espumantes
por Júnior Medeiros (*)
Quando bate aquela vontade de comer uma bela feijoada, provavelmente vinho não seria a primeira idéia que vem na cabeça como opção de bebida para acompanhar este típico e delicioso prato brasileiro, certo? Mas, porque não?
Existe em nosso país uma tendência de escolha dos brasileiros pelo tinto em detrimento de qualquer outro estilo de vinho disponível. Isso se deve, de modo geral, a uma tentativa de substituir as bebidas quentes, sejam puras ou misturadas, muito presentes há séculos em nossos hábitos. Isso prejudica um pouco a chance do vinho ser escolhido como acompanhamento deste prato, já que o tinto não é a melhor opção para tal.
Sabemos que no Brasil o clima tropical predominantemente quente e a incrível variedade de bebidas disponíveis nos mais diversos estabelecimentos espalhados pelo país, nos propiciam um leque de opções quase inacabáveis de “acompanhamentos líquidos” para as nossas refeições.
Aparte dos refrigerantes, sucos e outras bebidas não-alcoólicas temos algumas opções que estão muito ligadas a este prato tão costumeiro nos finais de semana das famílias, restaurantes ou mesmo os bares musicados por rodas de samba e abarrotados de muita animação. Entre as opções mais corriqueiramente eleitas temos Caipirinha e Cerveja, devido basicamente ao frescor proporcionado pela acidez presente em ambas e da temperatura do serviço mais baixa.
Candidato
A caipirinha – a tradicional – com pronunciada acidez devido ao limão, muito aromática devido aos óleos essenciais e aromas terpenos extraídos na maceração e também pela sua temperatura bastante baixa por causa do gelo. Já a cerveja, colabora com o delicado amargor que aumenta a amplitude gustativa da experiência e o gás carbônico diluído ao líquido que “limpa”o paladar e cria uma sensação táctil bastante agradável.
Se juntarmos todas estas características e transportarmos para um único vinho, temos um maravilhoso candidato para ornar com a feijoada que é o ESPUMANTE Brut, elaborado pelo método tradicional.
Suas características são: acidez pronunciada (constante em muitos espumantes), intensidade aromática elevada (com diversos aromas de frutas cítricas, panificação e frutas secas), amplitude gustativa (longo tempo em contato com as leveduras e frescor que apresenta em boca) e a espumatização (longos meses de “tomada de espuma” pela ação das leveduras).
Já que não devemos, neste estilo de vinho, servi-lo com gelo no copo, aproveitamos para deixar ele na geladeira e manter a garrafa num balde com gelo para completar o exercício de similaridade.
Se quiser aprimorar ainda mais a experiência dê a chance para um espumante ROSÉ. Por ter sido produzido com um importante percentual de uvas tintas, vai proporcionar boa amplitude de aromas e sabores além de conferir um pouco mais de “corpo” o que pode vir a ser muito bom com as feijoadas “cremosas” devido ao longo tempo de preparo.
Se permita esta experiência e teste. Você não vai se arrepender…
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(*) Júnior Medeiros – sommelier profissional e degustador certificado, formado pela Associação Brasileira de Sommeliers – ABS-SP e membro da diretoria da ABS São Paulo, Campinas e Grande ABC.
Instagram: @juniormedeiros_vinhos
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