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Coragem, Ambição, Resiliência e Bolhas finas

Tempo de Leitura: 3 minutos

 

por Júnior Medeiros (*)

Um dos filmes mais esperados pelos amantes do vinho estreou em 22 de agosto e inundou as redes sociais, alimentou  curiosidades e trouxe as mais diversas opiniões.

Após o falecimento de seu marido François, Nicole-Barbe Ponsardin ficou conhecida como a Viúva Cliquot, mulher forte e determinada que, pela força de sua personalidade e amparada pelas leis locais, foi autorizada a dar continuidade no negócio de seu falecido companheiro. Contra tudo e contra todos, ela se reinventou e trouxe para o mundo do vinho uma das marcas mais conhecidas e reconhecidas de todos os tempos.

bolhas finas
Cartaz do filme A Viúva Clicquot – A mulher que formou um império, distribuído no Brasil pela Paris Filmes.

O filme conta uma pequena parte da biografia de uma mulher que fez muito pelo mundo do vinho, não só pelo produto em si, mas também pela contribuição no aumento do tempo de contato do vinho com as leveduras – o chamado processo de autólise – em busca das “bolhas mais finas” e também pelo desbravamento de um novo processo de filtração (leia-se: retirada) das leveduras do vinho espumante a fim de manter o líquido límpido e brilhante, como se espera de um champagne de qualidade.

Lutando contra o preconceito, contra o machismo instaurado na França do século XIX e até contra as leis Napoleônicas, Madame Cliquot batalhou em sua busca pela auto-afirmação e conquista do respeito de todos, insistindo no comércio de seu espumante que em pouco tempo figuraria na lista dos vinhos citados por Napoleão  Bonaparte como “merecido nas vitórias e necessário nas derrotas”.

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Cave de argila no subterrâneo da região de Champagne

A iniciativa de colocar seu toque pessoal em cada garrafa e identificá-las com um pequeno detalhe alimentou a criação de uma identidade única, estabelecendo futuramente em seu rótulo uma das cores mais icônicas deste universo etílico, conhecido como “amarelo Cliquot”. Uma cor vibrante e marcante que, na época, refletia o espírito guerreiro e ousado da nova proprietária desta maison e até hoje ajuda a diferenciar e destacar os produtos da marca no mercado.

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Júnior Medeiros na entrada do Parque Natural Regional da Montanha de Reims – na região de Champagne – França

Digamos que, de quebra, esta cor em particular agradou muito o Czar Alexandre I da Russia, durante sua incessante luta a frente da coalizão contra Napoleão Bonaparte – mas isso é tudo que podemos mencionar sem dar demais spoilers sobre o filme.

Aparte de certa elucubração imaginativa de seus roteiristas, as pesquisas épicas foram muito bem reproduzidas em um filme que prende a atenção do expectador de tal forma que seus 90 minutos se passaram antes mesmo de conseguir finalizar o enorme balde de pipoca que eu segurava.

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Champagne – França

Ambientado inteiramente na França, mais precisamente na região da Champagne e apesar de ter sido dirigido por um britânico, com a devida vênia, me atrevo a dizer que a língua escolhida para o curta poderia muito bem ter sido o Francês.

Ah, e sim… Champagne vai muito bem com pipoca de cinema. Com uma dose extra de manteiga!! Salut!

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(*) Júnior Medeiros – sommelier profissional e degustador certificado, formado pela Associação Brasileira de Sommeliers – ABS-SP e membro da diretoria da ABS São Paulo, Campinas e Grande ABC.

Instagram: @juniormedeiros_vinhos

 

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