O esgoto clandestino é um problema recorrente em muitas regiões do Brasil, especialmente em áreas urbanas e periurbanas. Recentemente, um caso de esgoto clandestino despejado no mar foi apontado pela prefeitura do Guarujá como possível causa de um surto de virose no litoral de São Paulo.
A situação levou a um aumento significativo de pacientes nas unidades de saúde nos últimos dias, gerando preocupação com as condições sanitárias e a necessidade de soluções urgentes para o problema.
As ligações clandestinas de esgoto consistem em sistemas improvisados que descartam dejetos diretamente em corpos d’água, córregos, rios e mar, terrenos baldios ou na rede de drenagem pluvial, sem qualquer tipo de tratamento.
Essas práticas são comuns em locais onde não há infraestrutura adequada de saneamento ou onde a população busca evitar custos associados ao serviço regular de coleta e tratamento de esgoto.
De acordo com Sibylle Muller, engenheira civil e CEO da NeoAcqua, empresa especializada em soluções para tratamento de águas, esgoto e reúso, “o esgoto clandestino representa um dos maiores desafios para a gestão de saneamento no Brasil, com impactos na sáude pública e poluição de corpos d’água´´.
A engenharia analisa a situação, que “pode estar diretamente relacionada à falta de infraestrutura adequada e, muitas vezes, ao desconhecimento por parte da população da importância de contar com um sistema de coleta e tratamento de esgoto adequados e do seu impacto positivo sobre o bem estar e a saúde pública.”
Impactos para a saúde pública
O contato com águas contaminadas por esgoto clandestino pode causar uma série de doenças, incluindo diarreia, hepatite A, leptospirose e verminoses.
“Quando o esgoto é descartado sem tratamento, ele se torna um vetor para a propagação de patógenos, colocando em risco principalmente crianças e populações vulneráveis”, explica Sibylle.
Além disso, a falta de afastamento e descarte correto do esgoto em áreas urbanas pode atrair pragas como ratos e mosquitos, que também são transmissores de doenças.
Assim, em locais onde o saneamento básico é precário, doenças veiculadas pela água tendem a proliferar e aumentar significativamente os custos com saúde pública.
Como combater o esgoto clandestino
A solução para o problema passa por investimentos em infraestrutura de saneamento e fiscalização efetiva. “É fundamental que governos e empresas trabalhem juntos para ampliar o acesso ao saneamento básico e conscientizar a população sobre a importância do descarte correto do esgoto”, acrescenta a engenheira.
Ela também ressalta a necessidade de tecnologias acessíveis para tratamento descentralizado de esgoto. “Soluções como estações compactas de tratamento podem ser alternativas viáveis para regiões onde a implementação ou ampliação de estações de tratamento ou da rede de esgoto não tenham viabilidade a curto e médio prazo ”.
A universalização do saneamento e a conscientização crescente da população devem gradativamente eliminar grande parte das ligações clandestinas e o descarte inadequado do esgoto, garantindo um futuro mais saudável para todos, com menor impacto ambiental.
<<Com apoio de informações/fonte: Agência Contatto Comunicação / Luiz Henrique Conde >>
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