- Inclinar a cabeça para olhar o celular pode causar dor cervical e até hérnia de disco, dizem médicos; e
- Dor no pescoço e ombros ao usar o celular pode ser sinal de um problema postural mais sério.
O uso excessivo de celulares e outros dispositivos eletrônicos, especialmente com má postura, tem provocado um distúrbio cada vez mais comum: a síndrome do pescoço de texto.
O problema surge pela inclinação prolongada da cabeça ao olhar para telas, gerando uma sobrecarga na coluna cervical que pode adicionar até 27 kg de pressão extra na região.
O impacto é significativo, causando dores constantes, alterações posturais e até lesões mais graves a longo prazo.
De acordo com a fisioterapeuta Christina Cepeda, professora da Universidade Positivo, o peso adicional sobre a coluna pode provocar dores no pescoço, ombros e parte superior das costas, além de dor de cabeça, fadiga e redução na mobilidade do pescoço.
“Essa condição leva a uma série de complicações musculoesqueléticas e afeta diretamente a qualidade de vida”, afirma a fisioterapeuta.
O agravamento do quadro pode incluir sintomas como formigamento, dormência, fraqueza nos braços, dor irradiada e dificuldade de movimentação cervical.
Caso esses sinais persistam, é necessário procurar ajuda médica especializada. “Esses sintomas podem indicar danos mais sérios nos discos vertebrais ou nervos da coluna”, alerta Christina.
O que fazer?
Com a intenção de prevenir a síndrome, a recomendação é manter o pescoço alinhado com a coluna e a tela do aparelho em uma altura que não exija inclinar a cabeça para baixo. Pausas frequentes para alongamentos também são essenciais.
“Pequenas mudanças no hábito de uso dos dispositivos já ajudam a reduzir significativamente o risco”, orienta a fisioterapeuta. Em casos de dor contínua, o ideal é procurar um fisioterapeuta ou ortopedista.
O educador físico Zair Candido, coordenador técnico da UPX Sports, destaca a importância de fortalecer a cadeia muscular posterior, conhecida como back line. Ela inclui músculos da sola dos pés, panturrilhas, posteriores da coxa, glúteos, lombares e até intercostais.
“Esses músculos sustentam o corpo. Se estiverem fortalecidos, a postura melhora naturalmente, reduzindo o impacto sobre a coluna”, explica.
Os exercícios
Exercícios simples e regulares podem amenizar os efeitos da má postura. Candido recomenda, por exemplo, alongamentos cervicais realizados em posição sentada: inclinar lateralmente o pescoço, levando o queixo ao ombro, manter por 20 segundos e repetir do outro lado.
Outros exercícios incluem a flexão da cervical, com as mãos na nuca puxando suavemente a cabeça para frente, e a extensão, erguendo o queixo para cima.
No caso da região torácica, ele sugere elevar os braços e manter a coluna ereta por 20 segundos. Em seguida, inclinar o tronco lateralmente e depois para frente, sempre mantendo os joelhos levemente flexionados e os braços estendidos. Esses exercícios ajudam na mobilidade da coluna e no alívio das tensões.
Por fim, o professor ressalta a importância da prática contínua de atividades físicas. “Alongamentos são úteis, mas não substituem o movimento regular do corpo. Exercitar-se com frequência é o que realmente previne dores e problemas mais sérios”, conclui Candido.
<< Com apoio de informações/fonte: Central Press >>