- Síndrome do FOMO: o medo de perder algo afeta cada vez mais pessoas; e
- Especialista diz que a presença nas redes sociais é um dos fatores de risco.
Com a crescente presença das redes sociais no dia a dia, um fenômeno psicológico tem chamado a atenção de especialistas: a Síndrome do FOMO (Fear of Missing Out), ou o medo de estar perdendo algo. Segundo a psicóloga Anahy D’Amico, esse sentimento afeta principalmente jovens e adultos conectados à internet, que se veem constantemente comparando suas vidas com as dos outros.
“FOMO é a ansiedade gerada pela percepção de que os outros estão aproveitando a vida mais do que você“, explica Anahy. “Essa sensação surge, principalmente, quando estamos nas redes sociais e vemos fotos de viagens, eventos ou conquistas alheias, criando a ilusão de que todos ao nosso redor estão vivendo experiências mais interessantes ou satisfatórias”, conclui.
Os principais sintomas da Síndrome do FOMO, de acordo com a psicóloga, incluem:
- Ansiedade constante: a pessoa fica ansiosa ao ver postagens de amigos ou colegas participando de eventos ou atividades que ela não pode ou não consegue acompanhar;
- Dificuldade de concentração: o medo de perder algo relevante pode fazer com que a pessoa tenha dificuldade de focar no que está fazendo no momento;
- Insatisfação crônica: há uma sensação persistente de que a vida pessoal não é tão interessante ou satisfatória quanto a dos outros;
- Uso compulsivo de redes sociais: quem sofre de FOMO geralmente fica preso a ciclos repetitivos de checar redes sociais para se manter atualizado sobre o que os outros estão fazendo; e
- Baixa autoestima: comparações constantes com a vida dos outros podem resultar em uma visão negativa de si mesmo.
A psicóloga também ressalta que a exposição excessiva a conteúdos de redes sociais intensifica esse comportamento, levando a um ciclo vicioso de ansiedade e insatisfação. E lembra: “as pessoas não compartilham os momentos comuns ou difíceis de suas vidas nas redes. Por isso, quem vê as postagens fica com a impressão de que sua vida é menos interessante, o que pode causar um impacto negativo na autoestima e no bem-estar emocional”.
A especialista recomenda que aqueles que se identificam com esses sintomas considerem limitar o tempo nas redes sociais e pratiquem o autocuidado. “É importante desconectar-se por momentos e entender que a vida real, com suas complexidades, não é apenas o que se vê online. Reconectar-se com o que realmente traz satisfação e valor pessoal é essencial para reduzir o impacto do FOMO”, acreescenta.
Com a popularização do termo e a crescente atenção de especialistas, a Síndrome do FOMO vem sendo cada vez mais debatida no campo da saúde mental. As intervenções sugeridas envolvem, além de reduzir o tempo online, a prática de atividades que promovam o bem-estar, como exercícios físicos, meditação e interação social presencial.
Dra. Anahy D’Amico conclui com uma reflexão: “o medo de perder algo nos desconecta do presente. Precisamos lembrar que as verdadeiras experiências de vida acontecem fora das telas”.
Acréscimo de pesquisa:
Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) não liste o FOMO como uma condição médica formal, ela reconhece que esse fenômeno pode ter implicações significativas para a saúde mental, especialmente em jovens. A OMS recomenda:
- Autocuidado digital: Controlar o tempo de uso de redes sociais e realizar pausas;
- Promover o bem-estar mental: Práticas como mindfulness (concentração completamente no presente) e atividades físicas ajudam a reduzir o estresse e a ansiedade ligados ao FOMO; e
- Educação digital: Incentivar o uso saudável da tecnologia e conscientizar sobre os efeitos psicológicos negativos do FOMO.
Embora o FOMO ainda seja uma área em desenvolvimento no campo da saúde mental, já existem esforços para entender melhor seu impacto e promover estratégias que melhorem a saúde digital.
<Com apoio de informações/fonte: Alma 360 Comunicação / Kelly Ortiz e Nathalia Alcoba>