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da Redação DiárioZonaNorte
- O Casarão foi construído em 1924 (há 100 anos) para abrigar o Grupo Escolar de Vila Guilherme, que depois veio a se chamar Grupo Escolar Afrânio Peixoto;
- O prédio funcionou como escola até 1970, quando deixou de pertencer ao Governo do Estado de São Paulo e passou a ser da Prefeitura de São Paulo;
- Em 1977, a Administração Regional de Vila Maria / Vila Guilherme / Vila Medeiros (que passaria a ser Subprefeitura) ocupou o prédio até 2004; e
- Depois de fechado por 10 anos, em abril de 2014, os coletivos culturais e organizações populares da região deram inicio a uma ocupação cultural no Casarão.
O tempo passou rapidamente e várias etapas acontecem junto à Casa de Cultura “Casarão”. No momento, boas notícias chegam aos moradores do centenário bairro da Vila Guilherme e de toda a região da Zona Norte, com prenúncio de reabertura em breve em sua totalidade, depois de quase seis meses de interrupção.
Entre as novidades, a inclusão do equipamento no projeto Polos Gastronômicos, uma licitação que abrirá espaço para comercialização de alimentos e bebidas em 29 espaços de cultura da cidade.
Se tudo correr como planejado, o “Casarão” deverá ser reaberto em sua totalidade ainda neste ano. No local, já há uma movimentação de atividades retomadas parcialmente desde dezembro do ano passado, que acontecem nos fundos do prédio principal – principalmente junto a um enorme espaço na área externa, onde eram realizadas inclusive as atividades de boxe.
Centenário
Construído em 1924, o histórico do “Casarão” revela que o prédio ficou fechado por dez anos – depois de servir em 2002 como Administração Regional da Prefeitura de São Paulo (antes de passar a Subprefeitura); e foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo ( Conpresp ) por meio da Resolução nº 10/2013.
Duas reformas em gestões diferentes
Depois de fechado por uma década e de uma grande reforma no valor de R$ 1,5 milhão, voltou a funcionar na gestão de Fernando Haddad (PT), a partir de 11/06/2016 (há oito anos).
Em junho de 2019, na gestão de Bruno Covas (PSDB), ainda recebeu uma nova reforma com custo de R$ 806 mil, com a criação de salas multiuso , área de skate, vestiários e implantação de copa, além da troca da cobertura do prédio principal e da calha.
Aconteceram muitas ações culturais com o acréscimo até com o novo nome oficial de Casa de Cultura Vila Guilherme – Casarão. Tudo ia bem, mas no dia 11 de setembro do ano passado (no dia seguinte, o bairro comemorou 112 anos) a Secretaria Municipal da Cultura (SMC) resolveu encerrar as atividades para os cuidados estruturais, com previsão de restabelecimento em quatro meses (120 dias) — que venceu em 11 de janeiro passado.
O levantamento dos problemas
O objetivo inicial era um levantamento minucioso da situação estrutural do imóvel do “Casarão”.
Segundo a Coordenadora das Casas de Cultura da SMC, Josie Priscila de Jesus, confirmou ao DiárioZonaNorte que “foi efetivada a contratação de empresa para projeto executivo de restauro, arquitetura, estrutura, adequação das instalações hidráulicas e elétricas, acessibilidade e segurança contra incêndio do local”.
O levantamento e estudos já foram encerrados e aguardam aprovação do Conpresp, já que o local recebeu o tombamento cultural. Segundo a Gestora das Atividades do Casarão, Danielle Ramos Dornellas, “aos poucos, estamos retomando as atividades, devido a readequação do espaço, utilizando apenas o anexo do Casarão“.
Tombamento
Desde 2020 o restauro do Casarão já estava no radar da SMC, mas o processo só tomou forma mesmo em 2023 – com a contratação do escritório Atelier GR Arquitetura e Urbanismo que venceu a licitação por menor preço – com o valor de R$ 290.999,90, responsável pelo projeto executivo.
Para o diagnóstico da estrutura do Casarão –– envolvendo as condições das madeiras dos pisos e telhado — foi contratada a empresa Tema Engenharia e Arquitetura – que após sondagens elaborou um laudo detalhado.
Nele, apontou a presença maciça de cupins de solo nos andares térreo, superior e na estrutura do telhado, cupim de madeira seca em peças do solo, diversos pontos de infiltração que favoreceu o apodrecimento da madeira.
O estudo também identificou as origens das madeiras usadas na construção (Peroba Rosa e Pinho do Paraná).
No ritmo do DHP
Por ser um imóvel tombado, toda e qualquer intervenção no prédio deixa de ser uma reforma para se transformar em um restauro, que deve seguir regras específicas e ter o projeto aprovado pelo órgão, o que torna tudo muito demorado.
Com as informações em mãos, a Atelier GR elaborou um anteprojeto e o encaminhou para o Departamento de Patrimônio Histórico – DPH em 08 de dezembro de 2023 e até o momento, o órgão não retornou com os devidos apontamentos. Só depois da devolução do anteprojeto pelo DHP é que efetivamente, a Atelier fará o projeto executivo. A previsão é que este projeto fique pronto até o mês de agosto de 2024.
Só após o projeto aprovado, que o restauro terá início.
Vida que segue
As oficinas estão sendo contratadas de acordo com edital dos oficineiros, com previsão de início das atividades após a segunda quinzena de fevereiro. De acordo com o edital só podem ser renovados 50% das oficinas ministradas no ano anterior.
Com o objetivo de atender os frequentadores e seus oficineiros, a Coordenação das Casas de Cultura realizou uma reunião para apoio em conjunto sobre as oficinas que devem ser mantidas na reabertura do ´´Casarão´´. ´´Desta forma, a programação seguirá normalmente como antes, da mesma forma que sempre aconteceu como em todas as casas de cultura´´, lembra Josie.
Os Polos gastronômicos
A Secretaria Municipal da Cultura abriu Edital de Chamamento Público de Polos Gastronômicos que deverão funcionar nos diversos equipamentos culturais (centros culturais, teatros e bibliotecas) da cidade.
De acordo com o edital, cada equipamento terá um espaço para comercialização de alimentos e bebidas. Espaço este que será proporcional ao tamanho do equipamento, conforme consta no edital.
O “Casarão” faz parte do projeto. As propostas com a documentação para o pregão tem prazo até 20 de fevereiro de 2024.
A medida visa a contratação de parceiros para a execução de serviços de implantação e operação de espaços gastronômicos em equipamentos culturais da cidade, por meio de termos de permissão de uso. Ao todo, 29 espaços em 24 equipamentos culturais da SMC, aderem ao programa, melhorando a experiência dos frequentadores desses espaços.
No projeto, os objetivos: (*) melhorar os equipamentos culturais; (*) oferecer alimentação onde hoje não tem e incentivar mais frequência de espectadores; (*) fomentar o micro empreendedor; e (*) gerar emprego e renda.
Os espaços adaptados para lanchonetes, café e restaurantes; os formatos poderão ser em container, mini container e food truck; e com oportunidades barraquinhas e carrinhos na venda de açai, dogão, sorvetes etc.
Esses comércios em parcerias pagam um valor mensal pelo uso dos espaços, oferecendo um lugar e alimentação para os usuários. ( A íntegra do Edital de Licitação: clique aqui )
Mais reportagens do DiárioZonaNorte sobre o ´Casarão´:
- Casa de Cultura Casarão fecha até por quatro meses e transfere as atividades – (11/09/2023) – clique aqui
- Reações com o fechamento da Casa de Cultura Casarão em busca de soluções – (13/09/2023) – clique aqui
Serviço
Casa de Cultura Vila Guilherme – Casarão
- Local: Praça Oscar da Silva, 110 – Vila Guilherme
- Referência: junto à R.Maria Cândida – em frente ao Sonda
- Anexo do Casarão: fundos – entrada pelo portão lateral
- Telefones: (11) 2909-0065 /9 .8158.4782 / 9.8782.2541
- Funcionamento: 3ª. feira a domingo
- Horário: 09h00 às 21h00
- E-mail: [email protected]
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