Enel poderá retirar postes da Zona Norte e adotar novo medidor digital de consumo

da Redação DiárioZonaNorte

• Desde 04 de junho de 2018, a Enel Brasil substitui a Eletropaulo, em São Paulo
• Enel Distribuição SP é  a 2a. maior distribuidora de energia elétrica do Brasil

Quem não viu? É uma cena corriqueira nas ruas da cidade observar operários de telefonia celular e tv a cabo pendurados em escadas junto aos postes de energia. Lá estão a qualquer hora e dia da semana, que pode ocorrer pela manhã, tarde ou noite.  E, ao mesmo tempo, nota-se o emaranhado de fios nos postes;  e outros dependurados ou jogados nas calçadas ou até no meio das vias públicas, junto ao tráfego de veículos.

Isto acontece em todos os pontos da cidade de São Paulo.  Além do descuido e da poluição visual, mostra uma insegurança aos transeuntes — inclusive que podem possibilitar curtos-circuitos e acidentes.  A Enel Distribuição São Paulo, que tem a concessão na exploração de energia elétrica na cidade, cuida deste problema há dois anos e busca melhorias, e adverte que “o uso dos postes por empresas clandestinas sobrecarrega e prejudica a qualidade do fornecimento de energia e comprometem a segurança dos consumidores˜.

Neste ano, a concessionária retirou 10 toneladas de fios irregulares de postes de empresas de telecomunicações, entre janeiro e setembro. No ano passado, foram recolhidos na capital paulista 22 toneladas de fios irregulares. A empresa de energia inspecionou cerca de 554 mil postes em 24 municípios da área de concessão na Grande São Paulo e encontrou mais de 340 mil irregularidades, que geraram mais de 500 notificações para 360 empresas que fazem uso indevido de postes.

De olho na Zona Norte

Com referências às ações desenvolvidas na Zona Norte, no mesmo período de  janeiro a setembro de 2021, foram removidos 919 quilos de cabos irregulares nos bairros de Jardim Brasil, Jardim Joamar, Jardim Modelo, Jardim São João, Mandaqui, Parada Inglesa, Santana, Tremembé, Vila Ede e Vila Gustavo. Já neste ano, envolvendo também os primeiros nove meses,  foram removidos 810 quilos nos bairros do Jaçanã, Jardim São Paulo, Mandaqui, Santana e Vila Guilherme.

O compartilhamento dos postes é o uso de uma mesma infraestrutura simultaneamente para a rede de distribuição aérea de energia e para as redes de telecomunicações. A gestão, nesse caso, é feita pela Enel, que é empresa titular do poste,  e o serviço se dá por meio de um contrato de aluguel. Por determinação da Age?ncia Nacional de Energia Ele?trica (Aneel) e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel),  cerca de 300 empresas com os contratos, devem seguir o plano de ocupação e as normas técnicas da concessionária de energia.

A Enel esclarece que os contratos de aluguéis dos postes tem “o valor arrecadado é utilizado na modicidade tarifária (*), suavizando reajustes tarifários para os consumidores, com a operação de retirada de fios irregulares“.  < (*) N.R.:  Modicidade tarifária é definida como sendo tarifa módica associada a tarifa barata – assegurar que universalidade para o uso do serviço público, permitindo acesso aos mais pobres. É oferecer menor tarifa para garantir segurança do abastecimento e qualidade dos serviços prestados.

Fora com os postes 

A Enel tem uma parceria com o Ministério Público e Prefeitura de São Paulo que prevê o enterramento de 65,2 quilômetros de rede, sendo 52 quilômetros no Centro, 9 quilômetros na região do Mercado Municipal e 4,2 quilômetros na Vila Olímpia. Até o começo de setembro, mais de 15 quilômetros de cabos de média e baixa tensão já foram instalados, além da implantação de 208 caixas subterrâneas e 9,5 quilômetros de dutos abaixo do solo.

Já na Zona Sul, 64 postes já foram retirados.  Com a conclusão das fases de trabalho, o total de postes extraídos do bairro do Ipiranga será de 260, em uma extensão de 3,6 quilômetros de vias do bairro. Além do Museu do Ipiranga, as obras beneficiam locais de grande movimentação, como o Museu de Zoologia, Capela Sagrada Família e Santa Paulina, mais o Hospital do Ipiranga.

“Ao todo estamos investindo R$ 10 milhões nesta nova linha de distribuição subterrânea no Ipiranga. Sabemos da importância desta região para São Paulo e ao final da obra vamos ter contribuído também para a revitalização do entorno do Museu do Ipiranga”, afirma Vincenzo Ruotolo, responsável pela área de Infraestrutura & Redes da concessionária.

A Enel informa ainda que já concluiu o enterramento da energia elétrica em todas esses locais, atendendo integralmente ao compromisso firmado. Porém, na maioria dos locais, ainda há postes porque é necessário que as empresas de telecomunicações façam o enterramento de suas redes, assim como o sistema de Iluminação Pública (com a SP Regula da Prefeitura de São Paulo) e fiações de semáforos (aos cuidados da Companhia de Engenharia de Tráfero – CET)..

Quanto a retirada de postes e enterramento dos fios nas calçadas de bairros da Zona Norte, há sondagens de empresários da região para que a Rua Voluntários da Pátria, em Santana – o tradicional local de comércio de grande movimento -, seja uma das primeiras a receber os serviços.

Sem previsão, a área técnica da Enel respondeu ao DiárioZonaNorte que a concessionária “ tem realizado diversas obras, mas sempre com apoio das prefeituras e depende de Parcerias Público Privadas (PPP) por ser um projeto de alto custo, oito vezes mais caro ao consumidor final em comparação ao formato de fornecimento de energia atual”.

Os velhos medidores serão aposentados

Em março, a Enel deu ini?cio a? instalac?a?o de 150 mil medidores inteligentes nos bairros da Zona Noroeste: Pirituba, Perus, Freguesia do O? e Brasila?ndia. Esses equipamentos pertencem ao projeto-piloto Smart Meter,  com tecnologia da empresa, que ate? o final do ano tera? 300 mil dispositivos instalados.

Segundo a empresa, ainda não há previsão de instalação nos distritos da Zona Norte da cidade (Casa Verde/Cachoeirinha/Limão, Santana/Tucuruvi/Mandaqui, Jaçanã/Tremembé e Vila Maria/Vila Guilherme/Vila Medeiros), já que dependem de estudos e viabilidades técnicas — inclusive de sinal pela rede da internet.

É a primeira produc?a?o de medidores inteligentes da companhia na Ame?rica Latina. O modelo fabricado no Brasil foi aprovado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) e atende a?s necessidades locais e respeita as caracteri?sticas da rede ele?trica e os requisitos das normas te?cnicas.

<< Com apoio de informações/fonte: Approach Comunicação / João Godoy >>

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