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“Detrás del Sur” mistura dança e dramaturgia mostrando a história do povo preto na América

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O espetáculo “Detrás del Sur”, dirigido e coreografado pelo colombiano Rafael Palacios, chega gratuitamente pela primeira vez a São Paulo, em um privilégio aos moradores da Zona Norte, com apresentações no Teatro Municipal Alfredo Mesquita, em Santana.

Adaptando a obra mais lembrada do maestro e escritor Zapata Olivella “Changó, el Gran Putas”, de 1983, autor reconhecido pela sua intelectualidade e bandeira ao protagonismo preto, a peça, assim como o livro, fez um grande sucesso na Colômbia, e rodou em cartaz mundialmente, produzido pela companhia Sankofa Danzafro.

Detrás del Sur

No palco, tudo gira em torno de múltiplas histórias que narram grandes acontecimentos reais envolvendo a população afrodescenente: como a escravidão; a prisão e o exílio de Xangô no Rio Níger; a Inconfidência Mineira; Revolução Haitiana; Guerra Civil dos Estados Unidos; e um recorte mais recente na luta pela igualdade racial protagonizada por Malcom X e Martin Luther King.

“A dança que realizamos rejeita os estereótipos de exotismo impostos aos corpos negros racializados. Através do corpo negro racializado, a dança adquire um significado profundo que pode estabelecer diálogos, e juntos como sociedade buscar justiça cognitiva e social para todos e todas. E contextos culturais, sociais e espirituais nos quais surgiram as manifestações artísticas e espirituais dos povos afro em todo o mundo”, argumenta Rafael Palacios. 

Detrás del Sur

O diretor afirma que o principal objetivo da peça é “dançar para sermos ouvidos”, com a dança sendo mecanizada como uma forma de refletir o que não funciona dentro da luta anti-racista e reivindicar eficiência das políticas de equidade racial. 

E no cumprimento desses objetivos, Palacios pondera que a principal mensagem do “Detrás del Sur” é sobre o conceito Muntu: “Este conceito refere-se à força que obtemos quando trabalhamos em comunidade e fraternidade para superar todas as opressões que nos afetaram durante séculos´´.  

Segundo o diretor, ´´o Muntu, com sua força vital, nos permite reivindicar a humanidade que nos foi negada, lutar para garantir os direitos fundamentais e humanos das comunidades indígenas e afrodescendentes que foram discriminadas e excluídas durante séculos. O Muntu representa o mandato de Changó como única solução para buscar futuros possíveis de equidade”.

No recorte da dança, o diretor e coreógrafo explicita o canto, a música e as expressões como ferramentas importantes e atualizadas à auto-afirmação e espiritualidade além da própria voz, honrando legados. O Tempo do Corpo, sobre o olhar reflexivo de Palacios, reafirma a resistência que o corpo negro teve ao longo de cinco séculos e continua enfrentando suas sequelas atualmente.

Detrás del Sur

 


Serviço 

  • Local: Teatro Alfredo Mesquita
  • Endereço: Avenida Santos Dumont, 1.770, Santana
  • Referência: em frente ao Campo de Marte
  • Transporte: Metrô Linha 1-Azul/Estação Carandiru
  • Ingressos: gratuito – chegar com antecedência 
  • Direção e coreografia: Rafael Palacios
  • Classificação: 12 anos
  • Duração: 60 minutos
  • Apresentações: 27/4 (sáb/21 hs) e 28/4 (dom/19 hs)

<Com apoio de informações/fonte: Imprensa/Secretaria Municipal de Cultura – Fabiano Grisolia/Gabriel Fabri /Enzo Sapio >

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