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O ano nem terminou: Zona Norte acumula até dezembro mais de 71 mil casos de dengue

dengue
Tempo de Leitura: 6 minutos

 

da Redação DiárioZonaNorte

Na última semana, moradores da Parada Inglesa, no Distrito do Tucuruvi (Zona Norte), observaram a circulação constante do carro de nebulização, popularmente conhecido como “fumacê”. O veículo, que trafegava pela Rua Dona Gabriela e vias próximas, foi destacado para o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.

Com o som característico do equipamento instalado em uma caminhonete, a operação teve início às 8 horas e se repetiu ao longo de vários dias. A ação consiste na liberação de um inseticida em forma de névoa, que atua diretamente na redução da população do mosquito responsável pela transmissão de doenças como dengue, chikungunya e zika.

De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), “as nebulizações são realizadas em áreas onde há registro de casos confirmados, de forma dinâmica, com base nas notificações dos serviços de saúde”. Essa estratégia tem como objetivo principal impedir a disseminação da doença.

Dengue Zona Norte
Carro com nebulizador em rua da Zona Norte. Foto: Leitor
Ações de combate

As Unidades de Vigilância em Saúde (Uvis) de bairros como Santana, Casa Verde, Vila Maria e Jaçanã/Tremembé — áreas que integram a Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) Norte — conduzem ações contínuas ao longo do ano.

Entre as medidas adotadas estão a identificação e eliminação de criadouros, visitas domiciliares e a utilização de tecnologias, como drones aplicadores de larvicidas, para alcançar locais de difícil acesso.

Além da nebulização, a Secretaria Municipal da Saúde realiza atividades educativas e intensifica inspeções em pontos estratégicos, como terrenos baldios e locais com grande concentração de água parada. Estas ações visam evitar que o ciclo de reprodução do mosquito se complete.

Agentes da saúde em visitas às residências
Os números confirmados na Zona Norte

Até o dia 11 de dezembro de 2024, no Sistema de Informações de Agravos de Notificação – SINAN – do Ministério da Saúde, alimentado com dados da Secretaria Municipal da Saúde -,  a Zona Norte registrou o total de 71.185  casos de dengue  nos quatro distritos:

  • Santana/Tucuruvi/Mandaqui: 12.376 casos
  • Casa Verde/Cachoeirinha/Limão : 18.544 casos
  • Vila Maria/Vila Guilherme/Vila Medeiros: 18.346 casos
  • Jaçanã/Tremembé:  21.919 casos
Quadro com evolução de casos de dengue de 2015 até 11/12/204 – clique na imagem para ampliá-la – fonte: SINAN Online
Números no estado e na cidade de São Paulo

Segundo o Ministério da Saúde, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) tem como objetivo coletar, transmitir e disseminar dados gerados rotineiramente pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das três esferas de governo, por intermédio de uma rede informatizada, para apoiar o processo de investigação e dar subsídios à análise das informações de vigilância epidemiológica das doenças de notificação compulsória.

Em 2024, o estado de São Paulo registrou 29% das ocorrências de dengue no Brasil.  A cidade de São Paulo contribuiu enormemente nesta estatística. Veja os números abaixo:

  • O estado de São Paulo,  em 2024, liderou o número de casos de dengue no Brasil        com 29% das ocorrências.
  • A  cidade de São Paulo registrou em 2024, mais de  500 mil casos de dengue –            respondendo por 27% de todas as mortes oriundas da doença, no Brasil.
  • No mês de abril de 2024, 91 dos 96 distritos da capital enfrentaram uma epidemia
  • A taxa de mortalidade de São Paulo para casos prováveis é de 0,06% e para casos      graves é de 5,66%.
Explosão de casos

Abaixo os dados para comparativo  de 2023 e 2024 com os casos de dengue:

2023

Dengue Zona Norte

2024

Mais intervenções na cidade

A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) de São Paulo contabilizou, em 2024, mais de 11 milhões de intervenções em toda a cidade. As iniciativas incluíram visitas casa a casa, orientações à população, bloqueios com nebulização e o uso de drones. Além disso, o número de agentes em campo aumentou de 2 mil para 12 mil, enquanto a frota de veículos e equipamentos foi significativamente ampliada.

As 28 Uvis da capital trabalham em conjunto para implementar um plano integrado de combate ao Aedes aegypti. Entre as ações destacam-se a aplicação de larvicidas em pontos estratégicos, bloqueios em áreas com casos confirmados e campanhas de conscientização sobre a importância de eliminar criadouros, como pratos de vasos de plantas e caixas d’água destampadas.

Dengue Zona Norte

No início de dezembro, a Secretaria Municipal da Saúde promoveu o evento “Todos Contra a Dengue: Preparação para a Sazonalidade da Dengue e Demais Arboviroses 2025”. Durante o encontro, profissionais de saúde receberam capacitação para lidar com o aumento sazonal de casos esperado nos meses mais quentes.

Dia D de Combate à Dengue

Um marco recente foi o Dia D de Combate à Dengue, realizado em 23 de novembro. Todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade estiveram abertas para a vacinação de crianças e adolescentes elegíveis, entre 10 e 14 anos. Houve também distribuição de materiais educativos, mobilização de agentes de saúde e ações intersecretariais, com foco no controle de criadouros em áreas críticas.

Os sintomas e as providências

A rede de atendimento permanece preparada para casos suspeitos. Os principais sintomas da dengue incluem febre alta, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, náuseas e cansaço extremo. Em situações assim, a recomendação é procurar uma UBS, AMA, UPA ou pronto-socorro para avaliação clínica e realização de testes rápidos.

Os moradores podem localizar a unidade de saúde mais próxima utilizando a plataforma Busca Saúde, disponível no link: http://buscasaude.prefeitura.sp.gov.br/.

No que diz respeito à vacinação, crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos residentes na capital podem receber duas doses do imunizante, conforme o Programa Nacional de Imunizações (PNI).

A vacinação ocorre de 2a. a 6a. feira, das 7 às 19 horas, em todas as 479 UBSs. Aos sábados, o atendimento é realizado nas AMAs/UBSs Integradas. Informações adicionais podem ser acessadas no site oficial da Prefeitura de São Paulo: www.capital.sp.gov.br/saude/dengue.

Com a chegada do verão e o aumento das chuvas, as autoridades reforçam a importância de ações conjuntas entre poder público e população. Combater a dengue exige medidas simples, como verificar se há água acumulada em recipientes e garantir a manutenção adequada de calhas e piscinas. Somente com o engajamento de todos será possível reduzir o impacto da doença na cidade.


<< Com apoio de informações/fonte: Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal da Saúde >>


Nota da Redação/ Editorial – Opinião do DiárioZonaNorte :

Este jornal reafirma seu compromisso com a utilidade pública e a prestação de serviços, buscando informar e fornecer subsídios aos leitores da Zona Norte de São Paulo. Ao destacar temas essenciais, como as iniciativas da Secretaria Municipal da Saúde, reforçamos nossa missão de conscientizar a população sobre a relevância do combate à dengue e ao mosquito Aedes aegypti.

Parabenizamos a Secretaria Municipal da Saúde pelas medidas já implementadas no enfrentamento dessa questão urgente. No entanto, frisamos que os esforços ainda precisam ser intensificados. Estamos entrando no verão de 2025, um período que, segundo o Climatempo, promete ser marcado por dias quentes e chuvosos, criando condições ideais para a proliferação do mosquito transmissor da dengue. Infectologistas alertam que esse cenário climático exige uma atenção redobrada e ações mais incisivas.

A nova gestão da Prefeitura de São Paulo tem diante de si o desafio de ampliar as iniciativas de saúde pública. Embora reconheçamos o trabalho dos agentes das Supervisões de Vigilância em Saúde (Suvis), há relatos de que as visitas domiciliares nem sempre incluem inspeções detalhadas. Em muitos casos, os agentes limitam-se a questionar os moradores nos portões, confiando em respostas verbais sobre a inexistência de criadouros. É fundamental que essas visitas sejam mais completas, com inspeções “in loco” para identificar possíveis focos do mosquito.

Além disso, é essencial investir em ações educativas voltadas para as escolas, tanto públicas quanto particulares. A conscientização de crianças e adolescentes pode levar a informações importantes até os responsáveis, ampliando o impacto das campanhas de combate à dengue. Outras secretarias municipais também devem ser mobilizadas para colaborar na divulgação de orientações e boas práticas.

Para tornar as operações nas ruas mais transparentes e eficazes, sugerimos que os locais das ações sejam divulgados com antecedência. Isso permite que os moradores se preparem para colaborar no dia da visita. Após ações como nebulização e inspeções, seria também recomendável comunicar à população quais áreas foram atendidas e compartilhar um balanço dos resultados obtidos.

O DiárioZonaNorte permanece à disposição para divulgar informações que auxiliem na prevenção e no combate à dengue. O enfrentamento dessa doença exige engajamento coletivo e iniciativas mais robustas. Com a colaboração de munícipes, escolas, subprefeituras e outras áreas do poder público, será possível minimizar os impactos da dengue e proteger a saúde da população da Zona Norte.


 

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