da Redação DiárioZonaNorte
Com o agravamento da pandemia, com mais internações e mortes, é como “lavar as mãos” diante da triste tragédia. No decorrer de um ano, a situação apertou por todos os lados, com maiores dificuldades. No momento, na produção controlada das vacinas contra a Covid-19, vieram os problemas com os insumos do exterior. Enquanto a seleção de prioridade era somente para os idosos, a situação acomodou-se. Mas agora o aperto chegou às categorias de trabalhadores, com mais gravidade e mortes. Todos querem a vacina e aguardam com ansiedade.
Diante deste problema grave, São Paulo estava diante de um quase “caos nos transportes”, que aconteceria nesta 3ª feira (20abr2021), a partir da zero hora, com a paralisação dos ônibus urbanos — e também dos metroviários, que desistiram no começo da noite (ver abaixo). Conforme havia prometido os dirigentes do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo – o Sindmotoristas, os motoristas e cobradores estariam “cruzando os braços” à espera da definição e programação das vacinas para a categoria.
O Sindmotoristas alegava que, depois de várias reuniões e pedidos, os governos municipal e estadual não deram retorno sobre a necessidade da vacinação dos trabalhadores em transportes. Na organização deste protesto passou a ser considerado um “lockdown no sistema de ônibus”, que dava sinais de envolver 645 municípios do estado – com a possibilidade de arregimentar caminhoneiros, motoristas de aplicativos, motoboys e outros transportadores – além dos metroviários.
O governo de São Paulo percebeu a gravidade da situação a poucas horas da deflagração da greve. No final da tarde desta 2ª feira (19abr2021), os diretores e representantes do Sindmotoristas foram convocados para uma reunião, no Palácio dos Bandeirantes, em busca de uma solução. Mas o presidente do sindicato, o deputado federal Valdevan Noventa, já batia o pé e deixava claro que “caso o governo não sinalize as vacinas, a greve está decretada a partir da meia noite desta 3ª feira”.
Após muita pressão, finalmente o Governo do Estado decidiu que motoristas e cobradores serão vacinados contra a Covid-19. A data do início da vacinação será anunciada na próxim 5ª-feira (22abr2021). Foram mais de três horas de reunião para que o Sindmotoristas tivesse uma posição positiva do Governo do Estado.
“Essa luta é antiga. Foram diversas tentativas, reuniões, protocolos, reportagens em tv, abaixo-assinado, tentando mostrar aos governantes a importância dos trabalhadores em transporte. Agora, finalmente, conseguimos. A vacina trará, sobretudo, esperança a todos”, comemorou presidente do Sindmotoristas.
Neste encontro, estiveram presentes o Secretário de Desenvolvimento Regional, Marcos Vinholi; presidente do Sindmotoristas, Valdevan Noventa; Secretário Geral e Secretário de Assuntos Jurídicos do Sindmotoristas, Francisco da Silva Xavier (Chiquinho) e Narciso Osório de Souza. Como apoio, o presidente do Sindicato dos Condutores de Guarulhos, Brinquinho; o presidente da FTTRESP, Valdir Pestana; o presidente do Sintetaxi, Ceará; e o presidente da CNTTL, Paulo Estasia (Paulinho).
Por outro lado, os metroviários se reuniam
No mesmo momento que acontecia a reunião no Palácio dos Bandeirantes com o Sindicmotoristas e representantes do governo estadual, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo estava reunido para decisão em assembleia se a greve sanitária também aconteceria na mesma 3ª feira ( 20abr2021 ) – que fora decidida em 20 de abril em uma assembleia on-line, com metroviários de todas as linhas, inclusive os funcionários da ViaMobilidade e ViaQuatro.
Sob o comando da Diretoria Executiva e Coordenadores da Secretaria Geral dos metroviários ( Wagner Fajardo Pereira, Altino de Melo Prazeres Júnior e Camila Ribeiro Duarte Lisboa), aconteceu uma “live” transmitida pela página da Facebook, onde foram colocados os pontos das reivindicações e, em seguida, a decisão da assembleia com a oferta do governo para vacinação dos trabalhadores somente de 47 anos ou mais.
Mas essa decisão foi unilateral sem a presença de representantes dos metroviários, com a Secretaria dos Transportes Metropolitanos fixando a data para o dia 11 de maio (3ª feira). Segundo a nota divulgada pelo governo serão atingidos “9.500 trabalhadores que estão em contato direto com mais de 4 milhões de usuários diariamente”.
A proposta da Diretoria do Sindicato dos Metroviários propôs à decisão da Assembleia para a “suspensão da greve” e a “manutenção do estado de greve”, já que a proposta governamental não contemplou toda a categoria. Houve 1.637 votantes, sendo que as propostas foram aprovadas por 81,67% (1.337 votos).
Na próxima 5ª feira (22abr2021) está agendada uma reunião com Secretário Alexandre Baldy, dos Transportes Metropolitanos, quando será iniciada as negociações da campanha salarial e colocadas outras questões da categoria. Há mais de 20 dias já foi encaminhado documento à Diretoria do Metrô de SP propondo o calendário para negociações. Diante disto, já no dia 26 (2a.feira) está marcada uma Assembléia dos trabalhadores do Metrô.
Os metroviários no periodo de 21 até 26 de abril (4ª a 6a.feira) estarão comemorando o Dia Nacional de Luta e com protesto usando adesivos e vestindo de camisetas e outras peças de roupas pretas. E preparando para as reivindicações, com união de outras categorias dos transportes, principalmente dos ferroviários (CPTM e Central do Brasil). Por outro lado, deverá manter repúdio às privatizações dos transportes.
(Re)Leia a reportagem anterior: clique aqui – “Greve de ônibus e metrô está sendo prometida para acontecer no dia 20 em SP”, em 08 de abril de 2021.
Assista ao video da “live” do Sindicato dos Metroviários — clique aqui.
<<Com apoio de informações/fonte: Ass.Imprensa Sind.Metroviários e Sindmotoristas>>