As diferenças fisiológicas entre homens e mulheres impactam diversos aspectos da visão. O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, explica que os homens geralmente possuem melhor foco visual e atenção, o que favorece a direção de veículos.
Em contrapartida, as mulheres têm percepção mais aguçada de cores, visão noturna melhor e maior sensibilidade à luz. Essas diferenças estão relacionadas à presença de dois cromossomos X, que influenciam na estrutura ocular.
Olho seco afeta mais as mulheres
Um levantamento com 310 pacientes do Instituto Penido Burnier mostrou que o “olho seco” é duas vezes mais frequente em mulheres. Essa condição ocorre quando há alteração na qualidade ou quantidade da lágrima, essencial para lubrificar e proteger os olhos contra agressões externas.
Os sintomas
Os principais sinais do olho seco incluem:
- Visão embaçada;
- Sensação de areia nos olhos;
- Ardência e vermelhidão;
- Sensibilidade à luz (fotofobia).
Em 11% dos casos, a condição pode ser assintomática. A lágrima é composta por camadas aquosa, lipídica e de mucina. A evaporação da camada aquosa, que representa 98% da lágrima, pode provocar desconforto e prejudicar a saúde ocular.
Principais causas do olho seco
A redução da camada aquosa da lágrima é mais comum em idosos e pessoas com doenças sistêmicas. Fatores que contribuem para o problema incluem:
- Menopausa e andropausa;
- Doenças autoimunes;
- Uso de antidepressivos, anti-hipertensivos e antialérgicos.
Outra forma comum é o olho seco evaporativo, que afeta 70% dos casos. Esse tipo resulta da obstrução das glândulas lacrimais, localizadas nas bordas das pálpebras. Essas glândulas produzem a camada lipídica da lágrima, prevenindo sua evaporação excessiva.
O uso excessivo de telas agrava o problema
O oftalmologista alerta que o principal fator de risco atualmente é o uso prolongado de telas. Normalmente, piscamos cerca de 20 vezes por minuto, mas diante de monitores, essa frequência cai para seis a sete piscadas, aumentando a evaporação da lágrima.
Outros fatores de risco incluem:
- Baixo consumo de ômega 3 (presente em castanhas, sardinha e salmão);
- Ingestão insuficiente de água;
- Uso incorreto de lentes de contato;
- Diabetes;
- Cicatrizes na córnea;
- Doenças como ceratocone e blefarite.
Os cuidados e como tratar
O tratamento do olho seco pode incluir:
- Colírios lubrificantes;
- Implante de plugue lacrimal;
- Aplicação de luz pulsada, que estimula a produção da camada lipídica da lágrima e proporciona alívio imediato, reduzindo a necessidade de colírios.
Prevenção
As 7 dicas para manter os olhos saudáveis:
- Pisque voluntariamente ao usar telas.
- A cada 20 minutos, olhe para um ponto distante por 20 segundo
- Posicione o computador abaixo da linha dos olhos.
- Evite telas uma hora antes de dormir.
- Limpe a borda das pálpebras com cotonete embebido em xampu neutro.
- Beba bastante água para manter a hidratação corporal.
- Inclua ômega 3 na dieta, consumindo alimentos como abacate, castanhas e peixes gordurosos.
<<Com apoio de informações/fonte: LDC Comunicação / Eutrópia Turazzi>>