da Redação DiárioZonaNorte
Um pouco esquecida há algum tempo atrás, a Zona Norte/Nordeste de São Paulo encontrou agora um novo olhar para investidores. Do passado ficou somente um exemplo clássico da administração municipal com a Avenida Luiz Dumont Villares, que foi inaugurada há mais de 30 anos e continua sendo chamada de “Avenida Nova” – depois dela, nada mais foi inaugurado. Houve muitas promessas e projetos que estão no papel, na dependência de orçamentos e boa vontade da Prefeitura de São Paulo.
Mas, por outro lado, há projetos que foram bem sucedidos, como o Shopping Center Norte e empresas como Ericsson, Braspress e Salton, que produziram por anos o progresso da região (que, por coincidência, as três mudaram-se), entre outras, e agora novos projetos estão vindo para o mesmo caminho de antigos empreendedores.
Desde março, o Assaí Atacadista está em funcionamento com sua loja no Tucuruvi (*); o TriMais HiperCenter está no término das obras e brevemente abrirá as portas também no Tucuruvi (*); e, em outubro, uma vista fantástica da Zona Norte e da cidade estará à disposição no alto do maior prédio da Zona Norte, o Condominio K-1, em Santana, e no topo o funcionamento do Lassù Ristorante (*) – entre outros projetos. Sem contar dois investimentos na área de saúde, com a vinda dos serviços do Hospital Albert Einstein na Av. Braz Leme; e um outro hospital particular em planejamento ao lado da Cidade Center Norte.
Roldão sendo construído
E agora está chegando o Roldão Atacadista, outro atacarejo no estilo cash & carry (pague e leve) com a inauguração de sua 34ª loja na Avenida General Ataliba Leonel — do lado da Vila Guilherme e não Parada Inglesa — encostado na Praça Orlando Silva, que é o território da Subprefeitura Vila Maria/Vila Guilherme/Vila Medeiros.
Naquele ponto é a confluência de importantes bairros da região: Vila Guilherme, Parada Inglesa, Jardim São Paulo, Carandiru, Santana e Tucuruvi – além de abrir estrategicamente para outros bairros da região. Ao lado da Academia K@2, o terreno que era usado como estacionamento foi arrendado pelo Grupo Roldão.
O prédio está sendo construído pela Sabel Incorporadora e Labat Construtora e Incorporadora, sob a responsabilidade do Engenheiro Pedro Luiz Moraco Labate e do arquiteto e urbanista Rhaidar Youssef El Laden, terá um subsolo com 4.844 metros quadrados de estacionamento; e o térreo com a loja e os produtos expostos em 3.674 metros quadrados. Na entrada, em frente aos caixas, haverá as lojas de prestação de serviços — farmácia, bijuterias, lotérica e outras.
Na parte superior, um mezanino para área administrativa, com espaços para o Departamento de Recursos Humanos, CPD/Informática, vestiários, banheiros, sala de descanso e refeitório para os funcionários. A entrada e saída oficiais serão voltadas para a Av. General Ataliba Leonel. Há a possibilidade de uma saída pela Av. Luiz Dumont Villares, caso a Prefeitura venda o pequeno trecho da Praça Angelo Salton (onde há muito tempo havia o prédio da Escola de Samba X-9 Paulistana) – que é considerado “bico de praça”.
Com um projeto espelhado no estilo das lojas nos mais de 10 bairros da cidade e 23 cidades de São Paulo, o Grupo Roldão manteve o mesmo estilo de construção e funcionalidades —- com modelo mais aproximado à loja de Cotia — ver foto ao lado. Na Vila Guilherme, o prédio teve início em dezembro de 2018 e em junho a estrutura de pré-moldado começou a ser levantada. Dentro do cronograma, a previsão é que o prédio seja entregue no começo de dezembro.
A partir dai, a finalização e a montagem da loja para inauguração, com a intenção de aproveitar as festas de fim de ano — que, na pior das hipóteses, pode acontecer em janeiro de 2020.
Um prédio moderno, em pré moldado, com pé alto, estilo galpão, tendo as prateleiras até quase o teto para armazenamento de produtos. E com entrada de luz natural, além da artificial. Com todos os detalhes de acessibilidade e conforto para os funcionários e clientes. Do lado esquerdo do prédio, haverá uma entrada especial e restrita ao depósito e descarga de produtos.
O que é e como começou o Roldão
Como toda boa história de imigrantes portugueses — e, no caso, a maioria vinda da Ilha da Madeira — (e até de outras origens), o enredo é quase parecido. Nele tem muito sacrifício de vida, dificuldades, muito trabalho e empreendedorismo, em épocas passadas sem as vantagens e tecnologias de hoje. “Nada se consegue sem muito suor e dissabores”, diriam os mais antigos. O que não fugiu da família Roldão, com o patriarca Sr. João Roldão, buscando um novo futuro para a família.
E foi parar na Freguesia do Ó, na Zona Norte/Noroeste. Mais adiante, os recursos para sobrevivência da família vinha da venda de linguiça. No início nos arredores da casa, com os vizinhos, e depois aumentando pelo bairro já com um fusca improvisado e, mais tarde, com a compra de uma kombi. A freguesia aumentava e os desafios também. De ambulantes, passaram a distribuidores. Neste caminho, a família Roldão passou por erros e fracassos, algumas vezes, e no aprendizado do dia a dia. Até chegar à primeira loja do Roldão na Av. Inajar de Souza, na Freguesia do Ó.
O lado oficial
Na site oficial do Roldão Atacadista a história é reproduzida com detalhes: ” Eu não atravessei um oceano sozinho aos 11 anos de idade para temer o futuro”. A história da família Roldão começou em 1951, quando seu João cruzou o Oceano Atlântico de navio para tentar uma vida melhor no Brasil. Depois de ter trabalhado na carvoaria do tio, seu João transformou um Fusca em depósito, deixando apenas espaço para o motorista. O restante do carro transportava linguiças para vender de porta em porta nos pequenos comércios da região do bairro paulistano da Freguesia do Ó, onde sua família morava. O negócio prosperou e, em 1981, o Fusca deu lugar a uma Kombi. Ricardo Roldão, filho de seu João e atual presidente e dirigente do Roldão Atacadista, na época com apenas 11 anos, argumentava que para a pequena empresa de entregas de embutidos crescer, tinha de ter mais clientes, sim.
O mix de produtos aumentou, mais embutidos e alguns tipos de queijos, entre eles as delícias mineiras da Serra da Canastra. Foram anos de muito trabalho até a parceria atingir a atual marca de 3.500 colaboradores diretos. A mudança que levou a essa direção foi a ideia de Ricardo, em 1987, de tirar o pedido dos comerciantes antes de sair de casa com a Kombi abarrotada de produtos. Assim, ele começou a percorrer os estabelecimentos anotando o que cada cliente precisaria receber no dia seguinte. Foi o primeiro passo para ser um distribuidor.
Não demorou para a frota de Kombi aumentar. Quatro anos depois, mais precisamente uma década após começar o negócio de embutidos, em um terreno adquirido na Freguesia do Ó, nasceu a primeira loja balcão e o centro de distribuição. Em 2000, também na Freguesia do Ó, o primeiro Roldão Atacadista foi inaugurado.
Hoje, após várias mudanças de estratégias ao longo da trajetória, agora as apostas são no investimento em tecnologia e inovação: “O cliente escolhe como quer comprar, em vez de você definir como ele deve comprar”. E o foco no cliente e na expansão do negócio é o horizonte da empresa.
O markerting para vender mais
Na sua plataforma de marketing, o Roldão Atacadista informa que “é o lugar certo para abastecer o seu negócio com muita economia”. E acrescenta: “Nele, você revendedor/transformador encontra todo tipo de produto com preço baixo. Tudo com as melhores ofertas e qualidade de sobra”. E fecha: ” Tá esperando o quê?”. Com o garoto-propaganda Celso Lucatelli, o Roldão destaca alguns fornecedores: P&G, Vigor, 3 Corações, 3M, Aurora, Bonafont, BRF, Fini, Rações Reis, Reckitt Benckiser, Red Bull, Seara, Unilever – entre as principais.
Mais sobre a região
A Zona Norte/Nordeste é realmente uma região privilegiada. Tem tudo aqui às ordens, até as saídas de trânsito por vários caminhos. Do lado de Santana/Tucuruvi/Mandaqui/Vila Guilherme é onde que se concentram os shoppings centers, lojas de marca e restaurantes de vários gêneros, entre outros atrativos. Uma região com mais de 4 milhões de habitantes é gigantesca. Possui 296 quilômetros quadrados e mais de quatro milhões de habitantes. Ela ganhou nos últimos anos, destaque no cenário paulista por ter bairros que oferecem qualidade de vida, conforto, tranquilidade, facilidade de locomoção e alguns bairros não devem nada aos Jardins.
Com a nova lei de zoneamento, a mudança de gabarito para construções gerada pela desativação do Campo de Marte para aviões e a privatização do Anhembi – que terá 20% do valor de venda destinado para a Zona Norte (algo em torno de R$ 445 milhões), a Marginal Tietê entre a chegada da Dutra e a saída da Rodovia dos Bandeirantes, deverá receber empreendimentos do porte de uma Marginal Pinheiros.
Na Zona Norte, Santana é a área a que dispõe da maior quantidade de apartamentos de alto padrão, principalmente nas ruas Dr Guilherme Cristofel, Maria Curupaiti, Pedro Doll entre outras. Já na área gastronômica, a região está se transformando em um polo de restaurantes estrelados, que oferecem alta gastronomia. O pioneiro foi o Mocotó, na Vila Medeiros, seguido pelo culinária japonesa através do N?su e o Lassù Ristorante — que abrirá suas portas na segunda quinzena de outubro — entre outros.
A Zona Norte é a região onde está o Shopping Center Norte, local onde mais se vende relógios da marca Rolex, onde está o Outback que mais fatura no mundo e o terceiro McDonald’s que mais vende no planeta fica ali também. Vinhos como o francês Chateau Cherubin Saint Emilion Grand Cru ou o espanhol Alion Veja Sicilia 2011 podem ser encontrados no Empório Vignamazzi, também no em duas lojas na região, uma delas no Shopping Center Norte.
As principais feiras comerciais do Brasil acontecem no Expo Center Norte: Fispal Food Service, APAS Show, ABAV Expo, Hair Brasil, ABCasa Fair, Beauty Fair – Feira Internacional de Beleza Profissional , Francal Feira Internacional de Calçados, BGS – Brasil Game Show, Animal Health South America, entre outras.
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