da Redação DiárioZonaNorte
- Quadro de Pedro Américo: o pintor não era nem nascido no momento histórico.
- A obra encomendada após 60 anos do episódio, em 1888, para o Museu do Ipiranga
- O artista, morando na Italia, fez uma pesquisa para resgatar informações da época.
- Relatos de testemunhas descrevem que Dom Pedro I, naquela tarde de 7 setembro, estaria com problemas gastrointestinais, sofrendo com disenteria.
Há um mês do 7 de setembro de 2022, quando será comemorado os 200 anos com o Dia da Independência do Brasil, um livro está sendo disponibilizado no mercado mostrando que a história de dois séculos não revelam personagens da história, escondendo fatos antecedentes e correlatos. Ao se aproximar do mês que se festeja a data histórica, é o que revela “Várias Faces da Independência do Brasil”, recém lançado pela competente Editora Contexto.
De uma forma leve e clara, o livro foi organizado pelos historiadores Bruno Leal e José Inaldo Chaves, à frente de uma equipe de sete experientes colegas ensaístas e colaboradores nos capítulos do livro, que oferecem uma visão de conjunto registrada por profissionais cuidadosos, que trabalharam com documentos, em regiões distintas do Brasil. Dá a liberdade de a editora advertir em uma de suas chamadas para o lançamento: ” Depois desta obra, escrita com competência e paixão pela verdade histórica, nunca mais se falará da Independência da mesma forma”.
O que foi ensinado
Até o momento, recebemos a versão do que nos foi ensinado desde os bancos escolares aos acadêmicos, até nas várias publicações, que ainda é mostrado somente pelo lado de uma versão sem contrapontos. Já nas primeiras páginas de abertura no livro, no preâmbulo, são mostrados os bastidores de fatos históricos, os momentos da monarquia e do lado político, em detalhes até então desconhecidos, para chegar aos dias atuais com os preparativos dos 200 anos da Independência — e consequentemente com a reinauguração do novo Museu do Ipiranga, em São Paulo, em ano eleitoral.
Chega-nos com novas interpretações e que desmancha alguns pontos históricos deixados no passado. De certa forma, mostra o reverso dos acontecimentos no processo da Independência. Em primeiro plano, os personagens históricos são os mesmos e citados como D.Pedro I, Maria Leopoldina e José Bonifácio, mas surgem outros atores sociais e políticos que nem chegaram a ser reconhecidos na história e citados no processo da liberdade da nação.
Várias faces da história
Como mostra o livro, “muito se falou, muito se discutiu e se escreveu sobre a Independência do Brasil. Já estava mais do que na hora de mostrar que o evento não se tratou de um ato isolado, representado por um único grito às margens do rio Ipiranga”. Com essa observação histórica, sabe-se agora que a Independência ” não teve uma face só, mas várias, e em diferentes lugares do país”.
É o que relata em profundidade o livro nas suas 205 páginas, com uma introdução e os sete artigos de cada historiador e colaborador, ressaltando as resistências diferentes à própria concepção de independência. De cima abaixo, o país viveu e conviveu com momentos libertários em diversos lugares, envolvendo diferentes grupos sociais, com suas características próprias — como os pobres, os escravizados, os libertos e os indígenas.
O livro retrata as épocas da evolução da consciência da libertação e que não teve momentos pacíficos. De lá até os dias atuais, os governos e políticos fizeram de uma data o motivo para valorização de suas imagens. O livro mostra como houve, e seguem existindo até hoje, diversas disputas sobre o evento que fundou o Brasil.
O fato no quadro e no filme
Logo no inicio, o livro traz que “o cenário miliar da Independência englobou diversas províncias, contou com a participação de militares estrangeiros e revelou de forma violenta as contradições e diferentes visões do futuro para o nosso país”. Isto mostra também reflexos de acontecimentos de independências em outras regiões das Américas e da Europa. Não deixando os relatos de fatos e situações registrados pela Imprensa da época.
E para se ter uma ideia, no capitulo “O processo politico”, há o destaque com as considerações de que a nossa independência “esteve bem longe de ser como está representada no quadro de Pedro Américo e no filme de Carlos Coimbra“, ja que segundo o livro “ela não foi decidida em 7 de setembro de 1822, muito menos transcorreu de forma majestosa como vemos no quadro e no filme”.
Em cada linha dos capítulos do livro, revelações importantes que mexem com a nossa história e revelam os bastidores, com ou sem interesses políticos. O trabalho dos historiadores envolveu uma grande pesquisa, além da experiência de anos de cada profissional, envolvendo a separação do Brasil de Portugal, com um bibliografia riquíssima em notas e referências. Além mostrar o pós-Independência e os acontecimentos que surgiram na história do país. Junto às reflexões que virão com a sua leitura, vale muito a pena conferir “as faces” de parte de nossa história.
Lançamento/Mais detalhes do livro — Várias “Faces da Independência do Brasil”, com as participações de Bruno Leal e José Inaldo Chaves – através de live no Youtube, em 05/08/2022, íntegra com 01h16min. — Assista –clique aqui.
Serviço
“VÁRIAS FACES DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL”
- Publicação: Editora Contexto
- Páginas: 205
- Formato: brochura
- Pedidos/Compra: clique aqui
- Telefone: (11) 3832.5838
- E-mail: [email protected]
- Site: www.editoracontexto.com.br
- Produção: Gustavo S.Vilas Boas (Montagem de capa e diagramação), Mariana Carvalho Teixeira (Preparação de textos), Lilian Aquino (Revisão), Ronaldo Rodrigues (Marketing) e Jaime Pinsky (Diretor Editoral)
Sobre o autores e organizadores do livro:
- Bruno Leal = historiador e professor de História Contemporânea da Universidade de Brasília (UnB). Doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e fundador do portal de divulgação científica Café História. Pela Contexto, é coautor dos livros “Possibilidades de pesquisa em História” e “Novos combates pela História” e “As várias faces da Independência do Brasil”.
- José Inaldo Chaves = professor de História do Brasil Colonial na Universidade de Brasília (UnB) e doutor em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF)
(*) Colaboradores e historiadores/co-autores:
- ANDRÉA SLEMIAN – professora da Universidade Federal de São Paulo -Unifesp, onde leciona na graduação e na pós-graduação — bolsista Produtividade em Pesquisa CNPq;
- LUIZ CARLOS VILLALTA – professor titular de História do Brasil e Prática de Ensino de História da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (FAFICH-UFMG); e ainda titular da Cátedra Unesco/UFMG-DRI “Territorialidades e Humanidades: a Globalização das Luzes”
- HÉLIO FRANCHINI NETO – advogado e cientista político. Atualmente é diplomata do Ministério das Relações Exteriores – DF,
- KEILA GRINBERG – professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO) e da Universidade de Pittsnurgh, onde atualmente dirige o Center for Latin American Studies;
- VÂNIA MOREIRA – doutora em História pela Universidade de São Paulo (USP). Professora do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ;
- NEUMA BRILHANTE – professora do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB), atua na área de História do Brasil Império; e suas pesquisas se concentram na formação e atuação de elites políticas em fins do Antigo Regime luso-brasileiro e formação e consolidação do Império Brasileiro; e
- JANAINA MARTINS CORDEIRO – professora de História Contemporânea da Universidade Federal Fluminense (UFF), onde também se doutorou em 2012; é também pesquisadora do CNPq e da Faperj).
Editora Contexto — Desde 1987, a Contexto esteve sempre amparada na missão de diminuir a distância existente entre o saber produzido na Universidade e seus possíveis consumidores, estabelecidos em diferentes pontos da sociedade brasileira. Daí a preocupação, desde o início, de produzir livros de alta qualidade, sempre com uma escrita fluente, clara, agradável. A Editora surgiu, de um modo improvisado na residência e com o sonho amadurecido pelo seu fundador, Jaime Pinsky, ao longo de sua vida como professor da UNESP, da USP e da Unicamp. Após a década de 1990, com a editora já consolidada, chegou o momento de ousar um pouco mais, produzir livros de referência, para a academia, e “livros de livraria” — e só pesquisar os inúmeros títulos no site www.editoracontexto.com.br