influenza
- 54,9% das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada por Influenza em 2023 foram registradas na população 60;
- O declínio natural do sistema imune do idoso e o aumento do número de casos de SRAG durante a temporada demandaMinis atenção especial para vacinação contra a gripe entre públicos prioritários;
- Cobertura vacinal contra a Influenza atingiu apenas 60,6% dos grupos prioritários em 2023. Sendo que, atualmente no Brasil existem três vacinas disponíveis: no PNI a vacina trivalente e na rede privada a quadrivalente e a quadrivalente de alta dose.
Em 2023, a porcentagem de casos de SRAG causada por Influenza em pessoas adultas foi 2,4x maior do que a registrada em 2022.
Quem mais sofreu diante desse cenário foi a população idosa – na qual foram observados 65,6% dos óbitos por influenza no ano passado e 54,9% das hospitalizações por SRAG por Influenza, segundo dados do Ministério da Saúde.
A gripe, causada pelo vírus Influenza, pode trazer consequências imprevisíveis para a saúde de todos. Adultos têm 8 vezes maior risco de sofrer um AVC, 10 vezes maior risco de ataque cardíaco e até 29% maior risco de pneumonia após contrair a doença. No entanto, o público 60+ é ainda mais vulnerável: as infecções respiratórias são uma importante causa de mortalidade em idosos no país.
Os idosos com mais de 80 anos têm os números ainda mais alarmantes – 26,7% das pessoas hospitalizadas for SRAG causada por Influenza foram a óbito em 2023 por conta das complicações da doença, enquanto na faixa etária de 60 a 69 anos a letalidade chegou a 19%.
Já os idosos com comorbidades têm ainda mais complicações em decorrência da SRAG causada por Influenza. A letalidade entre aqueles com comorbidades foi duas vezes maior em comparação aos idosos sem comorbidades.
Considerando que cerca de 70% dessa população possui alguma doença crônica e tem maior risco de agravamento de infecções, é de extrema importância o cuidado com esse público. A baixa cobertura vacinal contra a gripe no ano passado, que foi de apenas 60,6% entre os grupos prioritários, incluindo os idosos, contribuiu para esse cenário.
A vacinação é a melhor forma de prevenir a gripe e suas complicações, especialmente entre a população acima de 60 anos, que apresenta um enfraquecimento natural do sistema imune, fenômeno chamado de imunossenescência. Como resultado desse declínio progressivo do sistema imunológico, o idoso fica mais suscetível a algumas doenças e infecções. Por isso, a imunização para este grupo é imprescindível.
Casos podem afetar o coração
A Dra. Rosana Richtmann, da Universidade de Freiburg, da Alemanha e infectologista do Instituto Emilio Ribas, alerta para os problemas do coração: “É preocupante que muitos idosos não estejam imunizados contra a gripe, pois ela pode provocar complicações graves que podem levar a problemas sérios no coração, metabolismo e ainda perda de autonomia´´
A médica lembra ainda que, ´´no ano passado, tivemos uma das piores coberturas vacinais de grupos prioritários dos últimos anos, o que demanda um olhar urgente para a proteção da população 60+, tendo em vista que estamos nos aproximando de mais uma temporada de gripe.”
A saída é vacinação
Atualmente, está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) a vacina trivalente, que confere proteção contra três tipos de cepas do vírus. Já na rede privada, a população encontra a vacina quadrivalente, que protege contra quatro cepas do vírus.
Em 2023, o Laboratório Sanofi trouxe para o Brasil a vacina Efluelda, a primeira e única quadrivalente de alta dose do Brasil desenvolvida para oferecer maior proteção aos idosos contra a gripe. Com indicação para a prevenção da doença causada por cepas de influenza A e B em pessoas a partir dos 60 anos de idade.
O imunizante de alta dose apresenta quatro vezes mais antígeno (componente ativo), e fornece proteção superior contra os casos de gripe e as graves complicações da doença em comparação à dose padrão da vacina contra a doença. A vacina lançada no Brasil é recomendada por várias sociedades médicas para se proteger da gripe e pode ser encontrada no mercado privado de vacinação.
Um estudo recente apresentado no Congresso da Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde (REBRATS) também demonstrou que a utilização da vacina de alta dose na população acima de 80 anos dependente exclusivamente do SUS poderia evitar mais de 22 mil casos de influenza nessa faixa etária, além de promover a redução em consultas com clínico geral, idas aos serviços de urgência e redução significativa de hospitalizações nessa faixa etária.
<<Com apoio de informações/fonte: Zeno Group — A Daniel J Edelman Company /Aline Dumelle >>