Home Bem Estar Dia Nacional de Combate ao Bullying lembra os sérios perigos da violência nas escolas

Dia Nacional de Combate ao Bullying lembra os sérios perigos da violência nas escolas

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No próximo domingo ( 7 de abril )  é conhecido pelo Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola. Essa data marca a tragédia de Realengo (RJ), em 2011, quando o ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira invadiu uma sala de aula e atirou contra as crianças, matando 11 delas, tirando a própria vida, em seguida.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO),  violência escolar refere-se a todas as formas de violência que ocorrem dentro e ao redor das escolas, são vivenciadas pelos alunos e perpetradas por outros alunos, professores e demais funcionários da escola. Ela se divide em três formas:

  •    Violência física, que é qualquer forma de agressão física com intenção de ferir, perpetrada por colegas, professores ou funcionários da escola;
  •    Violência psicológica, como abuso verbal e emocional, que inclui quaisquer formas de isolar, rejeitar, ignorar, insultar, espalhar boatos, inventar mentiras, xingar ridicularizar, humilhar, ameaçar e utilizar punição psicológica; e
  •   Violência sexual, que inclui intimidação de natureza sexual, assédio sexual, toque indesejado, coerção sexual e violação, perpetrada por um professor, pessoal escolar ou colega de escola ou de turma.
Bullying e a violência escolar
Bullying
Dra.Elizete Prescinotti Andrade

Conforme explica a pediatra Elizete Prescinotti Andrade, presidente do Departamento de Adolescência da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), qualquer ato de violência é uma agressão à saúde física e mental de crianças e adolescentes. “Quando ocorre nas escolas, compromete a capacidade de aprendizagem, repercutindo no futuro desses alunos”, diz a médica da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).

Ela comenta que o bullying é uma das principais causas de violência escolar e é prevalente entre adolescentes em todo o mundo. “Cerca de um terço dos estudantes foram alvos de bullying pelo menos uma vez, sendo a prevalência média no mundo de 24,32%. No Brasil existe a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), que avalia, entre outras coisas, a prevalência do bullying nas escolas, o que facilita observamos a evolução do bullying e das ações para sua contenção“, afirma.

Bullying

De acordo com a especialista, as ações para a resolução da violência escolar não devem ter como objetivo a ausência dos conflitos, e sim a prevenção e a resolução não violenta deles. Devem ser norteados por valores como a tolerância e a solidariedade e terem no diálogo, na negociação e na mediação os pilares para a resolução dos problemas.

As escolas precisam cuidar do clima escolar, aplicar esses mesmos princípios para resolver os problemas entre professores, funcionários e gestores. Ter regras claras, factíveis de serem seguidas e baseadas na ética. Os pais precisam saber dessas regras e o canal de comunicação com a escola também deve seguir as mesmas regras“, orienta Elizete.

Ela lembra, ainda, que os pediatras e demais profissionais da saúde que atuam com crianças e adolescentes precisam dar espaço nas consultas para que eles possam falar sobre o tema.

Crianças menores muitas vezes precisam recorrer a desenhos para entender e expressar seus sentimentos em relação à escola”, destaca, explicando que para adolescentes, deve-se incluir na avaliação de riscos os relacionamentos interpessoais e a violência na escola, perguntando se já foram alvos ou agentes de violência e, se a resposta for sim, com que frequência, há quanto tempo, onde e como ocorre.

Enfatizar que violência nunca é solução para resolver problemas e conversar com adolescentes e pais sobre os riscos de acesso a armas“, finaliza a pediatra.


<<Com apoio de informações/fonte: Vérité Comunicação /  Flávia Lo Bello e Luciana Rodriguez  >>