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Lupicinio Rodrigues chega aos cinemas com o documentário “Confissões de Um Sofredor”

Tempo de Leitura: 4 minutos

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  • Com estreia nos cinemas no próximo dia 14 de março (5ª.feira), o documentário traz um registro autêntico;
  • O Hino do Grêmio, time de Porto Alegre, tem o hino do clube composto por Lupicínio Rodrigues; e
  • O Elza Soares Nélson Gonçalves gravaram músicas de Lupicínio.

Alfredo Manevy estreia na direção com o filme-documentário “Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor”, que narra a vida do cantor e compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues, conhecido como Lupi, e posteriormente como o “pai da sofrência”. Lupicínio, que viveu de 1914 a 1974, ganhou fama com suas marchinhas carnavalescas e sambas-canção.

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No 96 minutos de duração, o documentário destaca Lupicínio como o criador do termo “dor-de-cotovelo”, como se estivesse em um bar qualquer, em mágoas e nas bebidas, lamentando a perda da amada, com os cotovelos no balcão. Sua vida amorosa tumultuada, marcada por constantes abandonos, inspirou suas composições, onde traição e amor eram temas recorrentes.

“Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor” relaciona-se a diversos temas e conceitos históricos, especialmente no contexto da música popular brasileira e da cultura do Brasil do século XX.

Por outro lado, o filme-documentário traz uma pesquisa ampla com materiais de arquivos do próprio Lupicínio, além de entrevistas e falas de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Elza Soares.

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Uma vida nas composições

E mostra que ele é uma figura importante na história da música brasileira, especialmente no desenvolvimento do samba-canção e das marchinhas carnavalescas. O documentário pode explorar como suas composições contribuíram para esses gêneros musicais e como ele influenciou outros artistas.

As composições de Lupicínio frequentemente exploravam as relações entre homens e mulheres, destacando questões de amor, traição e desilusão. O documentário pode abordar como essas letras refletiam e influenciavam as ideias sobre gênero na sociedade brasileira da época.

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Lupicínio nos bastidores de tv. Foto: Museu Felizardo de Porto Alegre
Música de Lupicínio na Hollywood

Lupicínio é o pai da música de sofrência, que se tornou com ele e depois dele um gênero imensamente popular. Não por acaso Lupi atravessa gerações de intérpretes. Não ocultamos as atitudes, letras e emoções dele com as mulheres de sua vida porque isso seria apagar algo da essência de sua musicalidade e da verdade de sua história. Esconder o machismo não nos ajudaria a compreender e refletir as contradições da época. Ali estão misturados a paixão, o romance, a traição e, claro, o machismo daquele período” , comenta o diretor Manevy. 

A produção também aborda um episódio importante da história de Lupicínio envolvendo a faixa ´´Se Acaso Você Chegasse´´. A música fez parte da trilha sonora de um musical de Hollywood, ´´Dançarina Loura´´, e, mais tarde, foi indicada ao Oscar de 1945. Mas, além de não ter sido consultado sobre o uso da canção, Lupicínio só foi receber direitos autorais anos após o sucesso. Até hoje seus créditos na indicação ao Oscar não foram reconhecidos.

Lupicínio Rodrigues com Nelson Cavaquinho . Foto: Instituto Moreira Salles

Eu quis que essa questão dos direitos e créditos ganhasse força no filme porque Lupicínio vendia sambas no câmbio negro. A questão não é só de crédito, mas de economia da cultura. Se a música é o que o Brasil faz de melhor, por que não somos capazes, enquanto país, de dar o devido retorno econômico aos mestres da nossa música? A riqueza resultante desse valioso patrimônio cultural deveria chegar aos autores”, completa o diretor do documentário. 

As músicas de sucesso de Lupicínio Rodrigues foram interpretadas por alguns dos maiores nomes da Música Popular Brasileira. O filme tem histórias saborosas contadas pelo próprio Lupicínio, ao mesmo tempo em que dá a dimensão da sua coragem musical, e da dificuldade de um homem do extremo sul do Brasil chegar ao centro da indústria cultural naquele tempo. 

 

Entre vários outras premiações, a obra foi eleita como Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora na 17ª edição do Fest Aruanda 2022, recebeu Menção Honrosa por sua força narrativa ao resgatar e ressaltar a importância de um dos maiores compositores da música popular brasileira e pela riqueza de sua pesquisa.

Produzido pela Plural Filmes em parceria com o Canal Curta, através de recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), e tem a distribuição da O2 Play.

Sobre o diretor === Alfredo Manevy é formado em Cinema pela Universidade de São Paulo (USP), foi presidente da Spcine, pelo qual elaborou políticas de inclusão e formação de público para cinema, e atuou como secretário executivo no Ministério da Cultura. Atualmente, é professor de Cinema na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).


Ficha Técnica

Elenco: Lupicínio Rodrigues, Paulo César Pereio, Elza Soares, Ney Matogrosso, Gal Costa, Cazuza, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Marisa Monte, Jamelão, Jards Macalé, Áurea Martins, Zuza Homem de Mello, Lupicínio Rodrigues Filho / Narração: Paulo César Pereio /Direção: Alfredo Manevy / Roteiro: Alfredo Manevy, Marcia Paraiso e Armando Almeida / Produção: Marcia Paraiso, Sandra Narcizo, Helio Levcovitz e Ralf Tambke / Produção executiva: Helio Levcovitz e Ralf Tambke / Montagem: Isabel Castro / Montagem Adicional e Produção de Finalização: Nara Hailer / Produção: Plural Filmes e Canal Curta / Distribuição: O2 Play


<<Com apoio de informações/fonte: Agência Lema – Maria Morales / Leandro Matulja/ Leticia Zioni/ Guilherme Maia >>

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