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Pai e filho celebram quase três décadas de legado no Comando de Aviação da PM

Tempo de Leitura: 4 minutos

 

  • Sérgio Lucchesi ajudou a construir a unidade há 40 anos, onde seu filho permanece há quase uma década e meia como piloto da unidade

A família Lucchesi representa uma rara e significativa conexão no Comando de Aviação da Polícia Militar (PM) de São Paulo, unindo gerações com a mesma paixão por voar. Sérgio Lucchesi, um dos pioneiros que ajudaram a fundar a unidade há quatro décadas, e seu filho, Fábio, que segue seus passos como piloto há quase 15 anos, vivem uma história única dentro da corporação. Neste 23 de outubro, Dia do Aviador, ambos celebram essa trajetória.

Sérgio ingressou na unidade em seus primórdios, quando ainda era chamada de Grupamento de Radiopatrulha Aérea. Apelidado de “número 3” por ser o terceiro policial a entrar para o comando, ele permaneceu na aviação policial por 11 anos, aposentando-se em 1995.

Quando começamos, não havia nada. Nós plantamos uma semente em um terreno árido, e hoje a aviação da PM é referência”, relembra. Entre suas maiores realizações está a implantação do Projeto Resgate, que integrou bombeiros, enfermeiros e médicos, resultando em milhares de vidas salvas.

Pai e filho na cabine do helicóptero. Foto: Ass.Imprensa SSP-SP / Policia Militar
A continuação do legado

O destino trouxe uma surpresa ao coronel aposentado: em 2010, seu filho Fábio Lucchesi ingressou na mesma unidade. O filho cresceu admirando a carreira do pai e sempre esteve próximo dos helicópteros e aviões da polícia. “Eu passava muito tempo na unidade com meu pai, e aquilo despertou minha paixão pela aviação”, conta o piloto.

Apesar do ambiente familiar, Sérgio nunca incentivou diretamente o filho a seguir sua trajetória. “Esse caminho é mais do que uma escolha, é um destino“, reflete.

Já para Fábio, a entrada no Comando de Aviação da PM foi a realização de um sonho de infância. “A aviação é fascinante e, quando usada na segurança pública, torna-se uma ferramenta para salvar vidas“, destaca.

Foto de arquivo – O início de carreira de Fábio Lucchesi. <Divulgação/ Ass.Imprensa SSP-SP/Policia Militar>>
O longo caminho até ser piloto

Tornar-se piloto na Policia Militar não é tarefa fácil. Fábio precisou passar por um processo rigoroso, que incluiu um concurso interno, treinamentos intensos e seis anos acumulando experiência para se habilitar como comandante de aeronaves. “Começamos como copilotos, e cada voo nos aproxima da qualificação como piloto principal. É preciso atingir, no mínimo, 500 horas de voo e ser aprovado por um conselho da unidade”, explica.

A função de piloto é de grande responsabilidade, exigindo tomadas de decisão sobre questões meteorológicas, combustível e segurança. “Ser piloto vai além de controlar a aeronave; envolve gestão e liderança. Tomar decisões sob pressão é a parte mais desafiadora”, avalia Fábio.

Hoje, ele participa de diversas operações, incluindo transporte de órgãos e missões de resgate. Atuou, por exemplo, no apoio aéreo durante o desastre de Brumadinho (MG) em 2021 e na missão humanitária no Rio Grande do Sul em 2023.

Fábio Lucchesi e companheiros do Comando de Aviação da Polícia Militar.
A evolução da aviação policial

As gerações de pai e filho experimentaram mudanças significativas na tecnologia aeronáutica. “Na minha época, faltavam recursos nas cabines e cheguei a perder parte da audição em operações”, relembra Sérgio. Hoje, os equipamentos são mais seguros e modernos, facilitando a execução das missões.

O legado do pai também se reflete na cultura organizacional da unidade. “Tudo que meu filho aprende hoje foi construído ao longo do tempo, e eu tive o privilégio de participar dessa evolução”, comenta Sérgio. Ainda assim, ele revela que um sonho pessoal ficou pendente: “Gostaria de ter voado ao lado do meu filho. Seria a realização completa.”

Pai e filho em frente ao hangar do Comando de Aviação. Foto: Ass.Imprensa/SSP-SP/Policia Militar
Exemplo inspirador

O comandante atual da aviação da Policia Militar, coronel Ronaldo Barreto, enaltece a história da família Lucchesi. “Pai e filho no Comando de Aviação são uma inspiração para todos que amam a aviação e a segurança pública“, declara.

Barreto destaca ainda a importância estratégica da aviação policial: “Nossa unidade é a maior da América do Sul no setor de segurança pública e coloca São Paulo entre as melhores no serviço aéreo em nível mundial.”

O vínculo entre Sérgio e Fábio representa não apenas um legado familiar, mas também a continuidade de uma missão essencial para a sociedade. A história dos Lucchesi mostra que, embora a tecnologia evolua, a paixão por voar e salvar vidas permanece inabalável.


 <<Com apoio de informações/fonte: Assessoria de Imprensa da Secretaria de Segurança Pública / Policia Militar – com base no texto original de Wellington Nascimento >>