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da Redação DiárioZonaNorte
- A diversidade forma uma população de mais de 300 mil pessoas em uma área de 16,4 km² na Vila Maria;
- Segundo levantamentos, a região da Vila Maria é composta em até 60 por cento de idosos; e
- Moradores da Vila querem mais transparência e diálogo para as obras e ações das secretarias e órgãos municipais.
“Recordar é viver” é o mote em algumas poesias e letras de músicas. E Vila Maria está celebrando, neste 17 de janeiro de 2024, os seus 107 anos de história. Muita coisa se foi daqueles que passaram pela história e de muitos que hoje convivem com o legado dos antepassados, mas que agora enfrentam outros problemas da modernidade e da administração da cidade. É sempre bom reviver o passado e fazer os acertos no presente, em homenagem ao que foi de bom.
Não é um mini-monumento pré-moldado em cimento (que, de longe, parece isopor) erguido pela Prefeitura de São Paulo de um dia para o outro, sem a participação dos moradores e comerciantes, na Praça Santo Eduardo. Isto só não demonstra o autêntico amor pelo bairro, mas deveria ter sido compartilhado com todos, em reconhecimento e respeito aos munícipes.
O povo da Vila Maria carrega consigo suas histórias, descendentes em sua grande maioria de imigrantes portugueses – na maioria -, italianos, espanhóis e outras etnias. A Vila Maria é o que é por causa deles, que sofreram nas ruas de terra, sem iluminação, sem água, sem esgoto, sem transporte público, e enfrentaram muitos outros problemas no meio de córregos, lagoas e junto com as enchentes.
Passado e presente
O aniversário da centenária Vila Maria já foi esquecido nos anos recentes. No antepassado, as festas eram representativas com a participação popular. Hoje, depois que a data passa, é lembrada com festas encomendadas por políticos, apenas com o objetivo de mostrar serviços e ter seus nomes lembrados nas eleições.
Mas atrás de conjuntos de hip-hop, funk, samba e cantores sertanejos está o bairro, que em seu dia a dia enfrenta a falta de segurança devido ao crescente número de assaltos e roubos, com os moradores recolhidos em suas residências, com medo do que pode acontecer de ruim. Antigamente, a Vila Maria tinha sossego, os vizinhos podiam até colocar cadeiras nas calçadas para bater-papo e ver o tempo passar.
Lá se foram os tempos em que as praças acolhiam os ‘namoricos’ da rapaziada, com os pais e parentes sentados nos bancos. Onde se podia apreciar a pipoca ou qualquer outra guloseima sem pressa. Enquanto outros, divertiam-se em brincadeiras , até com a “amarelinha”. O comércio do bairro tinha sossego e confiava nas pessoas, até mesmo com cadernetas de fiado nas padarias e nas lojas, com pagamento no final do mês, sem juros.
O mundo é evolução, modernidade e trouxe a tecnologia, que assumiu a tranquilidade de antigamente. Um grupo de autênticos cidadãos e cidadãs da Vila Maria precisou se organizar no modernismo do WhatsApp, com o intuito de não deixar acontecer mais um albergue na Vila Maria, além dos dois no Parque Novo Mundo. (No final desta matéria, acesse os links de nossas reportagens sobre o assunto)
O prefeito enxerga somente outras regiões, como a Zona Sul – onde ele mora – e a Zona Leste, por razões políticas. Com exceção de alguns progressos na área da saúde, com reformas em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e outros equipamentos, não há muito tempo não se vê novos investimentos na Zona Norte, com destaque ou novidades ouvindo os moradores, Conselho Participativo Municipal, Conselho Comunitário de Segurança, Associações de Bairros, na Vila Maria.
Mais diálogo, mais transparência
E, com o diálogo e a transparência, é onde se conhece os equipamentos municipais, com o apoio dos moradores. Não é impondo, até sem estudos e do Relatório de Impacto de Vizinhança. Nos dois últimos anos, aumentou o número de assaltos e roubos, trazendo uma grande insegurança no bairro. As pessoas ficam com medo de sair às ruas, com os celulares e carros. Pedem mais apoio da Policia Militar e, principalmente, uma atuação mais forte nas ruas da Guarda Civil Metropolitana, que é da responsabilidade da Prefeitura de São Paulo.
Os moradores pedem um Centro do Idoso (Creche do Idoso), Centro de Referência ao Autista, investimentos em mais um hospital na região para desafogar o saturado Hospital José Vereador Storópoli ( mais conhecido como ´´Vermelhinho´´), que necessita também de ajuda com novos e imprescindíveis equipamentos – que poderiam ser lembrados e perpetuados com as emendas parlamentares dos senhores vereadores, deputados estaduais e federais — ao invés de campos de futebol com gramado sintético e outras ações supérfluas.
As origens
Em 1917, a Vila Maria teve sua origem por meio do loteamento do Sítio Bela Vista pela Companhia Paulistana de Terrenos (CPT). A escolha do nome da nova vila foi inspirada na esposa de um dos proprietários da CPT, chamada Maria. As ruas, seguindo a tradição da época, receberam os nomes de diretores e corretores da empresa, como Guilherme Cotching, Thomaz Speers, Antônio da Silva e Eugênio de Freitas.
Até 1918, o acesso à Vila Maria só podia ser feito por barco, atravessando o rio Tietê. Nesse ano, uma ponte de madeira foi construída para facilitar o deslocamento — somente 47 anos depois (1965) é que a administração municipal daquela época construiu a ponte de concreto, hoje Ponte Vila Maria-Jânio Quadros.
Entre as décadas de 1930 e 1970, a região recebeu um grande número de imigrantes portugueses, que imprimiram muito de suas características à Vila Maria. Depois chegaram os italianos, espanhóis e outros, tendo agora os bolivianos.
O progresso na região recebeu muitas empresas de transporte de cargas, ainda mais pela logística mais fásceis com as marginais do Rio Tietê e as rodovias Dutra e Fernão Dias. Mas outras empresas foram importantes para o crescimento do bairro, que ofereceram uma grande parcela nos impostos municipais e estaduais.
Uma marca de Vila Maria, que ficou registrada na história política, esteve na trajetória de ex-prefeito Jânio Quadros, que estabeleceu seu reduto eleitoral. Em um dos vários comícios de ele fez uma referência, que ficou registrada na história do bairro: ´´Povo da Vila Maria Baixa, da Vila Maria Alta e por que não da Vila Maria do Meio?'”
Vila Maria dos 107 anos tem muito a registrar em sua marca secular, como a Escola de Samba Unidos da Vila Maria, no teatro, no cinema, na música e até a presença do piloto Ayrton Senna, com seu escritório na rua Dr. Edson de Melo e assíduo frequentador do Restaurante O Compadre, que ficava ao lado. Sem esquecer os pontos marcantes e históricos: Paróquia de Nossa Senhora da Candelária e Praça Santo Eduardo.
Os bairros do distrito de Vila Maria, são: Vila Maria; Jardim Japão; Vila Maria Alta; Vila Maria Baixa; Parque Vila Maria; Parque Novo Mundo; Jardim Andaraí; Conjunto Promorar Vila Maria. E os distritos que compões a região: Vila Guilherme e Vila Medeiros.
Ver mais detalhes nas matérias anteriores:
- Vila Maria une cidadãos, que conseguem cancelar o novo albergue da SMADS (13/01/2024) – ver aqui ;
- SMADS confirma novo equipamento na Rua Dom Felipe de Orleans na Vila Maria Baixa – (03/01/2024) – ver aqui;
- SMADS reafirma que “não abre mão” do albergue na Rua D. Luis Felipe de Orleans (08/01/2024) – ver aqui ; e
- Depois de confirmado, a SMADS recua e desiste do novo albergue na Vila Maria – (10/02/2024) – ver aqui
Álbum de fotos = Vila Maria de antes e a Vila Maria de agora, com pontos importantes na região – clique na imagem para expandí-la:
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