leptospirose
- Infectologista comenta sobre a doença;
- Enchentes: o principal fator de risco para contaminação; e
- Os cuidados com o lixo na rua. Empresas de limpeza recomendam colocar lixo nos dias da coleta, não deixando de um dia para outro.
De acordo com Boletim Epidemiológico de Leptospirose, no Brasil, a leptospirose é uma doença de notificação compulsória às autoridades de saúde, desde 1993.
O boletim divulgado pelo governo federal, no ano passado, mostrou que foram notificados 13.279 casos da doença, com letalidade média de 9%.
Porém, a doença não é tão comentada e segue causando vítimas em diversas regiões, principalmente em períodos de fortes chuvas, por conta de contato com águas contaminadas em alagamentos e enchentes.
A infectologista do São Cristóvão Saúde, Dra. Michelle Zicker comenta sobre a doença: “A leptospirose, doença infecciosa febril aguda, é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados (principalmente ratos) pela bactéria Leptospira”.
Segundo a especialista, sua penetração ocorre por meio de lesões na pele, mucosas, ou por longos períodos em água contaminada. “As inundações propiciam a disseminação e a persistência da bactéria no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos. Desse modo, os casos são mais frequentes no período de calor e chuvas”, complementa Dra. Michelle.
Sintomas, tratamento e prevenção
Antibióticos e outras medidas de suporte são parte da orientação médica e podem agir em qualquer período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na 1ª semana do início dos sintomas.
A médica lembra que “a escolha do antimicrobiano vai depender do estágio da doença e as manifestações clínicas variam desde formas assintomáticas até quadros graves, sendo divididas em duas fases: precoce e tardia”.
Casos leves da doença podem ser tratados em ambulatório, mas os casos graves precisam internação hospitalar. Contudo, a automedicação não é indicada, pois pode agravar a doença.
A especialista ainda ressalta os principais sintomas da fase precoce:
- Febre;
- Dor de cabeça;
- Dor muscular, principalmente nas panturrilhas – “Esse sintoma, quando presente, pode levantar suspeita da doença”, comenta Dra. Michelle;
- Falta de apetite;
- Náuseas/vômitos.
“Em aproximadamente 15% dos pacientes com leptospirose, ocorre a evolução para manifestações clínicas graves, que normalmente iniciam-se após a primeira semana de doença´´, salienta a infectologista.
E conclui: ´´nas formas graves, a manifestação clássica da leptospirose é a síndrome de Weil, caracterizada pela tríade de icterícia (tonalidade alaranjada da pele muito intensa – icterícia rubínica), insuficiência renal e hemorragia, mais comumente pulmonar”. .
“Como sua ocorrência está relacionada a condições sanitárias precárias e alta infestação de roedores infectados, a prevenção da doença está diretamente ligada à melhoria nos programas de saneamento e de higiene”, reforça a especialista. Desse modo, algumas orientações são destacadas pela especialista, de forma a evitar a doença:
- consumir água potável, filtrada, fervida ou clorada. Atenção às quebras na canalização de água durante as enchentes;
- a lama de enchentes tem alto poder infectante e adere a móveis, paredes e chão. Recomenda-se retirar essa lama (sempre com a proteção de luvas e botas de borracha) e lavar o local,
- desinfetando-o a seguir com uma solução de hipoclorito de sódio a 2,5%, na seguinte proporção: para 20 litros de água, adicionar duas xícaras de chá (400mL) de hipoclorito de sódio a 2,5%. Aplicar essa solução nos locais contaminados com lama, deixando agir por 15 minutos;
- evitar o contato com água ou lama de enchentes e impedir que crianças nadem ou brinquem nessas águas. Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha (ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés);
- no controle dos roedores, recomenda-se acondicionamento e destino adequado do lixo, armazenamento apropriado de alimentos, desinfecção e vedação de caixas d´água, vedação de frestas e aberturas em portas e paredes, etc. A aplicação de raticidas (desratização) deve ser feita somente por técnicos devidamente capacitados.
Sobre o Grupo São Cristóvão Saúde == Administrado pela Associação de Beneficência e Filantropia São Cristóvão, o Grupo São Cristóvão Saúde possui 10 Unidades de Negócio, que englobam: Hospital e Maternidade, Plano de Saúde, e vários centros médicos e ambulatoriais.
<< Com apoio de informações/fonte: PR Consulting Global / Camila Pal >>