corporativo
da Redação DiárioZonaNorte
É inevitável. O Brasil tem dois períodos de tempo: AC e DC (antes e depois do Carnaval). Brincadeira à parte, vamos fazer uma reflexão sobre o quê a maior festa popular do planeta, pode ensinar para o mundo corporativo.
Uma escola de samba trabalha com ciclos anuais, com uma única meta: ganhar o campeonato. Tem como habilidade principal transformar o caos em ordem. Todo ano começam do zero. Precisam escolher um tema, viabilizar financeiramente o enredo para só então escolher o samba, produzir as fantasias de acordo com aquele tema, ensaiar os músicos e os componentes.
Diferentes mais iguais
As lideranças da escola precisam, constantemente, quebrar a resistência de seus componentes. É do ser humano encarar novidades e metas de forma negativa. Não vai dar certo. Será ruim. Escola tal já fez o tema e quebrou a cara.
A matéria prima da escola de samba é a criatividade. E criatividade pode ser aplicada em qualquer atividade. Você pode fazer uma determinada tarefa de “n” formas diferentes. Para que funcione e ganhe competitividade, você precisa deixar o conservadorismo longe. Já estou vendo você ai, do outro lado da tela, dizendo “não é fácil”. Eu não disse que seria. É um exercício diário.
Uma escola de samba trabalha focando a integração plena de todos os seus componentes. Do casal principal de mestre-sala e porta-bandeira até o pessoal que empurra os carros alegóricos, todos tem uma função e precisam ser valorizados.
A bateria é um grande exemplo. Você tem os melhores músicos individualmente falando, mas eles não conseguem tocar de forma integrada e o restante da escola não acompanha o ritmo e não apresenta harmonia no desfile, o trabalho de um ano inteiro é perdido e a escola corre o risco ainda de ser rebaixada.
Nota 10 no Mundo Corporativo
Vamos ver todos os itens que avaliam uma escola de samba, durante um desfile:
Comissão de frente é a primeira impressão que a empresa transmite. É a forma como ela empresa se relaciona com seu público externo. Clientes, esferas governamentais ou comunidade, não importa. É a imagem da empresa. Integrantes da comissão de frente: telefonistas, e-mails, mídias sociais, site, equipe de vendas, pós-pós venda. Uma comissão de frente bem estruturada é clara, bem treinada, se comunica de forma eficaz e reflete a imagem da empresa.
O trabalho da Comissão de Frente é complementado pelo casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, os relações públicas da empresa, eles defendem o pavilhão e conhecem como ninguém a missão e os valores da empresa.
Já a bateria é quem dá o ritmo da empresa. Pode ser um restaurante, um ateliê de costura ou uma mega fábrica. Não importa a área de atuação. É ela que cuida da produção e dá ritmo ao trabalho. A bateria é o coração da escola e quando não tem cadência, o espetáculo é prejudicado.
A Harmonia é quem cuida de todo o planejamento estratégico da escola. Em uma empresa seria o equivalente ao departamento de Marketing, já que interage com todas as alas, tem que ter um raciocínio rápido e claro, além de ser capaz de ter uma visão de longo prazo e habilidade de corrigir problemas rapidamente.
Passistas são os funcionários especialistas em suas funções, que tocam o dia a dia da empresa. Se aprimoram constantemente, através dos ensaios, trabalham em conjunto e sabem o samba enredo na ponta da língua (as metas da empresa).
A Velha-Guarda são os veteranos da empresa, tem muito conhecimento, paciência com os mais jovens e experiência em situações adversas. Nos dias de hoje, são os que conhecem profundamente as crises e como superá-las.
Independente da posição que você ocupe no mundo corporativo, o importante é conhecer o samba enredo (metas), não perder a harmonia (planejamento), prestar atenção nos sons da bateria (produção), valorizar os passistas (colegas de trabalho) e a velha-guarda (experiência), além de agir como o casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira (defendendo o pavilhão com alegria e paixão).
E já que o ano começa depois do Carnaval, Feliz Ano Novo!