casa verde
da Redação DiárioZonaNorte
- Casa Verde deve ter ultrapassado os 80.536 habitantes que foram anunciados em 2022 pelo IBGE;
- A área do distrito da Casa Verde chega 7,1 km quadrados composto com 25 bairros;
- O pugilista Éder Jofre, um dos muitos atletas que carregaram. com orgulho, o nome da Casa Verde nos esportes; e
- A Casa Verde serviu de cenários para duas telenovelas: A Viagem (1976, de Ivani Ribeiro) na extinta Rede Tupi, e Sangue Bom, da Rede Globo, em 2013.
Com ares de cidade interiorana, o distrito da Casa Verde, na Zona Norte de São Paulo, está comemorando seus 111 anos de história, nesta 3a.feira (21/05/2024). Fundado em 1913, o bairro é reconhecido por sua forte tradição no samba, abrigando importantes escolas como Império de Casa Verde, Morro da Casa Verde e Unidos do Peruche. A região também é marcada pela presença do imponente Sambódromo, há mais de 30 anos, e pela Fábrica do Samba, localizada do outro lado da Ponte da Casa Verde.
Os residentes da Casa Verde frequentemente caracterizam a região como tendo um “clima de cidade do interior”. Esta expressão captura a essência de uma comunidade acolhedora e familiar, marcada pela presença de muitas casas, um traço cada vez mais raro em grandes cidades dominadas por arranha-céus. Além disso, a área se sobressai como uma zona residencial com excelente infraestrutura e fácil acesso a várias partes da cidade.
Um giro pela região é suficiente para notar as ruas tranquilas e arborizadas. Entretanto, por trás dessa serenidade, encontra-se uma área bem servida de comércio, escolas, hospitais e opções de lazer. A Rua Doutor Cesar Castiglioni Junior é um exemplo, concentrando lojas, padarias, bancos e diversos serviços essenciais para os moradores.
A Casa Verde oferece uma excelente infraestrutura de transporte, com amplas avenidas em trechos que divide com o distrito de Santana, como as Avenidas Engenheiro Caetano Álvares e a Braz Leme.
Essas vias principais facilitam a mobilidade e ligam o bairro ao Centro e à Zona Oeste de São Paulo através das pontes da Casa Verde e do Limão. Por intermédio da Marginal do Tietê tem acesso ao Terminal Rodoviário Tietê e mais próximo da Estação de Metrô e do Terminal de Ônibus, na Barra Funda. Apesar de não ter uma estação de metrô, conta com o Terminal Casa Verde, de ônibus.
A vizinhança e agregados
O distrito da Casa Verde é vizinho de outros distritos importantes: Mandaqui (Nordeste), Santana (Leste), Bom Retiro (Sudeste), Barra Funda e Santa Cecília (Sul) — além dos bairros Vila Nova Cachoeirinha (Norte) e Limão (Oeste).
No município, o distrito da Casa Verde representa a Subprefeitura da região junto com os distritos da Cachoeirinha e do Limão. E conta com os seguintes bairros: Casa Verde Baixa, Casa Verde Média, Imirim, Jardim das Laranjeiras, Jardim Guanandi, Jardim Ibéria, Jardim Rossin, Jardim São Bento, Jardim São Domingos, Jardim São Miguel, Jardim S.Kemel, Parque Peruche, Parque Souza Aranha, Parque Samaritá, Sitio do Mandaqui, Vila Anhembi, Vila Bandeirantes, Vila Baurel, Vila Bianca, Vila Célia, Vila Ester, Vila Gouveia, Vila Minosi, Vila Rossin e Vila Vanda.
Mais mobilidade
A proximidade do bairro com a Marginal Tietê, uma das principais vias de São Paulo, facilita o deslocamento entre as zonas Oeste e Leste da cidade. Com linhas de ônibus e acesso ao metrô, entrar e sair do bairro é simples. A ponte da Casa Verde, que conecta a Avenida Rudge ao centro de São Paulo, também contribui para a mobilidade eficiente dos moradores.
A Casa Verde, além de berço de grandes escolas de samba, oferece várias opções de lazer, especialmente durante o Carnaval. Fora da temporada carnavalesca, os momentos de cultura e de brasilidade com o Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso e o Centro de Tradições Nordestinas (CTN).
Esses locais oferecem atividades culturais, como apresentações, oficinas, cinema, e uma rica gastronomia típica. Além de contar com um Patrimônio Nacional que é a sede do Sítio Morrinhos, onde está o Museu de São Paulo e o Centro de Arqueologia de São Paulo, com o acervo de casas históricas de 322 anos.
A região possui uma ampla oferta de instituições de ensino, desde escolas de ensino fundamental até faculdades e centros universitários como UNICID e UNICSUL, ambas no Jardim das Laranjeiras. Essas instituições garantem que os moradores tenham acesso a uma educação de qualidade, desde o jardim de infância até o ensino superior.
Buscando bons frutos
A Praça Centenário mostra-se em um enorme espaço arborizado, bem cuidada, sendo um dos atrativos dos moradores e com brinquedos para as crianças. Por outro lado, na Casa Verde está o moderníssimo prédio da Totvs, uma empresa nacional de software e sistemas tecnológicos, localizada Av. Bráz Leme. Sem contar outras importantes empresas na região.
Na Av. Profª Ida Kolb ficou a marca dos prédios projetados por Oscar Niemeyer, onde recebeu a Tv Manchete por 16 anos até a sua falência (de 1983 a 1999).
Ali foi uma época que contou com um modelo novo de telenovelas, esportes, entretenimento, cultura e transmissões dos desfiles do Carnaval carioca. E também surgiram programas de Xuxa, Clodovil, Sérgio Mallandro, Sula Miranda, Raul Gil, Angélica, entre outros.
Sai Tv Manchete e entra o SESC
Ao lado dos prédios da extinta Tv Manchete, foi erguido o Centro de Eventos Pró-Magno, com uma grande infraestrutura de 28 mil metros quadrados, em quatro pavimentos e estacionamento com mais de mil vagas proporcionando diversas feiras e congressos simultâneos.
Em outubro do ano passado, o bairro ganhou a unidade do SESC, que ocupa área de 45 mil metros quadrados, nas instalações onde funcionava a sede paulista da varejista de moda Riachuelo — em operação por 30 anos no local. Os moradores recebem agora mais cultura, lazer, esportes e diversidade.
A história e o desenvolvimento
O território teve origem em uma grande fazenda, inicialmente pertencente a Amador Bueno em 1641 e posteriormente passando para seu descendente, o militar José Arouche de Toledo Rendon.
A área era popularmente conhecida como “sítio das moças da casa verde”. Em 1842, João Maxwell Rudge adquiriu a propriedade na margem direita do rio Tietê. Depois de 71 anos (1913), seus herdeiros dividiram a área em lotes, dando origem ao bairro. No entanto, os moradores rejeitaram o nome Vila Tietê, optando por manter o nome Casa Verde
Embora o crescimento inicial tenha sido lento, a chegada de infraestruturas como a ponte de madeira, o bonde, a eletricidade e a construção de igrejas impulsionaram o desenvolvimento do bairro. A Paróquia de São João Evangelista da Casa Verde foi criada em 1927, e a eletricidade chegou ao bairro em 1937. A ponte de madeira foi substituída pela atual ponte de concreto em 1954.
Começam a surgir os prédios
Devido à proximidade com o Aeroporto Campo de Marte, a área demorou a se desenvolver. Até os anos 1980, havia poucas construções devido às restrições da Aeronáutica. No entanto, com a revisão dessas restrições, o bairro começou a se verticalizar, tornando-se uma das áreas mais cobiçadas de São Paulo.
Neste aniversário, a Casa Verde celebra não apenas sua rica história, mas também seu contínuo desenvolvimento e significativa contribuição para a cultura paulistana, especialmente no samba. O bairro continua a ser um testemunho vivo da evolução urbana de São Paulo, preservando suas raízes históricas enquanto continua para um futuro promissor.
<Com apoio de informações/fonte: Prefeitura de São Paulo e Centro de Pesquisas-DZN >