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Deixando a polêmica de lado, contamos a verdadeira história do leite condensado.

Tempo de Leitura: 4 minutos
da Redação DiárioZonaNorte

O portal de notícias  “Metrópoles” divulgou no último domingo (24/01/2021),  uma reportagem com gastos do Governo Federal com comida em 2020, baseada em informações do Portal de Compras do Ministério da Economia.

No último ano, a soma de gastos de  todos os órgãos do poder executivo, com alimentos, ficou em mais de R$ 1,8 bilhão – um aumento de 20% em relação ao ano de 2019.  Um dos itens que chamou mais atenção foi a compra de R$ 15.641.777,49 em leite condensado.

Memes e o Twitter
A palavra “leite condensado” ficou no “trending topics” do Twitter no Brasil e gerou uma avalanche de memes nas redes sociais. Teve até receita de leite condensado caseiro, com custo mais em conta.  Pudera, o Brasil é o maior consumidor mundial do produto.

Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), indicam que o consumo de leite condensado cresceu 14% durante a pandemia de coronavírus. E, segundo dados da Nestlé, são consumidas no país oito latinhas de leite condensado por segundo.

A História
Política à parte, a verdadeira história do leite condensado começa em 1856, da tentativa de desidratar leite comum. A Anglo Swiss Condensed, primeira fábrica criada especialmente para produzir leite condensado, surgiu em 1867  na Suíça. A Nestlé  iniciou a fabricação de leite condensado no mesmo ano.
Em 1905, as duas empresas se juntaram e nasceu a Nestlé & Anglo Swiss Condensed Milk Co.  A embalagem do produto apresentava um camponesa suíça do século XIX e o produto foi batizado como “La Laitiére” (vendedora de leite em francês).

Em todos os países para onde foi exportado, procurou-se um nome equivalente – sempre associado a figura da camponesa com seus baldes de leite. Em espanhol, por exemplo, foi adotada a marca “La Lechera” e na língua inglesa “Milkmaid“.

Foi como “Milkmaid” que primeiros carregamentos de leite condensado chegaram ao Brasil, em 1890, como uma alternativa ao leite fresco, cujo abastecimento era problemático.  O produto era vendido nas drogarias e logo virou “leite da moça“.

Em 1921 a Nestlé abre sua primeira fábrica, na cidade de Araras – no interior de São Paulo, onde começou a produzir o produto adotando o nome criado pelos consumidores “Leite Moça”.

Da trincheira para a cozinha 
Foi  após a 2ª Guerra Mundial que o produto chegou à cozinha. Se antes era  usado como substituto do leite integral, o leite condensado passa a ser o principal ingrediente no preparo de doces e sobremesas. Propaganda do Leite Moça durante a Segunda Guerra Mundial.
O brigadeiro 
Não é a primeira vez que o leite condensado se envolve em política!  Em 1945, a carioca Heloísa Nabuco de Oliveira, criou um docinho batizado como “brigadeiro” em apoio a campanha presidencial do Brigadeiro Eduardo Gomes –  candidato da União Democrática Nacional  (UDN)-, a Presidência da República.
A venda do docinho era uma forma de arrecadar fundos para a campanha do Brigadeiro. Apesar do apoio recebido, Eduardo Gomes foi derrotado nas eleições pelo General Eurico Gaspar Dutra.

A receita

A receita tradicional do brigadeiro é preparada com leite condensado, manteiga e chocolate em pó e com o tempo foi evoluindo, com a adição de ingredientes nobres, como o chocolate belga, pistache, bebidas alcóolicas, entre outras variantes. Deixando a polêmica de lado, recorremos a doceira queridinha da Zona Norte, Fabíola Metne – titular da Delícias da Bila, que nos ensina a  receita do brigadeiro tradicional:

Ingredientes: 
  • 1 leite condensado (lata ou caixinha) 395g
  • 3 colheres (sopa) de chocolate em pó
  • 1 colher (sopa) de manteiga
  • 1 xícara (chá) de chocolate granulado
Modo de fazer:
  • Em uma panela, coloque o leite condensado com o chocolate em pó e a manteiga.
  • Misture bem e leve ao fogo baixo, mexendo sempre até desprender do fundo da      panela (cerca de 10 minutos).
  • Retire do fogo, passe para um prato untado com manteiga e deixe esfriar.
  • Com as mãos untadas, enrole em bolinhas e passe-as no granulado. Sirva em forminhas de papel.