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” Mãe Baiana “: espetáculo revela a força da mulher negra e o conflito de gerações

Foto: Divulgação/Roberto Carneiro
Tempo de Leitura: 3 minutos

Mãe Baiana 

  • Com texto criado a partir das escutas da filósofa Helena Theodoro, peça fala sobre relações e perdas, por meio de memórias preservadas pela oralidade

Quando as pessoas são lembradas, elas não morrem”, disse a filósofa, escritora e professora Helena Theodoro nas conversas com as autoras Thaís Pontes e Renata Andrade, que escreveram a dramaturgia de “Mãe baiana”.

Com direção de Luiz Antonio Pilar — vencedor do Prêmio Shell de Melhor Direção por “Leci Brandão – Na Palma da Mão” — a peça terá apresentação gratuita  no Teatro Municipal Alfredo Mesquita, na Zona Norte, nesta 4ª. feira  (28/8/2024).

Mãe Baiana 
Foto: Divulgação/Roberto Carneiro

No palco, Dja Marthins e Luiza Loroza interpretam avó e neta que, ao viver um momento de luto em família, veem a relação entre as duas renascer. A peça, que joga luz sobre o papel poderoso e fundamental da mulher negra na sociedade.

Segundo o diretor Luiz Antonio Pilar, a concepção de “Mãe baiana” nasce da proposta do texto. Nele, estão os conflitos de gerações e de conceitos entre uma jovem mulher de seus 20 e poucos anos e sua avó, octogenária.

Mãe Baiana 
Foto: Divulgação/Roberto Carneiro

O espetáculo faz parte da trilogia “Matriarcas”, ao lado de “Mãe de santo” e “Mãe preta”, idealizado pela atriz Vilma Melo e o produtor cultural Bruno Mariozz. A peça parte da perda de um filho, fato que Helena Theodoro viveu quando seu menino de quatro anos morreu afogado.

Apesar da premissa triste, as autoras preocuparam-se em não pesar o espetáculo, até porque a personagem da avó – assim como a autora – sofre, mas entende a morte. No início, a neta não compreende, mas passa a entender ao longo da história.

Todo o pensamento da filósofa e primeira doutora preta do Brasil Helena Theodoro passa por suas experiências pessoais e afirma o princípio feminino preto com todas as suas possiblidades de existir, conservar, transformar e melhorar o mundo.

Mãe Baiana 
Foto: Divulgação/Roberto Carneiro

Um conflito que não significa necessariamente violência ou brigas, mas as diferenças de ideias de tempos que já passaram. São dois mundos diferentes que hoje estão no mesmo espaço”, analisa o diretor da peça.

O cenário é composto por ambientes de uma casa, divididos entre sala, cozinha e quintal onde avó e neta conversam, cozinham e recordam as histórias da família. No quintal, são usados dez quilos de terra e de sementes de girassol.


Helena Theodoro / Foto: Agência Brasil-EBC

Helena Theodoro – Com seus 81 anos,  Helena Theodoro é marcada por sua múltipla formação. Natural do Rio de Janeiro, ela é professora da UFRJ com graduações em Direito e em Pedagogia, mestrado em Educação, doutorado em Filosofia e pós-doutorado em História comparada. É referência no país na pesquisa em história e cultura afro-brasileira. Foi presidente do Conselho Deliberativo do FUNDO ELAS e coordenadora do Comitê Pró-equidade de Gênero, Raça e Etnia da Casa da Moeda do Brasil até junho de 2016. Coordenou o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB) da FAETEC de 2008 a 2013. Escreveu os livros “Mito e Espiritualidade: Mulheres Negras” (1996), “Os Ibéjis e o Carnaval” (2009), “Caderno de Cultura Afro-brasileira” (2009), “Iansã, rainha dos ventos e tempestades” (2010) e “Martinho da Vila – Reflexos no Espelho” (2018).


Ficha técnica

Argumento: Helena Theodoro | Texto: Thaís Pontes e Renata Andrade | Direção: Luiz Antonio Pilar | Elenco: Dja Marthins e Luiza Loroza   | Direção Musical: Wladimir Pinheiro | Direção de Produção: Bruno Mariozz | Diretora  Assistente: Lorena Lima | Iluminação: Anderson Ratto | Figurino: Clívia Cohen | Cenário: Renata Mota e Igor Liberato | Produção e Realização: Palavra Z Produções Culturais


Serviço

                        “ Mãe baiana ”

  • Circuito Municipal de Cultura 2024
  • Local: Teatro Municipal Alfredo Mesquita
  • Endereço: Av. Santos Dumont, 1770 – Santana
  • Localização: em frente ao Campo de Marte
  • Transporte: Metrô Linha 1-Azul / Estação Carandiru
  • Custo: Entrada gratuita
  • Ingressos: retirada com 1 hora antes do espetáculo
  • Classificação: 12 anos.
  • Duração: 60 min.

<<Com apoio de informações/fonte: Máquina de Escrever  Assessoria de Imprensa  /   Paula Catunda e Catharina Rocha>>

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