O Nordeste do Brasil está se consolidando como uma potência no cenário vinícola nacional, destacando-se por suas características e sabores únicos que têm conquistado paladares em todo o país.
Recentemente, a região alcançou um marco significativo ao obter sua primeira Indicação Geográfica (IG) para vinhos tropicais, um reconhecimento da qualidade e singularidade dos produtos locais.
“A IG é o reconhecimento ao trabalho de base que participamos na sua construção. Estamos correndo atrás dos próximos 450 anos, já que no jargão dizem que os primeiros 500 são os mais difíceis, já percorremos ao menos os primeiros 45”, fala o diretor comercial da Vinícola Tropical, expositora confirmada na ProWine São Paulo 2024, Evandro Giacobbo.
Ele se refere ao fato de um dos sócios da vinícola, Jorge Garziera, ser também o enólogo responsável da fazenda marco zero para produção de uvas no Nordeste há exatos 49 anos. Por isso, a palavra que traduz a história da empresa é pioneirismo. A Tropical sempre esteve na vanguarda dessa verdadeira revolução.
Margens do São Francisco
A produção vinícola nordestina não apenas impressiona pela excelência, mas também pela diversidade de sabores e pela experiência enoturística que proporciona.
A região de Petrolina, por exemplo, localizada no sertão, às margens do Rio São Francisco, já é tida como uma das principais produtoras de uva e de vinho do Brasil, conforme dados da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB).
A cidade de Petrolina está entre as maiores colheitas do país. Em 2022, colheu 236 mil toneladas da fruta, o que representa 16% de toda a safra nacional. Além disso, boa parte da produção se destina a fazer vinhos finos, que já conquistaram prêmios e reconhecimento internacional.
Um questionamento pertinente é: como é possível cultivar uva e vinho em uma região tão quente e seca? A resposta é dada pela FAEB e está na irrigação abundante do Rio São Francisco, que permite até duas safras por ano, e na tecnologia de ponta empregada pelos produtores locais, que contam com o apoio de instituições de pesquisa e extensão rural.
“Precisamos quebrar o paradigma de desconfiança da qualidade dos produtos elaborados no nordeste. Enologicamente falando, entre os desafios que temos está o de lidar com a baixa acidez das uvas e por consequência dos vinhos. A despeito, contratamos uma tecnologia que extrai cálcio e potássio, baixando o PH e isso já reflete na vivacidade da cor e proporciona maior longevidade aos vinhos”, destaca o diretor comercial da Tropical.
Tecnologia
Sobre as tecnologias e técnicas utilizadas para superar os obstáculos da produção de uvas e vinhos no Nordeste, Giacobbo divide esse tema.
Sobre uvas, ele diz que não existe possibilidade de produção sem a utilização de irrigação, isso força que ela esteja restrita à áreas muito tecnificadas e em perímetros irrigados ou à beira do Rio São Francisco, basicamente.
Nesse quesito, a Tropical está seguindo o pacote tecnológico disponível, como drones de aplicação de tratamentos, gotejamento na irrigação e buscando a mecanização em tudo quanto é possível.
Sobre vinhos, o diretor conta que a vinícola tem duas plantas capacitadas com aço inox e frio, dois itens fundamentais para a obtenção de bebidas de alta qualidade. A empresa também dispõe do que existe de mais moderno na área enológica, como centrífuga para tratamento de mostos, filtros e equipamentos de apoio, além de linhas modernas de envase, que passam pelas categorias: suco em vidro, suco em PET, vinhos tranquilos, linha isobárica para frisantes, espumantes e chopp de vinho, e uma linha de envase de frisantes em lata.
Tudo mostra que a produção de vinhos no país vai além das fronteiras tradicionais do Rio Grande do Sul, historicamente reconhecido como o maior produtor nacional. A diversidade de castas adaptadas ao clima tropical do Nordeste tem permitido o desenvolvimento de vinhos surpreendentes.
“Com suas paisagens deslumbrantes e um clima perfeito, o Nordeste vai continuar encantando e conquistando novos fãs tanto aqui quanto lá fora. Essa transformação não só impulsiona a produção de vinho, mas também valoriza o terroir único da região, tornando-a um destino obrigatório para os amantes de vinho e boa comida”, comenta a diretora da ProWine São Paulo, Malu Sevieri.
Vinícola Tropical na ProWine São Paulo
Esta será a primeira vez que a Tropical participará da ProWine São Paulo. Giacobbo salienta que a empresa é um dos poucos players que poderão apresentar um vinho de vinhas velhas de 100 colheitas, uma vez que são raras as uvas que têm 100 safras em sua vida.
O carro chefe da vinícola são os sucos de uvas, mas os produtos do futuro são os frisantes e espumantes, as categorias nas quais a Tropical mais se destaca em qualquer comparação do Nordeste com outras regiões do mundo.
“Com a nossa participação na feira, queremos que os visitantes tenham acesso para conhecer rótulos de uma região inusitada, que se consolida como o segundo polo vitivinícola do Brasil, a leveza, frescor e jovialidade dos nossos espumantes e frisantes e o debutar de um vinho icônico para nós, que degustem um lote de uvas plantadas há 47 anos, que já vindimou 100 vezes. Apresentaremos um lançamento do Garziera Safras Centenárias, justamente a de número 100”, antecipa o diretor comercial.
No evento, a Tropical reforçará seu posicionamento em relação a linha Rio Valley, frisantes e espumantes, o vinho Safras Centenárias e o Chopp de Vinhos Select.
ProWine São Paulo 2024
A ProWine São Paulo acontecerá de 1º a 3 de outubro, no Expo Center Norte, em São Paulo/SP e é um spin-off da ProWein de Düsseldorf, na Alemanha. Desde sua estreia, em 2019, tem proporcionado uma experiência única, reunindo os principais players da indústria durante três dias para geração de negócios, lançamentos, networking e compartilhamento de conhecimentos.
O evento é uma realização conjunta da Emme Brasil, Inner Group e Messe Düsseldorf.
As inscrições para visitantes estão abertas e são gratuitas a profissionais do setor. Garanta sua participação aqui.
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