da Redação DiárioZonaNorte
- O Parque do Trote, que foi agregado ao Parque Vila Guilherme, teve sua inauguração em julho de 2006 (18 anos);
- O Parque Vila Guilherme-Trote ocupa uma área total de 187 mil metros quadrados; só a área do Trote, 120 mil m²; e
- Por vários anos, o Parque do Trote foi palco das edições do Festival Revelando São Paulo, junto ao MartCenter.
O Parque Municipal da Vila Guilherme-Trote (PVGT), localizado na Zona Norte da cidade de São Paulo, tem uma longa trajetória de abandono e promessas não cumpridas. O espaço, que ocupa as antigas instalações da Sociedade Paulista de Trote (SPT), está sob gestão municipal da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA).
No entanto, o tombamento das edificações impede qualquer intervenção sem a autorização do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). A combinação entre a burocracia do órgão e a falta de ação do poder público agrava a situação do parque.
As promessas adiadas
Já em setembro de 2020, o DiárioZonaNorte publicou reportagem com o título “Parque Vila Guilherme/Trote recebe R$1,2 milhão para reforma e novos equipamentos” informando que “o Parque do Trote recebeu a promessa de melhorias. Uma placa anunciava obras de readequação e serviços complementares, com orçamento de R$ 1.164.792,49 e prazo de 120 dias, a partir de 24 de agosto de 2020. A execução seria conduzida pela APENG Serviços e Construções Ltda.”.
No entanto, houve frustração, pois nem todos os serviços prometidos foram concluídos. As expectativas iniciais geraram desconforto entre os frequentadores e moradores, que esperavam maior comprometimento da Prefeitura.
A obra é um exemplo de como a falta de transparência e fiscalização pode impactar negativamente projetos públicos, prejudicando o uso e conservação de áreas de lazer essenciais para a comunidade.
Em junho de 2023, consultada pelo jornal, a SVMA havia prometido que até o final daquele mês o projeto básico e executivo para a ampliação e restauro das edificações tombadas estaria contratado.
No entanto, até agora – 15 meses depois -, nada foi realizado. Questionada novamente pelo DiárioZonaNorte, a SVMA declarou ter contratado uma atualização desse projeto, mas ele continua parado para análise nas mãos do Conpresp.
O projeto prevê uma ampla revitalização e preservação dos locais, incluindo:
- Salas multiuso e laboratórios-oficinas;
- Vestiários, arquibancadas cobertas e torre de controle;
- Reforma do lavadouro de cavalos;
- Museu e administração no Casarão;
- Melhorias na iluminação; e
- criação de novos espaços esportivos
Impasses e Burocracia
O processo de licitação foi publicado no Diário Oficial da Cidade, mas o Conpresp aprovou apenas parte das propostas, exigindo adequações. Atualmente, a SVMA está negociando para adaptar o projeto às exigências do conselho. Somente após a conclusão dessas tratativas uma nova versão do projeto será submetida à análise.
De Casarão a ruína
Uma das estruturas mais simbólicas é o “Casarão”, que já até abrigou, em tempos passados, uma biblioteca. Atualmente, o prédio está em péssimas condições, com risco de desabamento – com frequentadores e crianças correndo os riscos. No interior, entulho se acumula, e o local se tornou ponto de concentração de pombos, representando um risco aos visitantes.
A degradação não se limita ao Casarão. Outros edifícios históricos, como arquibancadas, bilheteria, e cocheiras, também estão abandonados, tomados pelo mato e sem serventia para o público. Uma história jogada debaixo de Sol e chuva, à espera de uma resposta de um órgão da Prefeitura de São Paulo.
Um espaço útil
Em um grande espaço, onde antigamente serviu inclusive como salão de festas e danças, é um dos poucos pontos ativos no parque usado pelo Centro de Convivência e Cooperativa (CECCO), mantido pela Secretaria Municipal da Saúde.
O CECCO promove saúde mental, inclusão social e atividades culturais e esportivas, beneficiando pessoas de todas as idades. Mesmo assim, o restante da infraestrutura continua comprometido, aguardando melhorias prometidas há anos. <Mais informações sobre o CECCO: 11-2218.0000 – e-mail: [email protected] >>
Futuro incerto
Enquanto as discussões se arrastam, o parque permanece em estado de abandono, frustrando as expectativas da população local. A promessa de transformar o PVGTem um espaço cultural e esportivo moderno continua distante, enquanto o patrimônio histórico segue deteriorando-se.
Enquanto isto, o Parque do Trote continua sendo o único espaço público para os moradores da região da Vila Guilherme, Vila Maria e Vila Medeiros – que não dispõem de um Centro Unificado Educacional (CEU) e nem a unidade do Sesc, com dificuldade de mobilidade, até sem Metrô.
Os frequentadores torcem para uma solução mais rápida para os entraves burocráticos e ficam nas expectativas para as obras mostrando um novo Parque do Trote, com mais atrativos.
PARTICIPE === O Conselho Gestor do Parque Vila Guilherme-Trote reúne-se sempre na última 3a. feira do mês, às 19 horas, no prédio da Administração (Telefone: 11-2905-0165).
Esses encontros são abertos à participação pública, dos moradores e frequentadores do PVGT. É importante acompanhar os assuntos, sugerir mudanças e conhecer os conselheiros. As atas das conferências são publicadas no site da SVMA, disponível no link — clique aqui
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