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Guetos para dependentes químicos trouxeram insegurança para os bairros

Ao lado de um CTA na Zona Norte
Tempo de Leitura: 5 minutos

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por Beto Freire (*) -– Artigo n.37 – <Cidadania>

O movimento de transferência de dependentes químicos e moradores em situação de rua começou em 2023, com a proposta de revitalização do centro histórico, com discurso de “retrofit” em prédios residenciais e comerciais para levar a classe trabalhadora para residir na área central de São Paulo.

Todo esse planejamento e decisões foram tomados em restaurantes de opulência, gabinetes políticos acintosos e coberturas de prédios de luxo, sempre com discurso dissimulado para “os mais pobres… Enquanto a realidade imposta é uma gentrificação em regiões consideradas nobres pelas grandes corporações de construção civil, e os “problemas sociais” varridos cinicamente para nossos bairros e vilas.

A consequência é o aumento da insegurança seja na Vila Maria ou na Vila Guilherme, na Vila Medeiros ou Vila Sabrina,  no Jardim Japão ou Jardim Brasil, no Carandirú ou Parque Novo Mundo…

Os passeios ao ar livre com smartphones ou bolsas virou atividade de risco durante o dia, e terminantemente proibidas no período noturno. Estacionar veículos na via para uma rápida visita a casa de amigos, parentes ou para compras no comércio regional é imprudência da população…!

Bicicletas, relógios ou equipamentos eletrônicos agora são “itens proibidos” em nossa região, sempre temos os especialistas sentenciando os vizinhos que ousaram “abusar do direito” de ir e vir com extravagância portanto objetos.

E sempre temos mais as recomendações e obrigações, seja nos estabelecimentos comerciais, nos passeios  em shoppings e… idas e vindas para instituições de ensino.

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Nossa casa é a cadeia imposta

Segundo a nova ordem o ideal é ficar trancados em casa e/ou trabalho, colocar câmeras de vigilância, não poupar na blindagem do carro,  andar em estado de alerta, e, sendo possível, armados.

A população refém vai subindo muros, colocando grades, evitando lazer ou fazendo esportes como na selva, carregando apenas a roupa do corpo e procurando a tática do camaleão nas “aventuras” em nossas avenidas e travessas.

A saúde pública também ficou sobrecarregada, os nossos mandatários esquecem que poucos vizinhos têm direito a usar o Einstein, Sírio Libanês,  Beneficência Portuguesa, Oswaldo Cruz, 9 de Julho, e outras clínicas, mais os tratamentos de alto custo.

O único hospital público da região (aquele mesmo!, o “Vermelhinho”) não tem sequer equipamentos para exames de imagem apesar de seguir em 3° lugar que mais recebe pacientes SUS na megalópole. Unidades de tratamento e internação dos dependentes químicos não existem, por aqui tudo é maravilhoso mesmo no mundo mágico do Instagram…

Hospital Municipal Vereador José Storópoli – o Vermelhinho
Os Culpados

Políticos detentores de mandatos e sem escrúpulos – reeleitos e alguns no quinto ou mais mandato -, magnatas da construção civil visando lucro acima de tudo e todos,  e uma pseudo-Imprensa que entrega notícias ao gosto dos padrinhos e anunciantes.

E principalmente eleitores que não tem consciência dos seus direitos políticos e deveres constitucionais! Não sabem nem em que votaram nas últimas eleições e outros que deram o voto por algum emprego ´´de cabide´´ou algum ´´troquinho´´.

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Praça dos Trotadores, em frente ao Parque do Trote
Buscando as soluções

Impedir a expansão do turismo da miséria para nossos bairros e vilas, com protestos nas redes sociais, reuniões e quando possível e necessário nas vias públicas. Afinal políticos tem medo de gente na rua e perder votos na urna. Usar os meios e os órgãos de proteção ao cidadão, com denúncias.

Aumento imediato do patrulhamento preventivo, o único capaz de evitar vítimas e prejuízos financeiros e psicológicos para os moradores, comerciantes e empreendedores de nossos bairros e vilas.

Lembrando que a Segurança Pública também é de responsabilidade da Prefeitura e Governo Federal, não apenas do Governo Estadual.

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Discursos de politicos , mas sem estar junto ao povo
Eleição Não é Jogo!

Esperança anda de mãos dadas com a inteligência e atitudes, não adianta apenas reclamar e posteriormente votar em qualquer candidato, devemos conhecer as origens, propostas e idoneidade nos negócios, é fundamental para nós contribuintes fazer esse pente fino na vida dos candidatos.

Quando levamos um pleito eleitoral para uma disputa entre Nós e Eles, quem sempre sairá perdendo são os eleitores. Reflita seriamente como é a sua vida, os sacrifícios do dia a dia, e compare com aqueles que se vestem de vereadores ou deputatos. Quem vive na mordomia, afinal? Quem está perto dos problemas de seu bairro, sofrendo com a insegurança, saúde, enchentes, transporte e tudo mais que eles não sofrem!

Analise friamente, o mandato é de quatro anos, e quantas vezes você viu um vereador ou deputado fiscalizando  (não passeando ou fazendo parte de comitivas) os problemas de seu bairro, os serviços não executados pela sua Subprefeitura, e outras questões que as Secretarias e órgãos ´´fecham os olhos´´ou ´´dão um jeitinho´´?

Votar apenas pela obrigação ou trocar votos por pequenos favores, é a prostituição da sua integridade e dignidade. Mesmo que lhe falte amor próprio, tenha consciência que seus filhos, netos e bisnetos são empurrados para esse meretrício, você simplesmente esta facilitando a comercialização da vida de seus familiares e amigos.

Ouça e leia os antagonistas, formem vossa opinião, e nunca permita-se deixar que supostos “sabidos” sigam ditando normas e regras para sua vida e de sua família !  O que temos são legítimas  conquistas de nosso esforço, nosso trabalho, misturados com a nossa dignidade! Pense e reflita, você merece o que está recebendo em troca?


(*) Beto Freire — Antônio Roberto Freire é o nome oficial, com batismo de família genuinamente portuguesa, nascido e criado na Zona Norte, nas bandas da Vila Guilherme e Vila Maria. Cronista das Vilas, um apaixonado pela Zona Norte, sendo ativo colaborador há muitos anos do DiárioZonaNorte — escreve quinzenalmente. Com olhar de ativista social, preocupado com a melhor qualidade de vida de todos os moradores, sem distinção,  já teve participações em muitas audiências públicas. Por outro lado, foi membro em gestões do Conselho Comunitário de Segurança-CONSEG de Vila Maria, além da presidência da Associação dos Amigos do Parque Vila Guilherme-Trote (PVGT).


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Nota da Redação == (*)  O artigo acima é totalmente da responsabilidade do autor e colaborador, com suas críticas e opiniões, que podem não ser da concordância do jornal e de seus diretores.


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