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OLDBOY
por Aguinaldo Gabarrão
Segundo filme da chamada “Trilogia da Vingança”, OLDBOY é, disparado, o trabalho mais cultuado do diretor e roteirista Park Chan-wook.
Lançado em 2003 na Coréia do Sul, o filme conquistou o mundo e ganhou, entre outros prêmios, o Gran Prix no Festival de Cannes. Quase vinte anos depois, a película foi remasterizada com acompanhamento do próprio diretor e agora relançada em vários países.
Para o público brasileiro é a oportunidade de rever ou conhecer um pouco do estilo verdadeiramente autoral de Chan-wook: roteiro com entrechos inusitados, fotografia estonteante, interpretações que beiram o excesso sem cair na pieguice, entre outras qualidades.
No roteiro também assinado pelo diretor, a personagem Oh Dae-Su é um bêbado que depois de ir parar numa delegacia, é sequestrado e mantido em cativeiro. Após 15 anos é libertado e recebe as pistas que o ajudarão em sua busca pela vingança contra quem o manteve cativo.
Entre quatro paredes
Oh Dae-Su só tem contato com o mundo externo por meio de um televisor. Ele recebe alimentação e cuidados para evitar que se suicide, mas nunca interage com outro ser humano. E constantemente é dopado para suportar a carga de estresse no cativeiro.
A ironia de Chan-wook se revela com clareza: aquele ambiente onde a personagem está aprisionada, é uma referência de como as relações se constroem na contemporaneidade, em que muitos se veem cativos em suas bolhas, tendo a tv por fonte alimentadora de informação, de trocas com o mundo exterior, o que, indiscutivelmente, gera um modo distorcido de enxergar a realidade.
E nesse microcosmo trágico, Oh Dae-Su está subjugado por uma força superior, que age como um deus inexorável, ao estabelecer as regras e determinar seu destino. Só lhe resta, limitado entre quatro paredes, fomentar o ódio e a revolta, elementos indispensáveis para seu futuro acerto de contas.
Clique na imagem abaixo para assistir o trailer:
A Vingança
A obsessão com que Chan-wook mergulha no tema da vingança, como forma de suas personagens atingirem a própria salvação, encontra nas sequências de violência física e mutilações, os elementos que expressam essa mesma punção (estado de tensão), mas não definem de imediato, o verdadeiro motor ou motivo que leva as personagens em sua busca pela vingança. 
Mas quando Oh Dae-Su, após sua libertação, conhece a jovem Mi-do, cuja pureza é o contraponto para religá-lo aos sentimentos de afeto, o destino se apresenta mais uma vez em sua dimensão trágica.
E, ao ser revelada as motivações das personagens nos minutos finais da trama, o diretor demonstra que o prazer da vingança alcançada, não é o último ato, mas dela pode advir um pesadelo ainda maior para a consciência de quem a praticou.
Serviço
Gênero: Drama, Suspense / País: Coréia do Sul / Classificação: 18 anos / Duração: 2 horas / Ano original: 2003
Direção: Park Chan-wook / Roteiro: Park Chan-wook, Chun-hyeong Lim, Hwang Jo-yun / Elenco: Choi Min-sik, Yoo Ji-tae, Kang Hye-jeong, Kim Byeong-Ok, Dae-han Ji / Direção de Fotografia: Chung Chung-hoon / Desenho de Produção: Ryu Seong-hie / Trilha Sonora: Jo Yeong-wook / Montagem: Kim Jae-beom, Kim Sang-beom / Produção: Kim Dong-Joo, Lim Seung-yong / Distribuidora: Pandora Filmes / Divulgação: Sinny Assessoria e Comunicação.
(*) Aguinaldo Gabarrão – ator e consultor de treinamento corporativo. Um eterno colaborador do DiárioZonaNorte.
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