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da Redação DiárioZonaNorte

Sistema Cantareira, principal manancial de abastecimento da região metropolitana de São Paulo, registrou 46,4% de volume útil nesta esta 3ª feira (22/10/2024) e permanece na Faixa 2: nível de atenção.

Os dados são da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que descarta desabastecimento.

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Estado de Atenção

Para voltar a uma situação considerada normal, o  volume do Cantareira deveria girar em torno de 60% – conforme parâmetros da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).  

A classificação do nível da represa, cumpri o Art. 6º da Resolução Conjunta ANA/DAEE nº 925/2017, já que o Sistema Cantareira apresentou em 30 de setembro de 2024, 50,85% de seu volume útil. Assim, as vazões a serem praticadas, no mês de outubro de 2024, ficarão dentro da Faixa 2: Atenção

Informações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) apontam que, apesar das chuvas que atingem a região metropolitana, há uma estimativa de estiagem – reflexo direto do fenômeno climático La Niña.

Lembrando que mesmo que chova muito, é preciso que a chuva caia no lugar correto:  dentro da represa.

O Sistema Cantareira

Considerado um dos maiores sistemas de abastecimento do mundo, o Sistema Cantareira produz 33 mil litros de água por segundo.

Doze municípios (oito paulistas e quatro mineiros) integram esse complexo formado por seis reservatórios – Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha, Juquery ou Paiva Castro e Águas Claras – interligados por 48 quilômetros de túneis subterrâneos, a Estação Elevatória de Santa Inês e a Estação de Tratamento de Água do Guaraú.

O sistema atende cerca de 8,8 milhões de pessoas, o que representa quase metade dos habitantes da Região Metropolitana de São Paulo.

São moradores das zonas norte e central da Capital, além de parte das zonas leste e oeste. Também recebem água do Cantareira os municípios de Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba e São Caetano do Sul, parte de Guarulhos, Barueri, Taboão da Serra e Santo André.

Uma pequena parte da Serra de Itapetinga inserida nos municípios de Mairiporã, Nazaré Paulista Guarulhos, e que está sob “limitação administrativa provisória”, também é parte integrante da área do Sistema Cantareira de abastecimento.

Companhia Cantareira e o Imperador Dom Pedro II

Estudos de 1852 já indicavam que nascentes localizadas na Serra da Cantareira e o regime de chuvas intermitente na região seriam a combinação ideal para evitar qualquer problema de abastecimento na Capital paulista.

A cidade vivia um período de crescimento demográfico expressivo motivado pela urbanização e a industrialização sem controle, em que se verificou o impactante salto de 20 mil habitantes, em 1870, para 240 mil em 1899.

E foi durante esse processo que, em 1878, nasce a Companhia Cantareira evento que contou com a presença do imperador Dom Pedro II.

Na inauguração da empresa ainda imaginava-se que a cidade entraria no século 20 com 60 mil habitantes, um equívoco percebido no censo de 1892 que constatou já haver o dobro de moradores na Capital.  Constado o erro de projeção, o governador do Estado rescinde o contrato com a empresa e compra suas propriedades na serra.

Nasce o Parque Estadual da Cantareira

Ele também amplia a área para conservação com a desapropriação de aproximadamente 5 mil hectares para a construção de novas represas (da Cuca, Olaria, Itagussu, Divisa, Manino, Bispo, Guaraú, Cassununga e Engordador).

Um sistema de abastecimento de água foi montado e permaneceu em funcionamento até 1973, quando entrou em operação o atual Sistema Cantareira – hoje administrado pela Sabesp.

As áreas adquiridas para a garantia da produção de água com qualidade ganharam o status de “reserva florestal” ainda antes da virada para o século 20.

Parque Estadual da Cantareira nasce a partir da condição de “reserva florestal”, sendo transformado em Parque por meio da Lei Estadual 6.884 de 1962 e posteriormente em Parque Estadual Turístico da Cantareira em 1968 (Decreto Estadual nº 10.228).

<com apoio de informações: Fundação Florestal do Estado de São Paulo>

 

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