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Brasil apresenta projeto de cultivo de plantas e frutos em busca da Lua e Marte

Tempo de Leitura: 5 minutos

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da Redação DiárioZonaNorte

  • A NASA forneceu uma lista de nutrientes que é necessário fornecer para o astronauta. Na lista estavam as vitaminas A, C, Ferro, Fibra…
  •  A equipe brasileira selecionou o morango e a taioba para o projeto.

No meio dos estandes de frutas, legumes, verduras e flores, em um cenário que se destoa da típica atmosfera espacial, a startup InPlant, de Piracicaba (SP), fez sua estreia na 7ª Feira Internacional da The Brazil Conference & Expo, realizada em agosto no Expo Center Norte, na Zona Norte da cidade de São Paulo. No seu pequeno espaço da feira diante de cerca de 100 expositores, a startup brasileira divulgou o seu grande feito, ainda mais agora que os novos países, como a India e a China, retomam a corrida da exploração lunar e marciana.

A presença da InPlant na feira de negócios não passou despercebida, pois trouxe algo verdadeiramente surpreendente, com o endosso da agência espacial americana, a NASA (National Aeronautics and Space Administration). Este feito representa um marco significativo para o futuro da agricultura e boas perspectivas para safras, colheitas e produções na diversidade de climas e solos. E, durante a feira,  foi propício a um grande número de visitantes, cheios de curiosidade ou com interesse em negócios.

Em agosto do ano passado,  a equipe brasileira da InPlant alcançou esse feito notável ao ser selecionada como uma das dez finalistas em uma competição internacional, com oito países (Estados Unidos, Alemanha, Arábia Saudita, Itália, Espanha, Colombia, Bolivia e o Brasil) em 150 projetos inscritos, conhecida como Desafio Alimentar no Espaço do Universo (Deep Space Food Challenge ), promovida em colaboração entre a NASA e a Agência Espacial Canadense (CSA).

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Câmara climática horizontal
O projeto com resultados

O foco desse desafio era desenvolver tecnologias e sistemas inovadores capazes de produzir alimentos em ambientes desafiadores, que demandam recursos mínimos e gerem pouca perda possível. O objetivo principal era criar métodos para garantir o fornecimento de alimentos para astronautas em missões de longa duração, bem como preparar a exploração de destinos distantes com missões tripuladas — entre elas, Lua e Marte — só este, seis meses de ida.

O projeto brasileiro destacou a importância do cultivo de alimentos em espaços confinados para as  naves e estações espaciais, assegurando a sustentabilidade alimentar dos astronautas e, posteriormente, aplicar esses conhecimentos para melhorar a produção de alimentos na Terra. Como também as experiências em outras regiões no espaço, abrindo o futuro para a agricultura especial.

A InPlant se consolidou como uma empresa especializada em tecnologias voltadas para a produção de mudas microprogramadas in vitro e o cultivo de plantas em ambientes controlados. Em parceria com a Escola Superior de Agricultura Luís de Queiroz (ESALQ) — com a experiência do pesquisador-chefe Prof. Paulo Hercílio Viegas Rodrigues, os engenheiros da InPlant têm trabalhado arduamente para aprimorar técnicas de cultivo que resultem em colheitas de alta qualidade em qualquer época do ano.

A empresa recebeu uma grande experiência ao apresentar o projeto na competição da NASA, sendo reconhecida entre os dez participantes internacionais, que teve no final os Estados Unidos como vencedores. E, com isto, o projeto brasileiro também poderá ser desenvolvido futuramente pela agencia espacial norteamericana. Mas o processo tem o lado compensador, no momento,  e poderá ser aproveitado por agricultores e empresas brasileiras ou internacionais, condicionando as mudas controladas para variados tipos de solo e clima.

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Pesquisadores da InPlant: Enrico Mucciolo e Christian Demetrio, na feira, ao lado do protótipo da câmara climática.

´´Fomos surpreendidos já no primeiro dia da feira aqui no ExpoCenterNorte, onde teve o interesse de seis prováveis e futuros clientes, até dos Estados Unidos´´, comentou o engenheiro agrônomo Christian Demétrio, um dos responsáveis da InPlant. Após o encerramento do evento, a empresa computava mais de trinta contatos para futuros negócios referentes a produção de mudas e também desenvolvimento de tecnologia para ambientes controlados com LEDs.

Com este processo, a empresa — constituída em janeiro deste ano —  destaca-se ao oferecer soluções para os principais desafios enfrentados na cadeia produtiva de óleos essenciais e extratos vegetais, atendendo uma variedade de setores, incluindo agricultura, indústrias alimentícias, fármacos e cosméticos — já houve interesse de uma grande indústria deste setor.

Como uma empresa pioneira nas áreas de produção de mudas, controle ambiental, óleos e extratos vegetais mostraram como pode ser útil aos produtores de alimentos, desperta grande interesse no mercado. Por outro lado, sem concorrência, a InPlant  mostrou o lado das ideias renovadoras. Com interesse de uma venture builder — organização que constrói startups usando recursos próprios e rompendo modelos tradicionais –,  especializada em agronegócio, a WBGi, a InPlant recebeu  um aporte  de R$100 mil para desenvolvimento do projeto. 

Câmara climática e o desenvolvimento da planta

Como é o processo

O pontapé inicial é a escolha das mudas matrizes, que serão mantidas na luz azul, que vai controlar o crescimento. É inserido um gel no tubo, com o que a planta necessita para desenvolvimento e permite controlar a formação de fungos, bactérias ou outras anomalias. Essa jornada começa em um laboratório de micropropagação, dentro de uma câmara climática com 2 metros cúbicos ( estilo estufa ), projetada para simular as condições ideais, como pressão atmosférica e temperatura estável de 25ºC, que permite o acompanhamento do desenvolvimento das mudas em ambiente controlado.

O plantio é conduzido em bolsas de fibra de coco, com um sistema de irrigação que utiliza uma quantidade mínima de água, graças a um eficiente sistema de reaproveitamento. Além dos morangos, os pesquisadores alcançaram sucesso no cultivo da taioba, uma hortaliça rica em vitaminas, sais minerais e antioxidantes, que é vista como uma potencial cultura para ser cultivada no solo de Marte.  Já o controle de pragas é feito através da pulverização com óleo essencial de laranja, garantindo a higienização das plantas sem risco de contaminação.

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Ilustração da NASA com o laboratório no espaço
O futuro já chegou

Esse projeto de cultivo espacial brasileiro selecionado pela NASA reflete a busca constante por soluções inovadoras que viabilizem a agricultura em ambientes desafiadores como a Lua e Marte. A combinação de conhecimentos em engenharia, biotecnologia e controle ambiental representa um passo significativo em direção a missões espaciais prolongadas e sustentáveis, onde a produção de alimentos desempenhará um papel fundamental na sobrevivência dos astronautas.

Com avanços como esses, a humanidade se aproxima cada vez mais da exploração espacial de longo prazo, estabelecendo as bases para uma nova fronteira agrícola além do nosso planeta. Além do espaço infinito, os novos lugares em planetas e satélites, o brasileiros estarão na retaguarda com novas ideias e projetos. Os pesquisadores da InPlant estão animados com os resultados do projeto. Como uma empresa pioneira nas áreas de produção de mudas, controle ambiental, óleos e extratos vegetais mostraram como pode ser útil aos produtores de alimentos

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Equipe da InPlant (esq.p/direita):Enrico Stephano Oliveira Mucciolo, Christian Aparecido Demetrio, Prof. Dr. Paulo Hercilio Viegas Rodrigues, Jéssica Fernanda de Oliveira Jacob, Lilia Castro Pereira e Laura Minatel Bortolato.

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