da Redação DiárioZonaNorte
- O Casarão foi construído em 1924 (99 anos) para abrigar o Grupo Escolar de Vila Guilherme, que depois veio a se chamar Grupo Escolar Afrânio Peixoto;
- O prédio funcionou como escola até 1970, quando deixou de pertencer ao Governo do Estado de São Paulo e passou a ser da Prefeitura de São Paulo;
- O Casarão é a única Casa de Cultura nos três distritos da Zona Norte: Vila Guilherme, Vila Maria e Vila Medeiros — que também é de interesse em vários bairros da região; e
- Há estudos do governo municipal na gestão compartilhada (como na área da saúde) com Organizações Sociais de Cultura (OSCs) em parceria administrativa das Casas de Cultura do município.
Localizada no coração do bairro, a Casa de Cultura Vila Guilherme-Casarão, depois de 7 anos e 3 meses de funcionamento, terá uma interdição temporária que pode chegar a 120 dias – ou seja quatro meses. A coordenação do local deverá reprogramar as suas atividades para dois outros equipamentos de cultura.
A Secretaria Municipal da Cultura acertou um projeto executivo para o restauro do prédio localizado na Praça Oscar da Silva, ´´que inclui revisões estruturais dos pisos de madeira e revisão completa das condições da casa, visando o restauro, a acessibilidade e a segurança contra incêndio´´.
Esse projeto deve contratar uma empresa especializada de restauro, com o objetivo de serviços na área de arquitetura, estrutura, adequação das instalações hidráulicas e elétrica, acessibilidade e segurança contra incêndio.
Houve um levantamento preliminar para análise das estruturas do Casarão — um prédio quase centenário, de 1924, que já recebeu restaurações — e houve um pedido para sua interdição com o objetivo de uma análise mais aprofundada sobre a gravidade de possíveis riscos na estrutura.
A Secretaria da Cultura esclarece
Em resposta ao DiárioZonaNorte — que encaminhou 12 perguntas não respondidas totalmente –, a Secretaria Municipal da Cultura afirmou que ´´a suspensão das atividades é necessária para a avaliação minuciosa da infraestrutura do local, priorizando a segurança do público e dos frequentadores´´. E após essa averiguação, a obra será contratada — mas não foi revelado o valor dos estudos e estimativa para os eventuais acertos.
Em primeira etapa, o Casarão deverá ficar fechado às suas atividades nos próximos dois meses, podendo ter mais 60 dias de prorrogação, dependendo dos estudos. Neste período, o prédio ficará com as portas fechadas para o público e as atividades fixas serão transferidas para outros locais evitando a interrupção do atendimento aos usuários e o não cancelamento de contratos.
Os dois locais escolhidos pela Secretaria Municipal da Cultura para essa transferência das oficinas. Na Vila Maria, a Bilblioteca Álvares de Azevedo, que está localizada na Praça Joaquim José da Nova – na altura do 1324 da Av. Alberto Byington. Já as oficinas noturnas serão realizadas na Biblioteca Adelpha Figueiredo, no bairro do Pari, junto à Praça Ilo Ottani – próximo da Av. Bom Jardim, no final da Ponte da Vila Guilherme.
Ao saber destas transferências, o ativista social Beto Freire comentou que os locais ficam distantes do Casarão e devem criar problemas de mobilidade para os participantes das oficinas. ´´São locais difíceis para locomoção, sem boa condução e nem tem metrô, além dos gastos´´, lembrou. E acrescentou que poderia ter havido um acordo com o pessoal da Uniban, com o prédio na Rua Maria Cândida, que ´´fica perto e tem espaço de sobra´´.
Um pouco da história
A Casa de Cultura Vila Guilherme – Casarão foi inaugurada em 11 de junho de 2016. Resultado da mobilização da comunidade e coletivos culturais através do Conselho Participativo Municipal (CPM) da região, com um local de 3 mil metros quadrados.
O local possui mais de 16 salas multiusos, área externa e pátio interno. Oferece oficinas, apresentações culturais, debates, saraus, exibições de filmes, entre outras atividades para atender às demandas da comunidade.
Construído em 1924 como Grupo Escolar de Vila Guilherme, depois chamado Grupo Escolar Afrânio Peixoto, o prédio funcionou como escola até 1970.
Em 1977, passou a ser sede da Subprefeitura Vila Maria/Vila Guilherme/Vila Medeiros, que operou lá até 2004. A comunidade local lutou para transformá-lo em um espaço cultural.
Já em 2013, o prédio do Casarão foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo – Conpresp.
Em abril de 2014, coletivos culturais ocuparam o Casarão, oferecendo atividades culturais como teatro, música, dança, capoeira e skate, reivindicando seu uso como equipamento público de cultura.
Com diálogo constante entre os coletivos e a Subprefeitura de Vila Maria/Vila Guilherme/Vila Medeiros, a requalificação do prédio começou em 2015 com um investimento de R$ 1,5 milhão.
Em 2016, após a reforma, o Casarão passou a integrar os equipamentos culturais da Secretaria Municipal de Cultura com o nome oficial de Casa de Cultura Vila Guilherme – Casarão.
A Casa de Cultura Vila Guilherme-Casarão possui público composto por todas as faixas etárias. Entre as atividades ofertadas, o local trabalha em maior quantidade as linguagens de música (por conta da enorme demanda) e existe um esforço para diversificar as atividades, de modo que são comuns atividades de teatro, circo e dança. Por outro lado, oferece até espaço e instruções de skate.
O local busca incentivar novas linguagens (artes visuais, artes plásticas, cinema e literatura) e público (primeira infância e adolescente). Como estratégia para atração de público destaca-se que a Casa de Cultura possui área para instalação de equipamento de viés gastronômico.