Home Bem Estar Nova variante da dengue pode ser devastadora! Risco de surtos aumenta!

Nova variante da dengue pode ser devastadora! Risco de surtos aumenta!

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  • Reintrodução do sorotipo 3 da dengue no Brasil aumenta risco de casos graves da doença

Após 16 anos sem registros no Brasil, o sorotipo 3 da dengue (DENV-3) reapareceu em 2024 e foi responsável por mais de 40% dos casos notificados em dezembro, segundo o Ministério da Saúde.

A presença dessa variante, conhecida por aumentar o risco de complicações graves, levanta preocupação entre especialistas, já que boa parte da população não tem imunidade contra ela.

O perigo da reinfecção

A infectologista Camila Ahrens, do Hospital São Marcelino Champagnat (*), explica que a exposição a um novo sorotipo pode resultar em um fenômeno chamado Aumento Dependente de Anticorpos (ADE), tornando a doença mais severa.

Os anticorpos gerados por uma infecção anterior podem potencializar a replicação do novo sorotipo, levando a formas graves da dengue”, alerta a especialista.

Complicações como a Síndrome do Choque da Dengue (SCD) e o extravasamento capilar estão entre os principais riscos. Essas condições podem resultar em queda da pressão arterial, falha de órgãos e, em casos extremos, morte.

Estudos indicam que a gravidade da infecção está diretamente ligada à resposta imunológica do organismo, tornando crucial o monitoramento de casos suspeitos.

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Sintomas e tratamento

Os sintomas da dengue incluem febre alta, dor no corpo, fadiga, dores nas articulações, cefaleia e dor ocular. O perigo maior ocorre entre o terceiro e o sétimo dia da doença, quando sinais de agravamento podem surgir.

“Sangramentos, dor abdominal intensa e vômitos persistentes exigem atenção médica imediata”, afirma Larissa Hermann, clínica médica do Hospital São Marcelino Champagnat.

O diagnóstico é feito por testes laboratoriais, como o teste rápido de antígeno (NS1) ou sorologia em estágios mais avançados da doença. A falta de tratamento específico para o vírus obriga a adoção de medidas paliativas.

O tratamento é sintomático, focado na hidratação e no controle da febre e da dor. Em casos graves, pode ser necessário internamento com suporte intensivo“, destaca a especialista.

Médicos recomendam que pacientes com suspeita de dengue evitem o uso de medicamentos como anti-inflamatórios e aspirina, pois esses podem aumentar o risco de hemorragias. O acompanhamento clínico é essencial para garantir uma evolução segura do quadro clínico.

Prevenção é fundamental

Evitar o acúmulo de água parada é a melhor forma de prevenção, pois impede a proliferação do Aedes aegypti. O uso de repelentes, telas protetoras e roupas longas também reduz o risco de picadas. “Ações comunitárias e mutirões de limpeza são essenciais para combater o mosquito”, reforça Camila Ahrens.

O avanço da vacina contra a dengue traz esperança para a população. Em 2023, o Brasil começou a implantar a vacina Qdenga, que protege contra os quatro sorotipos da doença.

“A vacina é recomendada para pessoas entre 4 e 60 anos, especialmente aquelas que já tiveram uma infecção anterior. Estudos apontam que ela reduz significativamente as formas graves da doença“, explica Larissa Hermann.

Apesar dos avanços, especialistas reforçam que a vacina não substitui as medidas preventivas tradicionais. “A proteção contra o Aedes aegypti ainda é a maneira mais eficaz de evitar epidemias“, finaliza Ahrens.


(*)  Hospital São Marcelino Champagnat faz parte do Grupo Marista em Curitiba (PR).


<<Com apoio de informações/fonte: Central Press >>