- Esperançosos na fila: é urgente doar órgãos;
- O rim é o mais desejado;
- A importância da doação de coração, rins e fígado; e
- O cordão umbilical oferece esperanças.
No mês passado, o caso do apresentador Fausto Silva, que recebeu um novo coração, reacendeu a importância deste ato que pode salvar vidas. E agora, neste 27 de setembro, é considerado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. É o momento de reflexões e de ter atitudes pelo próximo.
Quem doa órgãos pode beneficiar e salvar, pelo menos, dez vidas. Atualmente, o país possui 65 mil pessoas na fila de transplante de órgãos, o mais aguardado é o rim, que conta com mais de 36 mil pessoas na fila.
Em seguida vem a córnea, com cerca de 25 mil à espera; depois, o fígado, com 2.228 solicitações, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
O transplante de medula também tem uma significativa fila, com 650 pessoas, a informação é do Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (Redome).
Dentre os órgãos que podem ser doados, estão coração, rins, pâncreas, fígado, pulmões e tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical).
Já os tecidos são os ossos, córnea, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical. Alguns deles podem ser doados ainda em vida, como: um dos rins, metade do pulmão, parte do fígado e a medula. Os outros, apenas com a morte encefálica, que geralmente é resultado de traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral).
Todos os anos, diversas ações são realizadas, a fim de aumentar a abrangência de potenciais doadores e apoiar a doação, e neste ano, a Campanha “Transforme-se” tem este objetivo.
O projeto acontecerá entre os meses de setembro até dezembro, contando com uma série de vídeos documentais, em que transplantados contam suas histórias de vida e todo o processo de receber um novo órgão, além de postagens e publicações que visam a conscientização.
A campanha é apoiada por algumas organizações sociais, entre elas o Instituto do Bem, Instituto Gabriel, Associação da Medula Óssea (AMEO) e Associação Brasileira de Transplantados (ABTX), e busca passar a mensagem de que, por meio da doação, a vida de outras pessoas pode continuar. O ato é também a esperança que renasce para quem está na fila.
Assista ao vídeo /Campanha Transforme-se – clique:
Um caso real
Uma das pessoas beneficiadas por um novo órgão e que teve uma nova chance de viver, foi a fotógrafa Priscilla Fiedler. Ela, que sempre teve uma rotina saudável, começou a passar mal, e logo que foi ao médico descobriu que estava com um quadro de anemia, desenvolvida por conta de uma doença renal crônica.
Neste momento, ela teve duas opções, a de iniciar o tratamento de cabeça erguida ou se entregar à doença, e a segunda opção não passou por sua cabeça um dia sequer.
“Um dia eu estava trabalhando e no outro eu estava no hospital fazendo hemodiálise. Não foi uma doença progressiva em que eu fui fazendo tratamento. Eu descobri de um dia para o outro e foi bastante impactante, mas eu resolvi levar isso e aceitei fazer o tratamento”, explica Priscilla.
A espera
Desde o começo do tratamento a fotógrafa passou a integrar a fila do transplante, iniciando assim a espera pela tão sonhada ligação de esperança, que demorou seis meses para acontecer. “Para quem faz hemodiálise, cada dia é sofrido e, apesar da espera ter sido rápida, para mim, seis meses foram eternos. Acho que ter uma compatibilidade sanguínea mais comum foi primordial”, lembra a fotógrafa.
Apesar de ser por ordem cronológica, a fila possui prioridades de acordo com a gravidade do caso e a compatibilidade entre doador e receptor. A média de tempo de espera para um rim, que era o caso de Priscilla, é de três a quatro anos, mas a fotógrafa recebeu o transplante bem antes.
A vida após o transplante
O transplante ocorreu em 2019, e após a cirurgia, uma nova Priscilla nasceu. Cinco anos depois, Priscilla leva uma vida normal e cheia de esperança. “Quando uma pessoa é doadora de órgãos ela fornece a vida e a esperança para outra pessoa que está esperando na fila. Imaginamos que salvar uma vida é um poder de super-herói, ou de um bombeiro ou um policial, mas você também tem esse poder. É uma decisão para a vida toda, e você tem que se sentir orgulhoso disso”, finaliza a fotógrafa.
Como se tornar um doador de órgãos?
Para ser um “doador vivo”, é importante a pessoa apresentar boas condições de saúde, passar por avaliações médicas, ser capaz juridicamente e, principalmente, concordar com a doação. Legalmente, pais, irmãos, filhos, avós, tios e primos podem ser doadores. No caso de doação para uma pessoa que não seja parente, é preciso obter autorização judicial.
Todas podem ser consideradas doadoras em potencial, independentemente da idade ou histórico médico. O que determinará a possibilidade de transplante e quais os órgãos e tecidos que poderão ser doados é uma avaliação do corpo feita por meio de exames clínicos, de imagem e laboratoriais no momento da morte.
O mais importante é deixar claro para a família o seu desejo de ser doador. No Brasil, o transplante de órgãos só pode ser realizado após autorização familiar.
Não podem ser doadores de órgãos somente pessoas com diagnóstico de tumores malignos, doença infecciosa grave aguda ou doenças infectocontagiosas — destacando-se o HIV, as hepatites B e C e a doença de Chagas. Também não podem ser doadores os diagnosticados com insuficiência de múltiplos órgãos, situação que acomete coração, pulmões, fígado, rins, impossibilitando a doação desses órgãos.
Já para doação de medula óssea, basta procurar o Hemocentro (*) mais próximo, realizar um cadastro no Redome e coletar uma amostra de sangue (10 mL) para exame de tipagem HLA. Quando surgir um receptor compatível, o doador é convidado a realizar a doação, que acontece em centro cirúrgico.
(*) Hemocentros – Ver endereços da Pró-Sangue – clique aqui
= Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea – clique aqui
<<Com apoio de informações/fonte: De Propósito Comunicação / Jéssica Amaral >>