- Estudo produzido pela FecomercioSP mostra impacto da digitalização da economia sobre o emprego
O avanço tecnológico no Brasil impactou profundamente o mercado de trabalho entre 2012 e 2022, segundo estudo inédito da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
As profissões ligadas à área de Tecnologia da Informação (TI) registraram crescimento de até 740% no período, enquanto outras atividades, especialmente administrativas e de atendimento ao público, sofreram retrações superiores a 80%.
Baseado nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho, o levantamento analisou 60 ocupações — 30 em crescimento e 30 em retração.
No grupo de destaque, profissões de TI, como engenheiro de sistemas operacionais, tecnólogo em gestão de TI e pesquisador em ciências da computação, apresentaram aumentos de 741,2%, 450,7% e 579,3%, respectivamente.
Em números absolutos, analista de desenvolvimento de sistemas (+117 mil postos) e programador de sistemas (+72 mil) lideraram as novas contratações.
Em contrapartida, profissões tradicionais enfrentaram severas reduções. Auxiliar de escritório (-390 mil vagas), vendedor de varejo (-278 mil) e cobrador de transporte coletivo (-99 mil) estão entre as maiores quedas em números absolutos. Em termos percentuais, monitor de teleatendimento (-88,4%), teleoperador (-86,4%) e operador de cobrança bancária (-83,1%) lideraram as perdas.
A digitalização da economia, embora não seja o único fator, acelerou a substituição de funções operacionais e repetitivas por soluções automatizadas. Essa tendência acompanha padrões globais apontados por estudos do Fórum Econômico Mundial (2023), da Organização Internacional do Trabalho-OIT (2019) e do Instituto Global McKinsey (2017), que projetam o crescimento exponencial de funções tecnológicas e o declínio de ocupações tradicionais em diversas economias.
Jaime Vasconcellos, assessor da FecomercioSP, destaca que o impacto da tecnologia no mercado de trabalho está diretamente ligado ao nível de digitalização do mercado consumidor, das empresas e da força de trabalho. Ele ressalta a importância de ambientes regulatórios e econômicos favoráveis para a absorção de inovações tecnológicas no país.
Apesar das disparidades entre áreas, o estudo aponta para uma consolidação da tecnologia como eixo central do mercado laboral no Brasil. A FecomercioSP reforça que, embora seja necessário aprofundar a análise sobre as especificidades de cada ocupação, a aceleração tecnológica cria mais oportunidades do que elimina, desde que acompanhada por políticas públicas e empresariais adequadas
<< Com apoio de informações/fonte: Assessoria de imprensa FecomercioSP >>