Parque do Trote em busca da verdade e das promessas em poucas ações na Zona Norte

Parque do Trote

da Redação DiárioZonaNorte

• Ilume-Iluminação Pública agora é controlada pelo órgão SP Regula da PMSP
• O pedido para nova iluminação do PVGT é de setembro de 2018
• Em janeiro de 2022, o pedido foi reativado na Ilume
• Os frequentadores do PVGT já desfrutam da nova iluminação
• O término das obras da iluminação tem previsão de término no final de abril

Como diz um morador da Vila Guilherme: “Só a vontade de Deus, não basta!”.  Segundo ele, finalmente os olhares estão sendo voltados para o Parque Vila Guilherme-Trote (PVGT) e alguma coisa de bom para a qualidade de vida dos moradores começou a se realizar. ” O importante é que um passo foi dado, apesar de ter surgido os que se proclamam os ‘pais da criança’ em um dos problemas antigo do local, que é a iluminação para a prática de esportes e principalmente na segurança dos frequentadores.”, acrescenta esse antigo morador. E a boa notícia acontece depois que o local estava às escuras já há seis meses — neste período o local ficava sem atividades noturnas e um perigo na segurança..

É fato! Equipe da Prefeitura de São Paulo estão ultimando a nova iluminação, que está parcialmente em funcionamento, e será concluída até o final de abril. Depois de vários pedidos que se acumularam com o tempo em vários anos, com participações de demandas em Conselho Gestor do PVGT – enquanto esteve ativo -,  Conselho Regional de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz – CADES, Conselho Participativo Municipal, Audiências Públicas e até em Conselhos Participativos de Segurança-CONSEGs. Além de encaminhamentos às Secretarias, órgãos e Subprefeituras do poder municipal.

O tempo passou e o PVGT ficou

Com idas e voltas, 17 anos se passaram da abertura do Parque do Trote, na Vila Guilherme. Junto com o Parque Vila Guilherme, mais antigo com seus 36 anos, ele forma com seus 187 mil metros quadrados os momentos históricos de uma região da Zona Norte da cidade. Ali foram dias de entretenimento do antigo Club Hypico, de 1937, que veio das mãos do fundador do bairro, o Sr. Guilherme Praun da Silva. E houve o período da Sociedade Paulista de Trote – SPT.

“Isto é bonito de se registrar para contar a história de um povo que tem orgulho de seu passado e vive o seu presente”, diz orgulhosamente um morador ao lado do PVGT. E o tempo passou, o local juntou os dois locais de lazer: Parque Vila Guilherme-Trote (PVGT). Até foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo – Conpresp.

Junto aos parques tem uma enorme área de 71 mil metros quadrados do que foi um centro de compras e negócios chamado MartCenter –— que hoje mantém os seus galpões para estacionamento de caminhões e ônibus — até recentemente uma estação rodoviária. Esse espaço foi sugerido ser encampado junto ao PVGT e até abrir espaços culturais, esportivos e de saúde com um hospital — mas teve momentos de glória com o festival de cultura e gastronomia brasileira com o Revelando São Paulo.

Milhares de pessoas passaram por ali com a oportunidade de conhecer o PVGT, além dos moradores que tem nele o único local para o lazer de fim de semana ou em busca de uma vida saudável. Hoje, os moradores olham com tristeza e comentam, “com o tempo, o parque foi sendo deixado de lado e muito coisa ficou para o esquecido e o abandono”.  Surgiram muitos problemas que eram discutidos uma vez por mês em reuniões do Conselho Gestor – que está inoperante  há três anos desde sua última reunião mensal de 01/04/2019 –, que se perderam nas burocracias municipais e não foram à frente.

Neste meio dos acontecimentos graves — reforma de banheiros, falta de pessoal de segurança, serviços gerais de zaladoria — teve até fatos que poderiam fazer parte de noticiário policial. Mas as rugas do tempo mostraram que o desprezo ficaram nas marcas do parque, o abandono. Um dos últimos registros está no calendário de setembro de 2018, quando a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) encaminhou providências em acertos nas instalações do parque, com uma série de problemas, entre eles a iluminação.

Pedido parado e cutucão de cidadãos

Há quatro anos, o pedido ficou no amontoado de papéis em cima de uma mesa da Ilume-Iluminação Pública –– ou no registro em alguma planilha de computador  –– à espera de providências, que nunca vieram. Trocou-se de gestões em governos municipais e nada foi feito por causa de falta de verbas — apesar do PVGT ter sido alvo de audiências públicas para o orçamento municipal e ter o mesmo olhar negativo da Subprefeitura Vila Maria/Vila Guilherme/Vila Medeiros, que ultimamente tira o corpo fora da responsabilidade — nem mesmo cuida da limpeza do entorno do parque — e atira no colo da SMVA. E tem o início da série do jogo do empurra-empurra, comentários de moradores.

Somente em 18 de janeiro deste ano, o ativista social e presidente da Associação dos Frequentadores do PVGT, Beto Freire, esteve na antiga Ilume – que agora faz parte da SP Regula –, entregou documento em uma reunião com o Coordenador de Gestão da Rede Municipal de Iluminação Pública, Sergio “Maranhão” Cordeiro de Andrade, e pediu, mais uma vez, um olhar no problema da iluminação do PVGT. Pelo menos, dar condições aos moradores que frequentam o horário noturno (até 20 horas), após a saída do trabalho, para realizar os seus exercícios físicos. E, ao mesmo tempo, dar mais segurança a todos os frequentadores. Esse problema de iluminação acontece há quases seis meses e já teve antecedentes em 2015 e 2016.

Com este ato, o assunto foi destravado dentro da SP Regula e reavivando o pedido anterior da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, engavetado à espera de condições de verba, desde 2018. O assunto na Ilume foi de providências imediatas, com uma vistória prévia, no dia seguinte ao pedido.  Não houve nenhuma outra reunião com políticos e entidades da região, nem mesmo verba de fora, como emenda parlamentar para realização dos serviços de apoio à iluminação do PVGT. “O que aconteceu foram algumas fake-news com essa história de quem enviou o pedido”, declara Beto Freire.

O que está sendo feito

Segundo consta, a SP Regula – que substitui a Ilume – providenciou uma equipe já está no PVGT, há alguns dias, e já realizou parte  dos serviços de iluminação. No local, serão 187 luminárias em 172 postes com tamanhos variados até 5 metros de altura. No total, a potência de iluminação será de 3 mil watts, com luminárias em led de 90 watts cada.

O fornecimento de energia é da concessionária Enel, que faz o cabeamento de uma rede da proximidade do parque. Com isto, a antiga caixa de energia primária, que servia à administração e toda rede interna — que está em um reservado ao lado da entrada oficial do parque na Praça dos Trotadores, que até tem histórico de incêndio —  não mais será usada.

A previsão é concluir todo o serviço até no máximo o final de abril. Essa equipe está trabalhando direto, inclusive nos feriados. Segundo uma fonte da administração da Prefeitura de São Paulo, esse prazo deverá ser rigorosamente cumprido, salvo algo extraordinário — como chuvas —, que impeça o trabalho diário.

Todo o trabalho de iluminação está sendo realizado dentro de um contrato de Parceria Pública Privada (PPP) entre a Prefeitura de São Paulo e a Concessionária  Ilumina SPE, que tem parceria com a SP Regula. O valor não foi divulgado, já que há acertos mensais dentro do contrato, com o custo final de responsabilidade da concessionária.

Por outro lado, o órgão da Prefeitura de São Paulo dispõe do apoio do Ilumina São Paulo, que executa os serviços e manutenção da rede municipal, incluindo Ponte Estaiada/Marginal Pinheiros, Ponte das Bandeiras, Viaduto do Chá, Pateo do Collégio, Biblioteca Mário de Andrade, Rua Augusta, entre outros ponto em São Paulo e no Brasil.

As expectativas para novas melhorias

Depois de vários anos no cargo, a ex-administradora do PVGT foi exonerada e assumiu há 15 dias uma nova funcionária da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, que também deixou o cargo nesta 4ª feira (13/04/2022). Sem a participações efetivas realizadas pelas ex-administradoras do PVGT,  com relação à nova iluminação, já que o pedido é do passado e reativado em janeiro, por outros caminhos.  Comentários de moradores e frequentadores do PVGT mostram que comentários foram precipitados  e não confiáveis veiculados em gravações por vídeos nas midias sociais ou divulgações em páginas do Facebook.

Esses problemas pontuais e a falta de uma administração mais efetiva tem seus dias contatos. Em 9 de maio de 2017, ainda na gestão do prefeito João Doria, foi divulgada a lista de 14 parques municipais para serem concedidos à iniciativa privada dentro do programa de desestatização da Prefeitura de São Paulo. O prefeito Bruno Covas, na continuidade da gestão, deu início às privatizações.

O Parque Vila Guilherme-Trote é um deles, com a esperança de dias melhores. Alguns parques já estão em nova administração privada — entre eles, o Tenente-Brigadeiro Faria Lima, no Parque Novo Mundo (Zona Norte) –, que tem a empresa Urbia — a mesma que cuida de seis parques paulistanos, entre eles, o Ibirapuera, e mais os estaduais  Horto Florestal e Parque da Cantareira, na Zona Norte. O PVGT aguarda ansiosamente o que pode ser seu futuro.

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