da Redação DiárioZonaNorte
Após uma paralisação de quatro anos, as obras da Linha 6-Laranja do Metrô, que ligará os bairros de Brasilândia e Freguesia do Ó ao bairro da Liberdade – região central de São Paulo, serão reiniciadas nesta 3a. feira (06out2020).
O Grupo Espanhol Acciona assumiu a execução do Contrato de Concessão Patrocinada, celebrado em 18/12/2013 entre o Governo do Estado de São Paulo e o consórcio Move São Paulo.
O anúncio da retomada foi feito nesta 2a. feira (05out2020), pelo governo do estado de São Paulo. A Linha 6-Laranja é o maior projeto de infraestrutura público-privado em desenvolvimento na América Latina.
Investimentos e conclusão em cinco anos
Serão investidos R$ 15 bilhões na retomada do projeto, que tem previsão de gerar 9 mil empregos diretos e indiretos no período da obra. Já no período de operação, serão aproximadamente mil empregos.
Além disso, é a primeira linha metroviária de concessão patrocinada para transporte de passageiros que contempla, com características pioneiras, implantação das obras civis e sistemas, conservação e expansão da linha. A concessão inclui ainda a aquisição de toda a frota, que deverá ter 22 trens, e prevê 19 anos para manutenção e operação.
A previsão é que a obra seja totalmente concluída em 5 anos.
Da Brasilândia a Liberdade em 23 minutos
A Linha 6-Laranja do Metrô terá 15,3 km e ligará a Brasilândia e Freguesia do Ó à região central de São Paulo, atendendo mais de 630 mil passageiros por dia. O trajeto será feito em até 23 minutos – atualmente, o tempo médio é de 1h30 por meio de ônibus.
Estações
O traçado completo é composto pelas seguintes estações: Brasilândia, Vila Cardoso, Itaberaba-Hospital Vila Penteado, João Paulo I, Freguesia do Ó, Santa Marina, Água Branca, Pompeia, Perdizes, Cardoso de Almeida, Angélica, Pacaembu, Higienópolis-Mackenzie, 14 Bis, Bela Vista e São Joaquim.
O trecho ainda facilitará a integração com a Linha 1-Azul, do Metrô, 4-Amarela operada pela concessionária ViaQuatro e 7-Rubi e 8-Diamante, ambas da CPTM.
Desde o início da implantação do trecho, houve aporte R$ 694 milhões para pagamento de obras civis e R$ 984 milhões para pagamento das desapropriações de 371 ações.
A novela
A construção da Linha 6-Laranja teve início em janeiro de 2015 e, em 2 de setembro de 2016, por decisão unilateral, a Move São Paulo informou a paralisação integral das obras civis.
A concessionária alegou dificuldades na obtenção de financiamento no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), especialmente pelo envolvimento das empreiteiras brasileiras na Operação Lava Jato.
Em novembro de 2019, a conclusão da caducidade foi estendida para 9 de fevereiro deste ano e posteriormente para o dia 07 de julho de 2020. O prazo permitiu que as negociações fossem concluídas sem a abertura de uma nova licitação.
A Move São Paulo permaneceu responsável pela conservação e preservação da segurança dos canteiros de obras e dos imóveis vinculados à concessão.
Sobre o Grupo Acciona
Há 22 anos no Brasil, a Acciona conta com mais de 1500 profissionais e possui unidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco.
A Acciona já realizou projetos emblemáticos no País como dois lotes do trecho norte do Rodoanel Mario Covas, em São Paulo e Guarulhos (SP) e o Terminal 2 do Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), no qual aplicou a tecnologia inovadora do equipamento Kugira, maior dique flutuante do mundo para fabricação de caixões de concreto pré-moldado.
Outros projetos realizadas pela Acciona nas duas últimas décadas foram a construção do CPD do Banco Santander em Campinas (SP) e da fábrica da Volkswagen em Resende (RJ).
Também foi responsável pelas reformas, em São Paulo, do complexo Estúdio Vera Cruz Filmes, das estações da Luz e Júlio Prestes (convertida na Sala São Paulo de concertos) e do edifício Martiniano de Carvalho, atual sede da Telefônica. A empresa também venceu licitações para a construção de linhas e estações de metrô em São Paulo (SP) e Fortaleza (CE).
Na área de saneamento, por meio da Acciona Água, realizou a assistência técnica na operação e manutenção da ETE Arrudas (MG) e atualmente responde por obras de sistemas de esgoto em São Gonçalo (RJ) e Santa Cruz do Capibaribe (PE).
Na área de Concessões, a Acciona Rodovia do Aço realizou durante 10 anos a operação da Rodovia Lúcio Meira (BR-393), em um trecho de 200 quilômetros de extensão, passando por 7 municípios da região sul do Estado do Rio de Janeiro.