno de modelo de desapropriação, com indenização de valor de mercado dos imóveis e construção direta da iniciativa privada teve seu congelamento anunciado pelo Governo do Estado de São Paulo.

Alguns moradores e comerciantes simplesmente desistiram das melhorias pré eleitorais que nunca chegaram, tomando outros rumos seja na própria cidade de São Paulo ou partindo para o interior e litoral.

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Nas novas obras, a segurança com arame farpado
Como antigamente

Deixando para trás a Vila de outrora, aquela pedacinho de chão que passaram momentos inesquecíveis e saudosos. Outros mais esperançosos e com condições financeiras, estão optando em morar em apartamentos pequenos, mais com opções de lazer e maior sensação de segurança.

São pessoas que deixam pra trás seus vizinhos de décadas, a calmaria de ruas com pouco movimento de veículos, e ainda fazendo prestações para vida toda…uma vez que a violência trouxe a desvalorização dos imóveis residências horizontais.

A população da região é basicamente formada por idosos +60, que são 30% da nossa vizinhança, eles tem pouquíssimas áreas para entretenimento para desfrutar e quase nada para seus costureiro acompanhamentos de saúde, seja pública ou privada.

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Vilas fechadas com portões e mais segurança

Os jovens são outro grupo esquecido pelo poder público, para ter bons empregos e renda é necessário “viajar” para bairros com maior infraestrutura e pluralidade de trabalho.

Com o tempo essa juventude acaba optando em morar mais perto do trabalho, para conquistar mais qualidade de vida na mobilidade urbana e usufruir de serviços públicos e privados de cultura, esportes e lazer. Aliás, por aqui faltam inclusive árvores, somos a antepenúltima Subprefeitura em áreas verdes de toda cidade de São Paulo.

A nós, que ainda não desistimos de nossos bairros e vilas, cabe a fiscalização do dinheiro público oriundos dos nossos impostos, e principalmente consciência plena no momento de escolher nossos governantes.


(*) Beto Freire — Antônio Roberto Freire é o nome oficial, com batismo de família genuinamente portuguesa, nascido e criado na Zona Norte, nas bandas da Vila Guilherme e Vila Maria. Cronista das Vilas, um apaixonado pela Zona Norte, sendo ativo colaborador há muitos anos do DiárioZonaNorte — escreve quinzenalmente. Com olhar de ativista social, preocupado com a melhor qualidade de vida de todos os moradores, sem distinção,  já teve participações em muitas audiências públicas. Por outro lado, foi membro em gestões do Conselho Comunitário de Segurança-CONSEG de Vila Maria, além da presidência da Associação dos Amigos do Parque Vila Guilherme-Trote (PVGT).


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Nota da Redação == (*)  O artigo acima é totalmente da responsabilidade do autor e colaborador, com suas críticas e opiniões, que podem não ser da concordância do jornal e de seus diretores.

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