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Na manhã desta 4ª feira (14/08), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência sanitária de preocupação global em razão do aumento de casos de mpox – conhecida popularmente  como “varíola dos macacos”.  

Em 8 de agosto, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) já havia emitido um  alerta epidemiológico para que os países das Américas fortalecessem a vigilância, incluindo a detecção laboratorial e o sequenciamento genômico dos casos confirmados, após a identificação de uma nova variante do vírus da mpox, Clado I (Clado Ib), na região da África Subsaariana.

Desde o fim da epidemia da Covid-19, é a primeira emergência sanitária de preocupação global declarada pela OMS.

Embora a nova variante não tenha sido notificada nas Américas, ela está presente em treze países os países devem permanecer alertas para possíveis casos importados.

A nova variante está associada a uma transmissão sustentada, bem como à ocorrência de casos em uma faixa etária mais ampla do que em surtos anteriores, incluindo crianças.

Estima-se que tenha surgido na República Democrática do Congo em setembro de 2023 e está associada a um aumento significativo de casos no país.

A doença e os sintomas

Mpox é uma doença viral causada pelo vírus de mesmo nome, uma espécie do gênero Orthopoxvirus. Existem dois clados diferentes: clado I e clado II.

Os sintomas incluem febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dores nas costas, baixa energia, linfonodos inchados e erupções cutâneas ou lesões mucosas. A erupção tende a se concentrar no rosto, nas palmas das mãos e nas solas dos pés, mas também pode ser encontrada na boca, região anogenital e olhos.

Os sintomas geralmente duram entre 2 a 4 semanas e desaparecem sozinhos sem tratamento.  Possíveis casos de mpox devem evitar contato com outras pessoas e buscar testes para confirmar o diagnóstico, seguidos do manejo clínico dos sintomas.

Primeira variante e o Brasil

Uma outra variante do vírus, levou a OMS a declarar em 2022 uma emergência sanitária. Em 11 de maio de 2023, após uma redução significativa na disseminação global, o diretor-geral determinou que o evento não constituía mais uma emergência sanitária.

Entre janeiro de 2022 e junho de 2024, nas Américas, 62.752 casos de mpox foram reportados por 31 países e territórios entre 2022 e 1º de julho de 2024, incluindo 141 mortes. Até o momento, apenas o clado II foi detectado na região.

Neste período, dez países concentram a maior parte dos casos confirmados globalmente: Estados Unidos (33.191), Brasil (11.212), Espanha (8.084), França (4.272), Colômbia (4.249), México (4.124), Reino Unido (3.952), Peru (3.875), Alemanha (3.857) e República Democrática do Congo (2.999).

Identificação dos casos

A maioria dos casos foi identificada por meio de serviços de atendimento a pacientes com HIV, serviços de saúde sexual ou instalações de cuidados primários de saúde e envolveu principalmente, embora não exclusivamente, homens que fazem sexo com homens.

O alerta epidemiológico insta as autoridades de saúde dos países “a continuar a vigilância com base em testes laboratoriais e na notificação oportuna de casos confirmados e prováveis“. A vigilância genômica também é fundamental para determinar os clados circulantes e sua evolução.

No alerta, a OPAS recorda os Estados Membros que os esforços devem se concentrar na “detecção e diagnóstico precoce, isolamento e rastreamento de contatos”. Embora a vacinação possa ajudar a prevenir a infecção em pessoas em risco, “a vacinação em massa contra a mpox não é necessária nem recomendada”.

A OPAS também recomenda a disseminação de mensagens de saúde pública para informar e educar populações-alvo, incluindo profissionais de saúde e populações com maior prevalência de HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), principalmente, embora não exclusivamente, homens que fazem sexo com homens, para melhorar o reconhecimento precoce dos sinais e sintomas.

<com apoio de informações: Imprensa OPAS>

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