da Redação do DiárioZonaNorte
Um dos frutos mais antigos da humanidade, o tomate tem centenas de variedades catalogadas… umas mais ácidas, outras mais adocicadas, algumas com mais polpa, outros menos carnudos, alguns tem casca fina e outros casca grossa…
Originário das Américas foi na Itália que o tomate atingiu todo o seu esplendor. Os frutos são suculentos, perfumados, saborosos, tem acidez equilibrada e tem menor quantidade de água, reflexo do terroir europeu e dos cuidados que o cercam desde o plantio até à mesa.
Após conhecer a qualidade dos tomates europeus, sobretudo os italianos, você vai concordar totalmente com o antigo ditado espanhol que afirma “con buenos tomates no hay mal cocinero“.
Do campo à mesa
Não conseguimos imaginar o que os italianos faziam na cozinha, antes da chegada do “pomodoro“. Tomate ruim, farinhento… aguado… não faz bom molho, não tem o poder de transformar um prosaico “spaguetti” em um manjar dos deuses, não faz “il vero ragù alla bolognese“…
E aviso aos marinheiros: não adianta “importar” sementes e fazer o plantio aqui. O resultado não é o mesmo… As condições de clima, solo e qualidade de água (o tal do terroir), são diferentes das apresentadas na Europa.
Variedades como o San Marzano, por exemplo, tem frutos compridos, pontiagudos, com uma polpa espessa de coloração intensa -, é um produto italiano de categoria D.O.P. – Denominação de Origem Protegida, cultivados em solo vulcânico à sombra do Monte Vesúvio, que lhe confere um sabor único. O San Marzano é o único tomate aceito pela Associazione Verace Pizza Napoletana – AVPN na elaboração da “pizza napoletana” e entidade encarregada da certificação desta forma de preparar a pizza – que atua inclusive no Brasil.
Se na década de 90, antes da abertura do mercado brasileiro aos importados, era muito difícil ter acesso a produtos desta qualidade, hoje temos uma realidade bem diferente. Provar estes tomates únicos da União Européia é uma experiência gustativa, que sem esforço ou pirotecnia, se torna inesquecível – já que eles chegam aos supermercados e empórios nas mais variadas cidades brasileiras, na forma de conservas, como um produto agroalimentar estupendo e com um valor muito convidativo.
O projeto
E, para promover o consumo destes produtos, especialmente os italianos no Brasil – foi lançada a campanha Meu Tomatì – Campanha de Promoção de Tomates Italianos de Qualidade – uma iniciativa do consórcio Oi Pomodoro Centro Sud, financiada com recursos da União Europeia e com coordenação da Câmara de Comércio Italiana – Italcam.
A campanha integra ainda, o programa “Enjoy it’s from Europe”, apoiado e financiado pela União Européia – que tem como objetivo destacar a tradição agrícola européia – favorecida pelas condições excepcionais de clima e solo, além dos rígidos protocolos de segurança alimentar impostos pela União Européia aos seus produtores. Além de dar visibilidade e estimular a importação e o consumo de produtos agrícolas europeus de qualidade superior em países como Brasil, Austrália e Estados Unidos da América.
Lançamento da Campanha
O evento de lançamento da campanha aconteceu na primeira semana de agosto, no Ristorantino, onde empresários, representantes do Sistema Itália e jornalistas foram recebidos por Fabio Selan, diretor geral Italcam em São Paulo.
Durante a sua apresentação, Selan discorreu sobre o trabalho da entidade e sobre o projeto Meu Tomatì, afirmando que “a ideia é trazer a excelência dos produtos europeu e italiano ao Brasil“.
O presidente do consórcio Oi Pomodoro Centro Sud, Guglielmo Vaccaro, destacou os objetivos do Projeto Meu Tomatì, em sua participação exibida em um vídeo.
A campanha é lançada simultaneamente com o início da colheita do fruto na Itália, que ocorre no verão. A entidade agrega quase que a totalidade de produtores do sul e alguns do norte da Itália – país que é hoje, o maior processador de tomates do mundo.
O consultor Riccardo Mezza, da empresa Investire in Brasile, fez uma radiografia da chamada “cadeia do tomate” na Itália. Em 2022, a Itália – terceira produtora mundial atrás dos Estados Unidos e China, produziu 5,5 milhões de toneladas de tomates, sendo responsável por 56,5% da produção europeia e por 14,8% da mundial.
Já Gerardo Landulfo, diretor da Italcam, delegado da Accademia Italiana della Cucina em São Paulo e diretor da Polvani Tours no Brasil fez um histórico do tomate e como ele se tornou a alma da cozinha italiana.
Explicou ainda, que muitas vezes são as massas secas que se saem melhor com determinados molhos elaborados com tomates. E, as italianas são imbatíveis no quesito sabor e qualidade.
Mercado Brasileiro
A campanha Meu Tomatì chega ao Brasil, em um momento que a demanda por estes produtos se encontra aquecida. De acordo com dados fornecidos pela Assessoria de Comunicação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – MDIC, em 2020 o Brasil importou em tomates preparados ou conservados italianos 21,4 mil toneladas – cerca de US$ 18 milhões.
Em 2021 houve uma ligeira redução na quantidade importada, que caiu para 20,6 mil toneladas – com um valor de U$ 19 milhões. Até o mês de maio de 2023, o Brasil já havia importado 12,8 mil toneladas – com o valor de U$ 16 milhões.
Convidados
Entre os convidados destacamos as presenças de J.A. Dias Lopes – jornalista e escritor; Camila Landi – coordenadora do Curso de Gastronomia do Mackenzie; dos jornalistas Carlos Eduardo Oliveira, Ricardo Castanho e Bruna Pit – editora do site Pittoresca.
Ações
Além de encontros com a Imprensa, serão realizados cinco seminários destinados aos trades do setor de importação. Para o público consumidor, no mês de outubro, a Campanha Meu Tomatì promoverá uma semana com cardápios em restaurantes de São Paulo, onde o tomate será a estrela. Também estão previstas promoções em pontos de venda de supermercados e empórios.
Além da cidade de São Paulo, também estão programadas ações nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Florianópolis, que serão coordenadas pelas respectivas Câmaras de Comércio Italianas locais.
Menu
Os convidados provaram um menu completo elaborado com os produtos do consórcio OI Pomodoro, executado pelo experiente chef executivo do Grupo Ristorantino – Henrique De Marchi Schoendorfer, cuja trajetória profissional inclui as cozinhas do Grupo Fasano, do Al Pont de Ferr e Reblot – em Milão e o Noma de René Redzepi – em Copenhague.
“O tomate italiano tem mais polpa, menor acidez e menos água do que o nacional. Portanto, é mais indicado para ragus, por exemplo”, explicou ele.
O cardápio foi harmonizado com rótulos italianos Le Sorbole Bianco IGP Campania – da vinícola Vinosia – safra 2021 e pelo La Grotta Negroamaro Di Salento IGP Puglia – da vinícola Dai Terra Rossa – safra 2020 .